Rodeio

Circuito Rancho Primavera encerrou sua quinta temporada

Publicado

há 6 anos

⠀em

23 de dezembro de 2017

por

Redação Cavalus

Rafael Marcelino foi o grande campeão do ano e também venceu a etapa final, em Quintana/SP, que aconteceu de 14 a 17 de dezembro

Quando o dia 18 amanheceu, Rafael Marcelino, de Ribeirão dos Índios/SP, ainda estava em Quintana arrumando a mala, organizando a chácara que tinha alugado para ficar com a família, para poder voltar para casa. Na bagagem, a fivela de campeão do Circuito Rancho Primavera 2017, campeão da etapa final, levando na carteira R$ 50.000,00. Diferente da viagem de ida, que foi rodeada de expectativas, incertezas e ansiedades, a viagem de volta seria só com sorrisos e boas histórias.

O campeão, 29 anos, mora e trabalha na Fazenda Santa Helena, nessa cidade que fica na região de Presidente Prudente, há 25 anos. Hora em um lombo de um cavalo, outra hora em cima de um trator, ou as vezes no chão fazendo cerca, ou tocando gado dentro do curral. Assim começou a história dele e do irmão, Cláudio, que hoje monta nos rodeios da PBR americana. Ainda meninos, os dois tiveram muito o incentivo do pai, sr Claudio Montanha, que os acompanhava nos treinos desde sempre. Mesmo sem saber, ele acabou criando campeões.

Rafael demorou um pouco mais que Claudio para resolver seguir de vez a carreira como peão. Enquanto Claudio ganhou o Brasil, e depois o mundo, cedo, Rafael resolveu ficar na fazenda por conta de um relacionamento. No momento que teve que escolher, que sabia que teria que tomar uma decisão, o rodeio falou mais alto. Caiu na estrada e quando começou a ganhar, a ir bem, teve certeza que tinha escolhido o caminho certo.

Ele não tem uma carreira de lesões, mas uma, em que ele teve que operar o braço, com doze pinos, o deixou preocupado. O braço ficou ótimo e ele pode continuar seguindo sua paixão pela profissão que abraçou. E foi a partir dai que ele tomou outras decisões, especialmente no que diz respeito a sua integridade física, para que melhorasse a técnica e seu desempenho. Visão no futuro e saber bem onde quer chegar pode ser a diferença entre ter uma temporada comum ou terminá-la com a fivela mais esperada.

E 2017 foi especial para ele. Casou com Ana Cristina e credita ao apoio dela, junto com o da família e amigos, uma parte importante desse título. Tentado e também ir se juntar ao irmão nos Estados Unidos, ele tomou uma punição no CRP ao ter deixado de ir a uma etapa para montar pela PBR Brasil. Perdeu pontos no ranking, mas nunca desistiu de se recuperar. E as coisas boas foram acontecendo. Como em Colorado/PR, etapa do CRP, em que ele considera que fez sua montaria mais perfeita até hoje na carreira, no Cassununga, da Cia Paulo Emílio. Vídeo que ele não se cansa de assistir.

“Quando venci o último touro, da final, o Camarote, era como se eu tivesse usado minhas últimas forças de 2017, meu corpo está cansado, foi uma vitória difícil. Sabe porque foi difícil? Porque eu disputei contra os melhores e, no fim, a batalha ficou entre eu e meu grande amigo Fabrício Rodrigues. Foi o cara que mais me ajudou a temporada toda, ele foi um batalhador, sofreu muito com uma contusão. Se isso não acontecesse, tenho certeza que quem estaria contando essa história seria ele. Mas, mesmo assim, ele foi um leão, não entregou os pontos, vendeu caro essa vitória, dedico a ele também essa conquista”, contou Rafael ao nosso parceiro Eugênio José.

Ele tinha a intenção de deixar o CRP para tentar a vida na América, mas o visto foi negado. Rafael ainda não desistiu de se juntar ao irmão, do qual, aliás, ele sente muita falta. Independente do que vá acontecer para 2018, ele já deixou seu legado com essa vitória dupla no final de semana, do circuito e da etapa. Foi onde ele começou a carreira, lá em 2013, no primeiro campeonato. “Estou muito feliz e aproveito a oportunidade para agradecer ao Rogério Paitl. Quem é próximo dele sabe o quanto luta para fazer as coisas com qualidade e organização e também para tentar sempre dar uma boa grana para o competidor.”