Participação histórica da Rédeas nos Jogos Equestres Mundiais

Adestramento seguiu, sem o Brasil, para a disputa individual. E o Concurso Completo de Equitação deu início a sua competição

Bem que Francisco Moura, presidente da ANCR, em entrevista ao Portal Cavalus, avisou para ninguém guardar as bandeirinhas da Copa do Mundo de Futebol. O ‘Dream Team’ de Rédeas do Brasil encerrou sua participação nos Jogos Equestres Mundiais de forma sensacional! Acontecendo desde o dia 11 de setembro, na Carolina do Norte, Estados Unidos, é o evento equestre de maior importância no mundo.

Depois de um planejamento de quatro anos e a formação da ‘equipe dos sonhos’, o Brasil da Rédeas chegou ao Tryon Internacional Equestrian Center confiante. Logo no primeiro dia de disputas, alcançamos a melhor colocação desde 2002, ano em que a modalidade passou a integrar a programação dos Jogos. O quinto lugar por equipes foi apenas um prenúncio do que estava por vir.

João Felipe Lacerda e Gunner Dun It Again. Foto: Luis Ruas/CBH

Com três conjuntos na final individual – antecipada para 15h (local) por conta do mal tempo -, nosso País viveu momentos mágicos no sábado, dia 15 de setembro. Voltamos para casa com os inéditos quarto, sétimo e décimo primeiro lugares. Novamente, o melhor resultado entre todas as vezes que a Rédeas esteve no WEG. Uma explosão de alegria tomou conta dos atletas, staff e torcida. Aliás, a torcida foi um show à parte!

O primeiro a entrar para defender as cores do Brasil foi Roberto Jou montando F5 Licurgo Tapajós, único representante da raça Crioula no evento. Marcaram 221,5 e encantaram o mundo com habilidade, beleza e garra. Depois foi a vez de Thiago Boechat e SG Frozen Enterprize, com 223 pontos. O último conjunto do Brasil a se apresentar foi João Felipe Lacerda e Gunner Dun It Again, nota 225.

Jogos equestres mundiais
Thiago Boechat e SG Frozen Enterprize. Foto: Luis Ruas/CBH

A dupla liderou a prova até praticamente o final. A chance de uma medalha, que parecia distante, tornou-se realidade. Alguns dos melhores das classificatórias não foram bem e o último a se apresentar, Cade McCutcheon/Custom Made Gun, marcou 225, empatando a medalha de bronze. Segundo regras da FEI, os dois conjuntos voltaram à pista para o desempate.

E entra ai a maior emoção, até agora, para a delegação brasileira como um todo nesse WEG. Sendo chamados às pressas para aquecer e entrar em pista novamente, João Felipe e ‘Kid’ melhoraram ainda mais sua apresentação. Terminaram a competição com uma nota 227 e uma explosão de felicidade. Para os juízes, Cade foi melhor, ganhou 228 e ficou com a medalha.

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Roberto Jou e F5 Licurgo Tapajós. Foto: Alden Corrigan

“Estou muito orgulhoso do meu cavalo”, destacou João Felipe. “O coração dele é tão grande quanto a arena aqui em Tryon e ele é um dos cavalos mais potentes que montei até hoje. Nosso desempenho foi muito especial desde o primeiro dia e me sinto abençoado por essa oportunidade.”

Gunner Dun It Again (Colonels Smoking Gun) é um Quarto de Milha de sete anos, de propriedade de Paulo Francisco Tripoloni. João Felipe, que hoje reside em Maringá/PR, já havia participado de duas edições dos Jogos: Aachen/ Alemanha (2006) – quando foi o melhor brasileiro em pista com a 15ª colocação, e Kentucky/EUA (2010). Completaram o time Brasil Franco Bertolani/Wimpys Little Colonels e Marcelo Almeida/Mahogany Whiz.

A medalha de ouro ficou para Bernard Fonck montando What A Wave. Um dos nomes mais fortes da modalidade na Europa, o belga marcou 227 pontos. A prata ficou para Dan Huss, dos Estados Unidos, montando MS Dreamy, 226.5 pontos. Os Estados Unidos são o país mais vencedor em WEGs, com cinco ouros por equipe e 11 medalhas individuais.

Participaram da final individual de Rédeas 22 conjuntos de oito países: Estados Unidos e Itália com quatro representantes cada. Alemanha e Brasil com três. Áustria, Bélgica e França com dois. Austrália e Uruguai com um representante cada.

Assista o desempate de João e Kid:

A equipe brasileira de Adestramento encerrou sua participação com melhora nas notas no Grand Prix, válido pela final por equipes, porém sem avançar para a segunda prova o Grand Prix Special. Essa prova foi disputada pelos 30 melhores da primeira passada. Repetindo o sucesso por equipes, a Alemanha ficou com o ouro novamente.

E outra vez, título para Isabell Werth e Bella Rose. A ‘Rainha’ do Dressege alcançou nota 86.246 para vencer, levar mais um título para seu País e mais uma medalha para casa. O segundo lugar foi de Laura Graves, dos Estados Unidos, com Verdades, 81.717; deixando a medalha de bronze para a Inglaterra. Charlotte Dujardin, com Mount St John Freestyle, marcou 81.489.

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Laura Graves, Isabell Werth e Charlotte Dujardin. Foto: FEI

O Freestyle Grand Prix de Adestramento, programado para domingo para ser disputado entre os 15 melhores do Special, foi cancelado devido à chegada do furacão Florence. E com a impossibilidade de adiar o retorno dos cavalos para outro dia, a FEI não teve escolha. Outra modalidade que sofreu cancelamento foi o Enduro, já com a disputa em andamento. Também devido ao mau tempo e graves contratempos na organização, não teremos campeões em 2018.

O Concurso Completo de Equitação, dividido em três provas – Adestramento, Cross-country e Salto -, começou sua disputa no WEG pelo Adestramento. Alemanha levou a melhor na primeira parcial, nas apresentações de Adestramento. No Cross-Country, a alemã Ingrid Klimke, com SAP Hale Bob OLD, fez novamente a melhor média. Hoje (17) estão acontecendo as provas de Salto, que darão o resultado final dessa modalidade. Alemanhã lidera no individual e a Grã-Bretanha por equipes.

As competições seguem até sábado, 23 de setembro, com Volteio, Adestramento Paraequestre, Salto e Atrelagem. Todas as informações: www.tryon2018.com ou www.fei.org.

Por Luciana Omena
Fonte: Tryon, CBH e FEI

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