Pela primeira vez no Estado, pista do Parque Laucídio Coelho em Campo Grande teve 14 exemplares selecionados para a grande final
O ciclo do Freio de Ouro mobilizou a região para a última seletiva antes da final, que ocorrerá no primeiro final de semana da Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS. Na prova, promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos entre 4 e 7 de julho, se classificaram 14 exemplares para a decisão, sendo oito fêmeas e seis machos.
E a pista do parque Laucídio Coelho, em Campo Grande, apresentou como grandes vencedores, nas fêmeas, a égua Invernada do Espigão, da Cabanha Espigão, de Canoinhas/SC, montada pelo ginete Daniel Teixeira, que ficou em primeiro lugar na categoria. Já nos machos, o primeiro lugar do pódio foi ocupado pelo ginete Thomaz Gonçalves, que guiou o cavalo Operário do Infinito, da Cabanha Odilo Gonçalves, de Jaguarão/RS.
A égua Invernada do Espigão, primeira colocada em Campo Grande, repetiu o feito de sua irmã paterna, Independência do Espigão, que foi a vencedora em 2018 da etapa realizada em Sapucaia/RJ. “No ano passado fizemos o mesmo trajeto com a Independência. Acabamos correndo tarde o ciclo e resolvemos deixar ela para cá. No fim deu certo e acabou fazendo o que a irmã dela fez”, destacou o ginete Daniel Teixeira.
Já nos machos, o cavalo Operário do Infinito, segundo o ginete Thomaz Gonçalves, foi uma indicação do multicampeão Jango Salgado, que fez a doma do exemplar. “A vitória representa o reflexo de um trabalho de todos meus amigos que ajudaram, de toda a minha família. O cavalo é um craque, é muito diferente pela idade que tem. Conseguimos comprá-lo e começamos um processo de treinamento. É um cavalo que estava no Paraná já meio que aposentado e nós resgatamos ele”, salientou.
A avaliação dos exemplares desta última classificatória ao Freio de Ouro ficou por conta de Rodrigo Albuquerque Py, Roither Bez Barzan e Ricardo Diaz de Vivar nos machos e Lauro Varela Martins, Alexandre Pons Suñe e Ricardo Matho Meabe para as fêmeas.
Morfologia
No mesmo final de semana, a ABCCC realizou mais uma etapa classificatória para a Morfologia na Expointer. Na pista de Chapecó/SP, quem roubou a atenção não foram os dois graus Celsius de temperatura do sábado, 6 de julho. Mas o grande número de inscritos: 95 marcados e 30 incentivo, considerada a maior Passaporte nível B até o momento.
O julgamento ficou a cargo do ex-presidente da ABCCC, Eduardo Móglia Suñe. Na ocasião, ele comentou que, embora à frente da entidade por dois anos acompanhando as provas de perto, estar na pista para julgar gera uma sensação diferenciada. “É um privilégio poder voltar para a pista e acompanhar de perto esta grande evolução da Raça”, disse, referindo-se ao desempenho que potrancas e potrancos menores vêm galgando no último ciclo.
A melhor exemplar da raça e grande campeã foi a potranca menor Tropeada Mapocho, do expositor Sérgio Santos Sant’anna e Filhas. Com um grande histórico de escarapelas em Exposições Morfológicas no ciclo 2019, anteriormente a colorada ficou entre as campeãs em Pelotas e Santa Vitória do Palmar. Já o grande campeão foi o potranco menor Futuro do Sol Brilhante, do expositor Sergio Augusto Amaral. No ciclo de 2018, o também colorado teve oportunidade de receber prêmios na ExpoFICC e na Morfologia da Expointer.
Marcha FICCC
A resistência arquitetada em campos naturais há mais de cem anos permanece viva. É ela quem corre no sangue de cada Crioulo participante da Marcha da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos. Sediada no extremo sul do Brasil, em Jaguarão/RS, dos 16 conjuntos brasileiros, nove integrantes uruguaios que dividiram a estrada. Foram 750 quilômetros percorridos em 15 dias.
Dos que largaram, 18 enfrentaram o desafio final dos 50 quilômetros livres no sábado, 6 de julho. E com apenas 22 segundos de diferença, as éguas uruguaias Trampa Rumbeadora e Índia Del Valdez conquistaram o primeiro e segundo lugar geral, com os ginetes Gonzalo Souza e Martin Mattiauda.
Representando os hermanos uruguaios, os campeões da prova que encerra as atividades da internacional e itinerante Expo FICCC, realizada no Brasil, deixam seu legado ao completar o percurso em 56’14’’51 e 56’15’’12. Finalizando, assim, mais uma página na longa e singular história do Cavalo Crioulo.
“São muitos dias, então é preciso estar concentrado. Para mim, o que importa é a competência e viver dia após dia buscando chegar no próximo. Eu acredito que por isso chegamos em 1º lugar, conhecendo bem a égua e atendendo às necessidades dela”, contou o cavaleiro Gonzalo, que promete competir na FICCC do Uruguai, em 2021, com outro exemplar.
Outras informações: www.abccc.com.br.
Colaboração: Assessoria de Imprensa
Na foto de chamada: Invernada do Espigão. Crédito: Fagner Almeida