Alberto Guerra é Comissário Internacional Oficial FEI e pela segunda vez viajou à Alemanha para executar funções de Steward
Alberto ao lado de um quadro que representaum obstáculo famoso do CCE
Viajar o mundo e trabalhar com cavalos. O que para muitos parece sonho, já é realidade para Alberto Guerra, empresário, publicitário e Gestor em Equinocultura. Ele ainda concilia seu trabalho com a função de Steward, ou seja, ele também é Comissário Internacional Oficial FEI, profissão que você pode conhecer nesta matéria aqui.
Esta foi a segunda vez que Alberto teve a oportunidade de fazer uma viagem internacional e atuar como Steward. Desta vez, foram 18 dias viajando ao redor da Alemanha. “Passei por Frankfurt, Bielefeld, visitar um amigo juiz de CCE, cavaleiro e criador de cavalos, então fui Hanover, Berlim e Dresden. Cruzei a Bavária para terminar em Stuttgart e então fui até Gomadingen, cidade onde aconteceu a prova”.
O evento que Alberto trabalhou, Marbach International Eventing, é uma prova tradicional na Alemanha exclusiva para a modalidade de CCE – Concurso Completo de Equitação, que acontece há várias décadas e reúne grandes cavalos e cavaleiros de diversos países, como Alemanha, Suíça, Bélgica, Equador, França, Itália, dentre outros.
Inspeção veterinária antes da prova“O evento aconteceu de 10 a 13 de maio. Foi uma prova três estrelas, ou seja, bastante técnica, e contou também com um campeonato dos pôneis, muito populares na Europa. Este ano houve um aumento considerável nas inscrições, aproximadamente 150 cavalos a mais do que na última edição. Com isto, o número de inscrições foi de aproximadamente 400 cavalos. Agora, multiplique este número por três etapas da prova (adestramento, cross country e salto) e você terá uma ideia da dimensão do trabalho e da responsabilidade”, explanou Alberto.
CocheirasEle contou também que o evento aconteceu no Marbach Stud, um centro fundado pelo governo alemão em 1514 (praticamente a idade do Brasil) para criação de cavalos, originalmente para o Império. De acordo com Alberto, com o passar do tempo as instalações foram se renovando para atender a demanda de cavalos de trabalho, os cavalos militares e finalmente, para o esporte. “Este local fica situado na cidade de Gomadingen e está aberto a visitação o ano todo”, complementou.
Alberto em visita à FederaçãoEquestre da Alemanha
Sobre o intercâmbio de conhecimento neste evento, ele disse que participaram Stewards alemães, uma polonesa e ele, brasileiro. Alberto considera interessante a interação, pois, segundo ele, as vivências de cada um em relação a provas e de cavalos são muito distintas e isso favorece para a condução do evento. Disse também que “é sempre válido conhecer outras realidades de cavalo e novas formas de se trabalhar com esses animais, isso nos ajuda a desenvolver o nosso mercado e a pensar fora da caixa”.
Ao ser questionado sobre qual a principal bagagem que ele trouxe desta experiência. Alberto foi enfático: “A principal bagagem que trago dessa viagem são três coisas: 1 – A cultura equestre, ou seja, eles vivem o cavalo todo o tempo e desenvolveram este mercado de maneira sólida e responsável; 2 – rotina e trabalho: todo o trabalho rotineiro é desenvolvido por uma mesma pessoa, normalmente o proprietário do cavalo; e finalmente 3 – Planejamento a longo prazo. Para mim, o grande responsável pelos resultados alcançados em competições equestres, é uma construção, dia a dia, trabalhando em conjunto com os cavalos e outras pessoas. Entendo que o encurtamento do processo, ou o uso de atalhos, sempre será prejudicial tanto para o esporte quanto para as carreiras profissionais.”
Cavaleiro iniciando o crossPor Juliana Antonangelo
Fotos: Arquivo Pessoal
Na chamada, foto da etapa de cross-country