Novos rumos para o chileno que foi atração no Encontro Internacional UC de Horsemanship em 2017
Ishbak Ari Shehadeh Vergara é o nome do chileno que há anos passa seu conhecimento relacionado ao seu trabalho como etologista equino (estudante do comportamento animal). Ele vive em meio aos cavalos desde que nasceu por influência do pai. Entre o conteúdo que aprendeu ao longo dos anos, e que ele disponibiliza no dia a dia, está entender o comportamento do cavalo em sua essência.
Está para lançar um livro, além de viver para repassar esse conhecimento inovador sobre contato com cavalos. No final de 2017, Ishbak veio ao Brasil e foi a grande atração do 15º Encontro Internacional UC de Horsemanship. Na ocasião, apresentou o método criado por ele, para que os cavalos trabalhem sem embocadura, o Ishbak Bitless System. O Portal Cavalus voltou a falar com Ishbak e ele destacou questões importantes e atualizadas sobre o tema. Confira:
Desde 2017 quais outros projetos você trabalhou?
Ishbak: Hoje em dia estou mais focado em falar sobre minhas ideias e conceitos. Finalmente, o que mais interessa, que é saber como posso ajudar com os cavalos, me concentro nisso. Existem milhares de pessoas no mundo que estão procurando por algo diferente para seus cavalos, além do conhecido. E eu quero trazer o que eles estão procurando e o que os cavalos merecem.
As pessoas não querem mais vender cursos em que pouco aprendem e pagam muito. Eles querem sinceridade, porque para todos nós, cavalos significam muito. O tema da equitação não deve ser só lucrativo como também confiável e trazer o diferencial para a vida das pessoas deste meio.
Como se deu a mudança para a França?
Ishbak: A França é um país incrível, tem uma sociedade altamente evoluída que busca o novo. E como meu trabalho é uma evolução do Horsemanship, temos muitos interessados neste país em ‘ir mais longe’ no quesito. Tive muito apoio no meu trabalho. Depois que me convidaram para vir para a França, fui muito bem recebido. Pensam como eu, em que este tema deve ser menos comercial e mais ligado à etologia e ao verdadeiro comportamento natural do cavalo.
Como é o seu dia a dia?
Ishbak: Na França, as pessoas levam um alto padrão de vida e não fazem pela metade. O país não permite o ‘mais ou menos’, então trabalho diariamente com extrema dedicação. Hoje, também estou editando um livro relacionado aos requisitos primordiais para se trabalhar com cavalos. E trabalho no Haras de La Chataigniere com 80 cavalos da raça Árabe. São de propriedade do amigo e criador Katell Lucas, que está sempre procurando melhorar a qualidade de vida de seus animais.
Ainda viajando pelo mundo para ensinar sobre o sistema ou bitless?
Ishbak: Não. O bitless cumpriu um estágio e hoje o foco é na França, desenvolvendo novas pesquisas e métodos, pensando em reduzir o estresse no confinamento e no alto desempenho.
O que está sendo prioridade em 2019?
Ishbak: Estou focado em escrever e ensinar, com isso, vejo menos cavalos, já que é um trabalho mais organizacional. Meus projetos se concentram na publicação do meu livro e nas palestras. O lançamento oficial será em novembro no ‘Horse Week Madrid’.
O que você destaca em seu trabalho que vai além do bitless?
Ishbak: Meu trabalho agora é com base em um conceito que chamo de ‘Compaixão’. E não é nada mais do que a ideia de se relacionar com cavalos através da compaixão e empatia. Proponho que o conceito de dominação e pressão deve evoluir. Porque hoje sabemos que os cavalos não são dominantes ou agressivos eminentemente, senão empáticos e pacíficos, e dessa forma, respondem melhor.
Muitos sonham com isso, mas ainda não se sentem dominantes com seus cavalos de forma saudável, por isso aos poucos vamos evoluindo esta e outras questões que envolvem a boa convivência entre homem e cavalo.
Por Camila Furtado
Fotos: Cedidas