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Meu animal se espanta fácil. O que fazer?

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O José Mauro tem uma égua que se espanta fácil em suas cavalgadas e pediu ajuda para o Cavalus para resolver o problema. Nós recorremos a quem mais entende do assunto.

Aluísio Marins, da Academia UC, veio nos ajudar com esse problema:

O que todo mundo fala é para forçarmos o animal a encarar, empurrá-lo para o problema. Isso só vai potencializar o medo do animal. O que devemos fazer é permitir que ele se ambientalize de forma natural

Para ilustrar e te dar o passo-a-passo, trouxemos um video completo de como trabalhar isso com seu animal. Esperamos que te ajude, José.

UC

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Bater não é domar

Para o treinador Marcos Toledo o cavalo é reflexo do que o humano ensina para ele. Se agir com estupidez ele responderá da mesma maneira

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Nos últimos dias, os feeds de notícias ficaram sobrecarregados com o vídeo de um cavaleiro com grande histórico na modalidade de hipismo sendo flagrado batendo em um cavalo que não obedecia seus comandos.

A ação, apesar de totalmente contrária as novas técnicas de doma, ainda acontece e deixa a comunidade equestre abismada.

Segundo o treinador Marcos Toledo Filho, que adota o horsemanship em seus treinamentos, no caso em questão, infelizmente o cavaleiro utilizou a maneira mais fácil para fazer o animal obedecer ao seu comando. “Neste caso, ele deveria pedir para o cavaleiro descer do animal e ele, montado em outro cavalo, puxar o animal que não respondia ao comando para assim, vendo o animal montado entrar na água, ele fazer o mesmo”, afirma Toledo Filho.

Para o treinador, o que falta em situações como essa é paciência com o animal. “Falta paciência. Eu sempre falo: quer trabalhar com cavalo, você precisa ter paciência, paciência e paciência. Se você não tiver paciência, estiver apenas pensando na conta no banco, na briga com a mulher ou em algum outro problema e não estiver focado no trabalho, ou mesmo com excesso de trabalho, você perde a paciência e não consegue domar o animal”, ressalta.

Domar o cavalo exige técnica e muita vivência e, infelizmente, ainda existem pessoas que querem domar seus animais sem auxílio de um profissional. “Primeiramente, se seu cavalo não obedece aos comandos, você deve procurar um especialista da área para ver o que está acontecendo com o seu animal, para descobrir o porquê que ele não está respondendo”, pontua.

Principal erro

O principal erro, afirma Toledo, é a pessoa não saber domar e querer fazer a força. “A maioria das pessoas que passam por este tipo de problema, são pessoas que se atrevem a fazer algo que não sabem fazer, querem fazer a força, e não são capacitadas para isso”, alerta.

O cavalo, ensina o profissional, aprende tudo aquilo que você ensina para ele, desde o certo até o errado. Por isso, se você agir com estupidez, bater no cavalo, ele vai responder da mesma maneira.  “O que ele aprendeu certo é reflexo do que você ensinou e o que ele aprendeu errado é reflexo do que você deixou ele fazer. A partir do momento que você trabalha seu cavalo certo, com coerência, sabendo respeitar o tempo de aprendizado de cada animal, você não terá erro, não vai precisar bater nele”, alerta Toledo.

Bater no cavalo, afirma o treinador, é reflexo da falta de capacidade da pessoa que está tentando domar o animal. “Falta entender a mente do cavalo. As pessoas não sabem e o jeito mais fácil é bater, porque ele não fala, não reclama”.

Técnica ultrapassada

Antigamente, afirma Toledo, as pessoas não tinham o conhecimento técnico como o que existe disponível hoje em dia, e por isso, batiam para ensinar. “Hoje, temos muitas técnicas que comprovam que não precisa bater, mas ainda temos pessoas cabeça dura, turrão, ‘esse é o meu jeito’, ficou ultrapassado”, afirma.

Para não ser surpreendido com um cavalo bravo, quente, o treinador aconselha observar o pedigree do animal. Se ele é de uma linhagem forte, quente, agressiva, ele provavelmente terá este comportamento e o domador deverá ter em mente que terá mais dificuldade para domar. “Essa doma deve ser feita por um profissional capacitado, que terá competência para domar, iniciar e preparar o cavalo para ser montado”, finaliza Toledo.

Assim como os humanos, o cavalo que recebe amor, respeito e atenção transmitira o mesmo ao seu dono.

