Entidades filiadas e representantes dos atletas se preparam para o processo eleitoral 2020 da Confederação Brasileira de Hipismo. Dessa forma, os próximos presidente e vice da entidade para o quadriênio 2021-2024 serão escolhidos no dia 30 de novembro. Duas chapas foram inscritas. Uma delas encabeçada Francisco José Mari, candidato à presidente, e João Loyo de Meira Lins, vice.
Kiko Mari, como é conhecido, é empresário do ramo de bens de consumo há mais de 35 anos. Ao mesmo tempo, tem vasta experiência em gestão e uma ligação antiga com cavalos. Desde os 11 anos de idade ele frequenta o Clube Hípico de Santo Amaro em São Paulo. Antes de tudo, há 25 anos ele é Conselheiro do Clube, que já comandou como presidente em quatro oportunidades.
Assim como foi presidente da Federação Paulista de Hipismo. Francisco José Mari é, acima de tudo, a chapa da situação, já que conta com o apoio do atual presidente da CBH, Ronaldo Bittencourt Filho. Sua trajetória no Hipismo conta com a parceria de 20 anos com José Roberto Reynoso Fernandez Filho, cavaleiro de renome nacional. Os dois são sócios em três importantes cavalos: Azrael W (ainda em atividade), Maestro St Louis e Long Neck. Conheça mais sobre o candidato a seguir.
LEIA TAMBÉM
- Entrevista: conheça Bárbara Laffranchi, candidata à presidência da CBH
- Eleição para presidente da CBH acontece em novembro
Quem é Francisco José Mari
Paulistano, 61 anos, Francisco José Mari é empresário. Ocupa o cargo de diretor presidente da Total Química, empresa que conta com marcas fortes e confiáveis no mercado. A saber: Sanol, Daclor, Plush, Plush Planet, Total Planet, Renovar, SanolDog, KDog, Giorno, GiornoBagno, Zero a Dois 02 e V8.
Filho de Pedro Mari (In Memoriam), que foi cavaleiro e sócio do CHSA e fez parte, acima de tudo, da lendária Ordem dos Capacetes Brancos. Um grupo que fazia passeios a cavalo na região da zona sul de São Paulo e também na Baixada Santista. Cavaleiro amador, assim como a esposa, Kiko é casado com Lourdes Mari. Os dois são pais de Raphael Mari, cavaleiro das categorias de base do Salto em alto rendimento.
Presidiu a Federação Paulista de Hipismo (FPH) no biênio 2008/2009, assim como presidiu o Clube Hípico de Santo Amaro em quatro gestões 2003/2004, 2005/2006 e 2017/2018 e 2019. Há 25 anos é Conselheiro do CHSA, entidade onde é sócio há 50 anos. De fato, Kiko tinha 11 anos de idade quando a família passou a frequentar Santo Amaro, em 1970. Ele montou até os 17 anos em uma época que não haviam muitas provas. Levou, portanto, o esporte como hobbie. De acordo com ele, as oportunidades eram diferentes naquele tempo.
Das aulas de Adestramento e Salto no Clube Hípico de Santo Amaro, a família transferiu seus cavalos para uma casa de campo em Ibiúna/SP. Faziam passeios a cavalo pela região com um grupo de amigos. Ademais, foi nesse local que o pai cavalgou até os 74 anos todo domingo. Em seguida, Kiko deu um tempo do Hipismo e por 15 anos participou de competições de endurance com motocicletas.
De volta ao cavalo…
Quando voltou ao cavalo, por volta dos 35 anos de idade, Francisco José Mari entrou para o Enduro de Regularidade, participando de competições de 40km de distância com um grupo de dez pessoas, todos da região de Ibiúna. Só para ilustrar, época em que o esporte começava no Brasil. Desse modo, foram de cinco a seis anos competindo no Enduro até que decidiu voltar ao Clube Hípico de Santo Amaro e ao Salto, onde está até hoje.
Voltou a saltar e teve como treinador José Roberto Reynoso Fernandez Filho. São 20 anos de parceria com um dos melhores e mais pontuados cavaleiros do Brasil. Juntos eles têm Long Neck, um dos primeiros cavalos e que alavancou a carreira de Reynoso com importantes conquistas. Inclusive no Athina Onassis Horse Show na Sociedade Hípica Paulista. Por consequência compraram Maestro St Louis que, além de vitórias nos principais GPs do país, defendeu o Brasil nas Olimpíadas de Londres 2012.
Por fim, e não menos importante, Azrael W, cavalo com maior número de vitórias no Brasil nos últimos oito anos na categoria Senior Top. Ganhador inúmeras vezes, com Reynoso, de campeonatos brasileiros e ranking geral, e ainda tricampeão do GP Indoor SHP, entre outros.
Candidatura à presidência da CBH
Enquanto a carreira de Reynoso decolava como cavaleiro, a de Kiko Mari se fortaleceu como dirigente. Por todos anos no Hipismo e como gestor de duas importantes entidades da modalidade, Kiko recebeu o convite para integrar a chapa de Ronaldo Bittencourt Filho nas eleições da CBH. A princípio, seria o vice de Ronaldo, pessoa que tem total confiança e amizade. De acordo com ele, a primeira reação foi de não aceitar porque tinha planos até de concorrer novamente à presidência do CHSA.
