Segunda divisão e a mais importante porta de entrada para a elite do esporte Montaria em Touros nos Estados Unidos pela Professional Bull Riders
No ranking mundial, ele é o 27° colocado. De Tupã/SP, Danilo Carlos Sobrinho faz sua estreia na PBR americana em 2019 e já despontou. No momento, é o líder do ranking da Velocity Tour, a segunda divisão da PBR. E no ranking dos novados, Rookie Of The Year, é o oitavo. Soma até agora em 18 etapas no total da temporada, 585 pontos, 2166 atrás do líder – que é o brasileiro José Vitor Leme – e US$ 35.728,00.
Desses números, a maior quantia vem de sua participação na Velocity Tour. Com tudo isso que vem acontecendo, aos 32 anos, ele não pode deixar de se perguntar, às vezes, o quão diferente sua vida poderia ter sido se tivesse ido para os Estados Unidos no início de sua carreira. Ele é o mais velho entre os que concorrem a Rookie. Mas ele não vê isso como empecilho, acredita que todos os seus sonhos e aspirações estão perto de serem conquistados.
Um desses, o título de Rookie of the Year de 2019 pela PBR. “Eu gostaria de ter vindo quando era jovem, quando estava no meu auge”, disse Danilo com a ajuda de Paulo Crimber na tradução. “Mas, ainda há muito tempo para fazer as pazes e fazer este trabalho acontecer”. Pouco mais de 460 pontos o separam de Cody Jesus, que lidera o Rookie.
Na trajetória de Danilo, ele começou a montar mais tarde que o de costume. Para algumas pessoas pode parecer que ele chegou tarde aos Estados Unidos, mas ele também foi começou mais tarde no esporte. Cresceu em no interior de São Paulo, Brasil, seu pai era fazendeiro e também transportava gado pelo Brasil para ganhar a vida. Mas nunca fez parte dos planos dele ganhar a vida como um atleta de rodeio.
Não até que ele completou 21 anos. Vários de seus amigos o convenceram a tentar. Danilo trabalhava em fazenda e aos poucos começou a perceber que, aparentemente, tinha talento para montar em touros. Mesmo que os amigos já praticassem há anos, quando ele aparecia, fazia igual, ou até melhor que eles. Portanto, nas folgas das tarefas do rancho, ele passava o tempo montando.
“Eu nunca me interessei de verdade em começar a montar cedo. Sempre trabalhei, mas muitos dos meus amigos me incentivam. Então eu comecei a ir para alguns treinos e fazer melhor que outros caras”. A ideia de ser um profissional finalmente surgiu quando ele foi para seu primeiro rodeio. “Fiquei em terceiro lugar e ganhei o equivalente a dois meses de trabalho no rancho”.
A decisão foi tomada naquele momento. Ele iria seguir uma carreira profissional em Montaria em Touros. Dois meses de trabalho no rancho x um trabalho por oito segundos? Escolha fácil. Danilo começou a ir aos rodeios e passou a trilhar um caminho vencedor no Brasil. Até que, seis anos depois, venceu o Top Team Cup, sua primeira grande vitória, embolsando R$ 600 mil. Mas ele continuou na batalha, passando a montar na PBR Brasil.
Esse foi o começo do sonho de ir para os Estados Unidos. Antes, nenhuma outra oportunidade tinha surgido. Montando pela PBR Brasil, também acabou indo a alguns rodeios da Liga Nacional de Rodeio ano passado, conseguindo uma vaga para montar no The American. “Consegui o visto e comprei meu cartão da PBR”, reforça. Já havia montado na PBR, em 2018, em apenas uma etapa, mas não seguiu.
Alguns de seus amigos brasileiros, como o número três do mundo João Ricardo Vieira, o incentivaram a voltar em 2019. E tudo mudou quando ele ganhou o Youngstown Invitational Pendleton Whisky Velocity Tour, em 25 de janeiro, tendo a chance de montar também na Unleash The Beast, a divisão principal. Ficou nos Estados Unidos, uma ótima escolha. “Este ano estou mais focado e mais determinado. Já me acostumei com os touros, eles não me surpreendem mais”.
O sonho de competir na final mundial da PBR está perto. Ele está feliz em poder galgar esses degraus.
Por Justin Felisko/PBR
Tradução e adaptação: Luciana Omena
Fotos: PBR