Por: Camila Pedroso

Fotos: Divulgação

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Confira dicas de iniciação a doma

Este processo pode começar desde o nascimento, nos primeiros contatos com o potro, garante o zootecnista

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A fim de auxiliar criadores e proprietários iniciantes separamos algumas dicas de iniciação a doma. A princípio, vale destacar que uma palavra-chave define a relação homem e cavalo: confiança.  E como em todas as relações, para se ter a confiança um do outro são necessários alguns ingredientes. Entre eles, tempo, dedicação e respeito às particularidades de cada um.

De acordo com zootecnista e árbitro, Fabiano Bittencourt, a iniciação a doma deve ser feita com muita calma. Afinal, ela irá ser determinante em etapas futuras. Como, por exemplo, na própria doma e, depois, no treinamento do animal para uma determinada modalidade.

Entre as dicas de iniciação a doma, Fabiano cita o processo pode começar desde o nascimento, nos primeiros contatos com o potro. Logo após o nascimento os potros passarão pelo processo de desinfecção do umbigo. Neste manejo estão os primeiros contatos com o ser humano, então, é ideal agir com cuidado, respeitando as particularidades do indivíduo e seu bem-estar.

“Potro com uma semana de vida, não podemos agir de forma agressiva, agarrar o filhote. É importante que se tenha o cuidado de segurar a cauda para o lado, não forçá-la e com a outra mão perto do peito fazer com que ele sinta-se seguro”, pontua.

Período de desmame e uso do cabresto

Outra fase abordada por ele refere-se ao período do desmame. “É bom que os animais sejam desmamados em torno dos seis meses de idades, em duplas ou trios. É nessa fase que iremos iniciar o cabresteamento. Respeitando, sobretudo, as características de cada um. Alguns são mais calmos que outros. Nessa fase já começamos a perceber a índole.”, ressalta.

Segundo o especialista, o hábito de colocar cabresto nos animais mais jovens, antes do período de iniciação da monta, serve para que eles se acostumem ao instrumento, “Na verdade tudo que se faz no indivíduo jovem já é pensando na aceitação mais fácil no futuro, quando começarmos a trabalhar esse animal.”.

Uma dica do especialista é que a iniciação ao uso do cabresto seja acompanhada da técnica que ele chama de ‘corda em x’. O método consiste em utilizar uma corda que envolva o animal pela parte posterior, “A corda em “x” facilita porque a pressão é na região posterior, fazendo com que se mova pra frente sem forçar a nuca e o pescoço, regiões que são mais sensíveis e frágeis, com isso o animal aceita melhor o cabresteamento e não há perigo dele sofrer lesões no pescoço ou na nuca”, ensina Fabiano.

A lida com os equinos exige de todos os envolvidos, além de paixão, conhecimento. E Fabiano acrescenta: “Um bom adestrador de cavalos deve ter paciência, vontade de aprender e, principalmente dedicação e amor no que se faz”, finaliza.

Por Equipe Cavalus
Fonte: ABCCMM
Crédito das foto em destaque: Divulgação/H. Possebon

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Mais detalhes sobre Habronemose

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Habronemose
O internauta José Hamilton da Silva entrou em contato com a gente por email para saber mais sobre a Habronemose.

 

Conversamos com o médico veterinário, Dr. Hélio Itapema para sabermos maissobre o que pode ser feito nesse caso.

Ela é uma doença causada pelas larvas do nematóide Habronema spp que normalmente faz o ciclo gastroentérico nos equinos, mas na enfermidade em questão, há a realização do ciclo errático do agente. Conhecida também como Ferida de Verão, a doença tem como vetor as
‘’Mosca Doméstica’’ e ‘’Mosca do Estábulo’’, e por este motivo, é grande a ocorrência nas épocas mais quentes do ano, pelo fato de o ambiente favorecer a proliferação destes insetos.

Sintomas
As lesões são mais comumente vistas em locais expostos à traumatismos que consequentemente apresentam maiores chances de ter feridas e em locais onde o cavalo não consegue espantar as moscas, deixando assim a porta de entrada para o Habronema. Portanto, aparecem em extremidades de membros, pálpebra, pescoço, prepúcio, pênis/glande, sendo que este último pode levar à dificuldade do equino em urinar. As lesões têm características na cor castanho avermelhado que depois de um longo tempo de evolução, chegam a se tornar fribróticas. Na maioria das vezes as lesões são únicas e geralmente não apresentam prurido (sensação incômoda na pele ou mucosas que leva a coçar), a não ser que
haja infeção secundária por bactérias. São bastante perceptíveis aos olhos dos proprietários pelo fato de que dificilmente cicatrizam sozinhas, levando à necessidade de um tratamento
junto ao Médico Veterinário.

