Problemas cutâneos em equinos – Parte 3

Para concluir o assunto que começou com Dermatofilose Equina e Dermatofitose Equina, vamos falar de Fotossensibilização

Um outro ponto a ser abordado sobre o tema Problemas Cutâneos é a Fotossensibilização. Ocorre quando ha um aumento na sensibilidade da pele, mucosa, e córnea ocasionada pela luz solar, devido ao acúmulo de reagentes fotodinâmicos na pele (drogas, plantas ou outras substancias).

Para a doença ocorrer é necessário a presença de um agente fotodinâmico que se deposita na circulação periférica, absorvendo comprimentos de onda ultravioleta, produzindo radicais livres e transmitindo a energia extra para as células adjacentes, resultando na lesão celular.

As lesões são caracterizadas por estarem localizadas mais frequentemente em áreas com pouca proteção a luz, que é conferido pela melanina ou pela presença dos pelos, portanto os locais mais acometidos são as áreas brancas ou levemente pigmentadas, e com menor cobertura de pelos.

A dermatite se caracteriza por queda de pelos, “ressecamento” da pele, vermelhidão, inchaço, coceira, dor e formação de vesículas em regiões despigmentadas do corpo do animal, principalmente no chanfro, narinas, pálpebras, orelhas e boletos. Posteriormente ocorre a  exsudação, necrose e descamação na área das lesões.

Há dois tipos distintos de fotossensibilização. A fotossensibilização primária esta comumente associada à ingestão de agentes fotodinâmicos pré-formados que se encontram em algumas plantas, plantas contaminadas por fungos, ou administração de algumas drogas.

A fotossensibilização secundária ou hepatógena ocorre quando toxinas, bactérias, fungos, agentes virais ou neoplasias acabam lesionando o fígado fazendo com que o mesmo não consiga mais excretar filoeritrina, um produto do metabolismo da clorofila, que irá se acumular na corrente sanguínea periféria e causará os sinais da doença. Com a evolução desta doença terá outras sinais clínicos, não somente as lesões cutâneas, como inapetência, lacrimejamento, poliuria, icterícia, desidratação, e formação de crostas em grandes áreas do corpo.

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Os diagnósticos laboratoriais são realizados mais frequentemente quando há suspeita de fotossensibilização hepatógena, uma vez que é desencadeado por uma lesão no fígado. Portanto para conclusão do diagnostico se fazem testes sorológicos para avaliação hepática.

Para que se obtenha um tratamento eficaz a primeira medida a ser tomada é a retirada do animal da exposição do sol. A partir desse momento começa a se pensar em administração de protetores hepáticos, anti-histamínicos, hidratantes, e protetor solar. Pode se fazer também uso glicocorticoides tópicos ou sistêmicos em casos mais graves.

Por Dr. Helio Itapema, Ana Paula Monteiro e Guilherme Galdino
Fonte: Editora Passos
Foto: MSD Veterinary Manual

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