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Mão de obra qualificada x salários mais altos: via de mão única para o sucesso de seu haras

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O reitor da Universidade do Cavalo, Aluísio Marins fala da falta de cultura dos criadores brasileiros de não valorizarem profissionais com formação acadêmica para a lida com cavalos

A busca por mão de obra qualificada para a lida com cavalos é um dos maiores desafios enfrentados por proprietários de haras de todo o país. Mas, diferentemente do que muitos pensam, o problema não está na falta de interesse das pessoas do meio de buscarem por qualificação para trabalharem com cavalos

Na verdade, o problema acontece por conta da falta de cultura dos criadores brasileiros de não valorizarem financeiramente a formação acadêmica destes profissionais. Pelo menos, é o que acredita o médico veterinário e reitor da Universidade do Cavalo, Aluísio Marins.

Em entrevista, ele levantou alguns pontos interessantes neste debate diário em muitos haras espalhados pelos país. “Por exemplo, na Europa para você ser um tratador de cavalo você tem que se qualificar e aí você é valorizado como profissional, ou seja, acaba tendo um salário melhor”.

E, na sequência, ainda acrescenta. “A qualificação gera a melhoria da condição de vida. Então, quando a gente fala de faltar mão de obra é um problema de cultura mesmo. No Brasil acham que para mexer com cavalo tem que só gostar de cavalo. Gostar é uma parte importante, mas não é só isso”.

Dessa forma, como em qualquer carreira, o profissional que busca se aprimorar e expandir os seus conhecimentos. Ou seja, possui uma mão de obra qualificada, este profissional quer, ao mesmo tempo, ser mais valorizado na hora de receber o seu pagamento todo mês.

“A remuneração é um problema porque as pessoas não entenderam que a partir do momento que a pessoa é qualificada, ela vale mais. Então, a pessoa que contrata continua pagando pouco e a pessoa que está sendo contratada não é qualificada suficientemente para ganhar mais. E esse clico fica girando no mercado”.

Maior procura por qualificação

Apesar da avaliação, o médico veterinário acredita que com o tempo essa cultura brasileira tenda a mudar e se enquadrar mais nos padrões dos criatórios norte-americanos e europeus. O que faz ele acreditar nesta posição é o aumento da procura por qualificação profissional no meio do cavalo.

“Se você voltar dez anos atrás não existia nenhuma vontade das pessoas de qualificar como hoje. Há mais de 20 anos atrás, quando abrimos a UC, não existia nada, as pessoas não iam buscar qualificação. Hoje a gente vê que as pessoas começam a ir pela necessidade de se qualificar”, acrescenta.

E os profissionais do meio equestre não podem nem devem se limitar a fazer apenas um curso. Para Aluísio, para que a criação de cavalos no Brasil continue evoluindo a passos largos as pessoas tem que ir em busca de qualificação sempre. “Não adianta fazer um curso de uma semana e 10 dias. Isso aí é muito pouco a título de qualificação de mão de obra formal”.

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Por fim, o médico veterinário faz questão de deixar uma dica importante para os proprietários de haras na hora de contratar profissionais. “Vejam a qualificação, onde ele já trabalhou e onde ele já estudou para ver o que ele está se propondo a ser. Não adianta a gente tratar o mercado de uma forma amadora e querer um resposta profissional de quem você está contratando.

Do mesmo modo, ele conclui: “Então, você tem que saber que quando você quer trabalhar com cavalo você precisa se qualificar e quando você quer contratar alguém para trabalhar com cavalo você vai contratar alguém qualificado. Você não pode mais ficar pagando o que historicamente se pagava antes no mercado do cavalo. A qualificação gera uma subida de salário”, finaliza.

Fonte: Editora Passos
Crédito da foto: Jean Carlos

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