Tratamento
Existem dois tipos de tratamentos possíveis para o caso. O tópico e o cirúrgico. Esta segunda opção é considerada pelo Médico Veterinário quando se trata de uma ferida que não cicatriza e/ou que já evoluiu para nódulos calcificados, impossibilitando assim o tratamento efetivo de forma tópica. Nestes casos, recomenda-se a excisão cirúrgica da lesão, ou métodos alternativos como crioterapia, que tem como princípio a ação de temperaturas abaixo de zero para a retirada do tecido, cauterização química com sulfato de zinco ou também radioterapia.
O tratamento medicamentoso é feito com organfosforados como o Triclorfon 22mg/kg, intravenoso, diluído em solução salina ou de dextrose, repetido em 2 semanas. É dado ao animal também, Ivermectina, tida como tratamento de escolha para combater o nematóide. Topicamente, o tratamento leva certo tempo, e baseia-se em aplicações regionais nas lesões de Triclorfon por pelo menos 15 dias. Além disso, podem-se usar corticoides de curta ação (àqueles que ficam por pouco tempo no organismo do equino) para que auxiliem na diminuição da irritação local e pomadas antibióticas para evitar a infecção bacteriana
secundária. Para a remoção do tecido necrótico formado, é utilizada a aplicação de
Albocresil ou limpeza da ferida com solução de Dakin.

Prevenção e Controle
O método mais eficaz para prevenir que ocorram as feridas de verão, é o acompanhamento dos equinos, evitando que se machuquem. Além disso é essencial que haja o tratamento correto para as demais feridas e que estas sejam cobertas, evitando que moscas não depositem suas larvas, levando possivelmente à lesões mais graves como é o caso da Habronemose.

Estes cuidados devem se tornar mais intensos principalmente durante o verão, onde há grande proliferação de moscas, as quais devem ser controladas. Os animais afetados e seus contactantes devem ser vermifugados e tratados com repelentes caso haja feridas abertas pelo corpo.

E aí, José Hamilton, conseguimos te ajudar?


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Sensibilidade na orelha, como resolver?

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O internauta Henrique Moura nos enviou uma mensagem pelo Facebook com uma sugestão de matéria, por sua dificuldade nesse processo.

Conversamos com o médico veterinário, juiz de bem-estar animal da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha – ABQM e horsemanship, Leonardo Feitosa, sobre o que pode ser feito nesse caso.

A primeira coisa que devemos analisar é que em grande parte das vezes, cavalos podem conter fungos dentro da orelha, podendo então ocasionar essa sensibilidade. E a outra coisa, temos que ter paciência e tempo, caso contrário nunca resolverá esse problema. Cavalos com esse problema devem ser trabalhados diariamente, com muita paciência, pois a região é muito sensível e como em relação ao fungo, tratar isso também requer paciência, pois a medicação é local e os animais se incomodam com a aplicação.

E aí, Henrique, ajudou?


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Cavalo com cauda levantada, é normal?

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A leitora Silvana nos deixou uma mensagem em nossa página Dica Profissional, pedindo auxílio com um problema.

A equipe Cavalus conversou com o médico veterinário, juiz de bem-estar animal da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha – ABQM e horsemanship, Leonardo Feitosa, que nos respondeu quais as possíveis causas do comportamento inusitado.

Eu não conheço nenhuma técnica para normalizar esse tipo de comportamento, normalmente quando o cavalo fica com a cauda levantada é sinal de algum desconforto, então o ideal seria realizar um check-up no cavalo para identificar o motivo do desconforto. Por exemplo, quando se trabalha muito com a espora no treinamento, alguns animais criam esse hábito de erguer e balançar a cauda.

Porém, não podemos nos esquecer que em alguns animais, como o Árabe, essa é uma característica da raça. Nesses casos não é um problema.

Esperamos que seja útil, Silvana!


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Como desmamar potros?

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A Thamara Siqueira tem uma dúvida muito comum, porém, com um complicador a mais.

