A criação de cavalos, a cada ano que passa, aumenta de valor devido ao nível de investimento dos criadores. Com o intuito de cuidar ainda mais dos potros e da saúde de todo o plantel, um haras no interior de São Paulo investiu em uma tecnologia inédita. A implantação de um chip em éguas que emite um alerta quando o parto está prestes a ocorrer.
Antes de mais nada, sabe-se que potros recém-nascidos são frágeis e susceptíveis à doenças. Ao manter uma criação de cavalos, o criador pensa em como otimizar cada um dos processos. Entre eles, salvar a vida de um potro. Algo que, na maioria das vezes, requer uma ação imediata em questão de horas. Ou seja, a interferência rápida mitiga e até evita o risco de morte dos neonatos.
O método, até então inédito no Brasil, consiste em inserir um chip em éguas prenhes no último mês de gestação. O objetivo dessa tecnologia importada é garantir que o nascimento do potro aconteça sem nenhuma ou quase nenhuma intercorrência. Por exemplo, quando os primeiros sinais do parto se dão de madrugada, um sinal de alerta chega imediatamente aos responsáveis.
Implantação do chip em éguas
De acordo com o proprietário do haras que importou a tecnologia, o processo de implantação é simples e indolor. Próximo ao período do nascimento, o médico veterinário faz a instalação do sensor na vagina da égua. O procedimento tem anestesia local e ponto cirúrgico. A égua não percebe o chip implantado, já que o pequeno objeto não causa nenhum tipo de alergia.
“O produto é encapsulado por um material plástico resistente à chuva e sujeira. É um sensor eletrônico, ativado magneticamente. Quando desconectado, uma antena que liga a uma central captura o sinal. Em seguida, emite um sinal sonoro de alerta para tratadores e veterinários”, explica Nilson Leite, sócio proprietário do Haras Rosa Mystica.
A data do parto nunca é certa, podendo ser antecipada ou atrasada. Por isso a importância do chip que emite um alarme no primeiro sinal de que o potro está nascendo. Os primeiros procedimentos ao neonato em tempo hábil garantem que égua e filhote estejam em condições ideais para o nascimento.
Procedimento
Assim que se inicia o trabalho de parto da égua, o potro força a vagina. Dessa forma, afasta o sensor magnético que emite o aviso e o alarme chega à casa do tratador. Este é encarregado de avisar o médico veterinário e providenciar os materiais de cuidados ao neonato.
Por meio dessa tecnologia observa-se o quanto antes problemas como consistência das fezes, grau de hidratação, nistagmo (doenças nos olhos do animal). E ainda se o potro deglute o leite, se há refluxo, se urina normalmente, se os cascos estão bem formados.
Por outro lado, o método também cuida da égua. Avalia e identifica se houve sinais de traumatismo na vagina, se ela emite algum sinal de dor ou sofreu algum machucado interno. Cuidados após o nascimento são importantes. Os recém-nascidos continuam sob observação por sete dias.
Se houver qualquer mudança de comportamento, isso pode significar algum problema, como diarreias e cólicas. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura”, finaliza Nilson Leite, que ao lado dos irmãos investe na criação de cavalos de alta performance para o Hipismo.
O site do desenvolvedor dessa tecnologia aponta que o dispositivo Foalert transmitter surgiu para atender os equinos. Contudo, aplica-se em uma ampla variedade de raças e espécies. Éguas, vacas, ovelhas ou lhamas, por exemplo. É possível instá-lo em diversas éguas ao mesmo tempo, um transmissor para cada animal, mas apenas um receptor de sinal dá conta do monitoramento.
Por Equipe Cavalus
Colaboração: Assessoria de Imprensa/Stephanie Romero
Crédito das fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal
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