Vocês já sabem que fazemos de tudo para ajudar, assim, consultamos Aluisio Marins, da UC, para nos dar mais mais essa aula:

A desmama implica na necessidade de tirar a égua do campo de visão das potras e vice e versa. No processo, é necessário que a égua seja levada para outro local.

No seu caso, imaginamos que seu local deve ser pequeno e que você está com dificuldade de separá-las. Assim, Aluisio completa:

A sugestão é que a Thamara leve a égua para outro local, fora de sua propriedade, até que as potras se acostumem a ficar sem a presença da mãe e ela também se acostume a ficar longe delas. Mas é muito importante que esse local seja bem equipado, monitorado e tenha uma equipe capacitada para ficar de olho no leite, que pode empedrar, pode dar febre (igual acontece com os humanos).

É um processo não tão complicado, mas ao mesmo tempo não é simplesmente separar. Então, ele finaliza:

Se você não tem espaço para tirá-los do campo de visão um do outro, tem que levar a égua para outro lugar e deixar as potras juntas na sua propriedade. Ficar em constante acompanhamento da égua nesse outro local é necessário até que o processo seja concluído e ela possa voltar.

No vídeo abaixo temos uma explicação bem completa sobre o processo de desmama de potros. Acreditamos que ele irá ajudar não só a Thamara, como outras pessoas também.

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Quero iniciar no mundo equestre! Por onde eu começo?

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A Ane Venturini recorreu ao Cavalus a fim de obter o melhor conteúdo para quem está iniciando no nosso mundo.

Ane, ficamos muito felizes com o seu contato, é muito bacana ver pessoas interessadas em mergulhar no mundo equestre e ainda mais buscando conhecimento para tal. A nossa dica é:

Para quem ama cavalos e quer, de alguma forma, iniciar atividades ligadas a eles, seja na aquisição de algum exemplar ou tem vontade de começar em uma das modalidades, o ideal é sempre buscar informações com profissionais capacitados e que tenham vasta experiência. Da mesma forma, se cercar de todos os cuidados com esses animais, como saber realizar o manejo correto, fornecer alimentação balanceada, prover cuidados veterinários e etc, é a forma ideal de cuidar bem desses nossos amigos.

Sabemos que é uma dúvida que permeia a cabeça de quem está iniciando, portanto selecionamos alguns vídeos da UC para ilustrar ainda mais. Esperamos que te ajude!

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Foto destaque: Creativeart – Freepik.com


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A Síndrome do Navicular pode ser herdada pelos filhos?

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O internauta Tiago Santana nos mandou uma dúvida sobre a Síndrome do Navicular, e a equipe do Cavalus foi atrás da questão que ele levantou para ajudá-lo.

O médico veterinário especializado em cavalos de performances, Alfredo Pocci deu seu parecer:

Tiago, não existem estudos científicos concluídos que provem que a doença do navicular tenha algum caráter hereditário, porém  existem linhas de estudos neste caminho em andamento.

A médica veterinária e docente da Universidade do Cavalo, Claudia Lechosnki, nos enviou um artigo relatando experiências clínicas e reais desse problema.

A síndrome do navicular é uma artrose progressiva e que não melhora, mas que pode estacionar. Eu diria que uns 80% dos cavalos de esporte de 13 anos em diante apresentam em algum grau e nem sempre com sintomas iniciais. Pode também surgir antes, dependendo da conformação, o seu uso, entre outros fatores. O tratamento bem-sucedido depende de:

  1. Diagnóstico precoce, ou seja, não tapar o sol com a peneira.
  2. Avaliação veterinária competente, com radiografias, e acompanhamentos periódicos.
  3. O tratamento clínico precisa se aliar a:

Ferrageamento ortopédico (constante): Uma variedade de cuidados, desde casqueamento correto à ferradura e o uso de palmilhas. A palmilha isoladamente é pouco recomendada, e em geral, a ferradura eggbar é o padrão.

Condroprotetores: Glicosamina + sulfato de condroitina (permanente ou quase).

Isoxusuprine: Para estimular a circulação (devem ser usados durante uns três meses pelo menos, quando a presença dos sintomas é aguda).

Ácido acetilsalicílico: Analgésico, que deve ser ministrado durante o primeiro mês, no início do tratamento.

Infiltração articular ou peri-articular: A síndrome do navicular geralmente está associada aos vários tipos de osteítes. O procedimento deve ser repetido conforme haja a necessidade, por exemplo, uma vez a cada seis meses. Em minha opinião, os tratamentos que não abrangem todos estes aspectos são incompletos.

Alguns aspectos a considerar:

  • Tropeções: Intervalos excessivamente longos entre ferrageamentos mudam as angulações do casco, e o achinelamento resultante aumenta a pressão sobre o navicular. Assim, o cavalo pisa mais inseguro, com passadas mais curtas ou “protegendo” o membro, mesmo que não haja uma claudicação evidente. Algumas atividades esportivas acabam se tornando menos eficientes ou até inseguras.
  • Piso duro: em geral é pior para o navicular. É essencial um plano de treinamento cotidiano em diversos tipos de piso e diversas velocidades. Também devem ser feitos exercícios de flexionamento ou trabalho de plano, considerando que o uso otimizado da musculatura preserva o sistema osteoarticular. Quanto maior for a velocidade em piso duro, pior será para o locomotor.
  • Uso do Tildren: alguns tipos de síndrome do navicular respondem bem ao Tildren (ácido tiludrônico), que já se encontra disponível, aqui no Brasil.

Ainda que seja dispendioso, pode ser interessante para alguns cavalos. É um tratamento complexo cuja indicação e também aplicação sempre depende do médico veterinário.

  • Neurectomia cirúrgica: pode ser evitada quando se instaura o tratamento precoce e intensivo delineado acima. Em geral, a mesma tende a abreviar a carreira atlética do animal. O sucesso depende também da experiência do veterinário nesta intervenção, e da disposição do proprietário em investir, também financeiramente, no tratamento.
  • Importância de casqueamento e ferrageamento: Não há um consenso entre especialistas quanto ao melhor ferrageamento para os vavalos com navicular. Sempre temos que pensar no casco como estrutura dinâmica, tridimensional, “com o cavalo por cima”, e as mais diferentes condições de superfície “por baixo”. As diversas patologias podem requerer a estabilização do estojo córneo, amortecendo impacto e preservando a coluna óssea.
Manutenção a longo prazo

A síndrome navicular deve receber acompanhamento radiológico, sendo este parte do conjunto e um dos fatores do tratamento, dos quais o ferrageamento é apenas um. Alguns casos se estabilizam, outros se agravam cada vez mais, fazendo com que ocorra perda funcional do animal.As ferraduras de borracha deformam-se muito rápido, assim entortando a base de apoio, já as ferraduras coláveis existem, mas são caríssimas e a cola prejudica a parede do casco.

Muitas ferraduras ortopédicas como as eggbar(fechadas) tanto quanto as com guarda-cascos (coladas ou não) prejudicam a expansão natural do casco, causando problemas de contração de talão, ou seja, você veste um santo e descobre outro.

Também devemos lembrar-nos do desgaste acelerado que a ferradura de borracha sofre, tendo que ser trocada com mais frequência, resultando em uma maior fragilidade da parede, por conta da maior quantidade de buracos de cravo.

Há quem defenda a manutenção de cavalos desferrados (mesmo durante o desempenho desportivo) como solução para diversas patologias, inclusive o navicular. Ainda que em alguns países haja ferrenhos defensores desta prática, eu mesma em quatro décadas de prática na área nunca vi cavalos desferrados caminhando com a mesma segurança e conforto de que os outros ferrados. Por ora, sigo com o grupo que afirma que um bom ferrageamento é o menor dos males. Infelizmente, existem ferradores de formação técnica insuficiente que procuram transferir responsabilidade para fatores externos. Já conheci um que dizia que os cavalos precisavam passar vários meses por um ano desferrados (e, portanto encostados…) para que o casco não deformasse. (Imagina você 100% descalço durante um mês por ano, em todas as situações? Uma coisa é um maratonista queniano que correu descalço a vida inteira; outra é tirar o sapato de uma hora para outra, e voltar a colocá-lo depois de poucos meses).

Na verdade, penso que quem deve preconizar a atitude certa com relação ao seu cavalo é o seu veterinário trabalhando em conjunto com o seu ferrador. Se eles não conseguem lhe dar respostas e alternativas de qualidade, procure uma segunda opinião. Ou uma terceira, etc… Mas é essencial que o cavalo seja examinado ao vivo e que seja realizado o exame radiográfico. Navicular em geral: eggbar com palmilhas ajudam, mas isso deve estar bem equilibrado com o casqueamento. Além da terapêutica medicamentosa, é claro.


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