Mas, por ter um grupo forte de apoio à chapa, pessoas que ele confia e tem amizade há vários anos, Kiko Mari aceitou não só ingressar, bem como assumiu a liderança da chapa como candidato à presidente. Ao lado de João Loyo de Meira Lins, seu candidato a vice, afirma que todos os seus apoiadores, assim como ele, são pessoas do cavalo e que montam a vida toda. Cavaleiros amadores, portanto, que saltam desde criança, e por isso aceitou a indicação de concorrer pela qualidade do trabalho, do esporte com amor e dedicação.
Gestão na FPH
Francisco José Mari, antes de mais nada, levou para a maior entidade estadual, e mais importante no desenvolvimento do hipismo nacional, uma visão empresarial de gestão. Sob seu comando, entre 2008 e 2009, formou-se uma diretoria pautada pela experiência de seus ocupantes nas modalidades em que atuam.
Como cavaleiro amador e tendo iniciado no Hipismo ainda criança, Kiko Mari investiu na equitação fundamental. Dessa forma, criou uma intensa agenda de competições com agenda forte no interior paulista. Movimento que fomentou a formação de base do esporte e contabilizou cerca de 1.000 competidores. Além disso, que acabou por revelar novos talentos na modalidade Salto, além de viabilizar a estabilidade e subsistência de escolinhas de equitação.
À época de sua gestão, a FPH contava com cerca de 100 entidades registradas entre filiadas, convidadas e escolas distribuídas por 158 municípios do Estado de São Paulo. Outra característica da gestão Kiko Mari na FPH está a inclusão social. Uma vez que a entidade realizou, apoiou e desenvolveu eventos do Adestramento Paraequestre, inclusive no interior do Estado.
Entre os desafios, o candidato à presidência da CBH assumiu a presidência da FPH no ano olímpico de 2008. Em virtude de um evento da tamanha importância, a entidade promoveu, junto com a CBH e a FEI, as seletivas de Adestramento e Concurso Completo de Equitação (CCE) e ainda promoveu clínicas. Antes de mais nada, dos 11 atletas que representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, oito eram representantes de São Paulo.
Fortalecimento de todas as modalidades
Além do Salto, Adestramento e CCE, a gestão de Kiko Mari na FPH investiu em todas as outras modalidades que fazem parte da Confederação Brasileira de Hipismo. Sobretudo, três que têm em São Paulo o maior polo de praticantes e desenvolvimento: Enduro, Rédeas e Volteio.
Então, a FPH foi parceira da CBH na organização de seletivas olímpicas do Adestramento. Do mesmo modo que esteve à frente das seletivas para os Jogos equestres Mundiais e ainda de campeonatos brasileiros e do Dressage Challenge. Além disso, a FPH promoveu, no período, competições estaduais. FPH e CBH também realizaram duas seletivas olímpicas de Concurso Completo de Equitação em Colina/SP, além de competições nacionais e estaduais.
Houve uma boa movimentação da modalidade Enduro entre 2008 e 2009, quando Kiko esteve à frente da FPH. Junto ao Instituto Enduro Brasil e com chancela da CBH e da FEI, sua gestão organizou a 1ª Copa das Nações de Young Riders do continente americano em Mogi das Cruzes/SP. Na ocasião, o Brasil conquistou medalhas de ouro por equipe e individual. Na França, o Time Brasil de Enduro foi bronze nas Copas das Nações em 2008 e 2009. Paulista integraram a equipe. A FPH também elaborou novo regulamento nas provas de Regularidade para o campeonato Paulista, que contou com mais de 100 competidores.
Enquanto para o Volteio, o destaque do período fica para as duas equipes – Senior e Junior – de representantes da FPH que vestiram as cores Brasil nos campeonatos Mundial e Europeu de 2008. Do mesmo modo que a FPH sob o comando de Kiko Mari atuou no fomento da Rédeas, em parceira com a ANCR. Competições levaram o Brasil ao quarto lugar por equipes no FEI World Reining Masters Series, em Oklahoma City. Enquanto foram realizadas seletivas para os Jogos Equestres Mundiais de Kentucky 2010.
4 mandatos à frente do CHSA
Há 25 anos atuando como Conselheiro do Clube Hípico de Santo Amaro, uma das entidades mais representativas do hipismo brasileiro, Francisco José Mari é sócio há 50. Pode-se dizer, então, que o clube hípico é a sua segunda casa. Ao mesmo tempo que ajudou a entidade como gestor por quatro mandatos – 2003/2004, 2005/2006 e 2017/2018 e 2019. Nesse meio tempo, houve fomento e promoção de competições nacionais e internacionais de Salto e Adestramento.
Especialmente entre 2017 e 2019, Kiko retomou ao âmbito nacional o tradicional Torneio de Verão do CHSA logo após um hiato de um ano como estadual. Eventos como CSN D Maio, importante concurso nacional, Aniversário Clube Hípico de Santo Amaro e Copa Santo Amaro do Salto mantiveram índices altos de participação sob sua gestão. A competição de aniversário, por exemplo, é sempre o maior evento do ano da entidade, enquanto a Copa Santo Amaro é o maior ranking interclubes da América do Sul, com a melhor premiação.
Como presidente do CHSA, Kiko Mari investiu ainda na infraestrutura do clube: reforma para troca de piso de todas as pistas de Salto; criação do picadeiro Sérgio Brandão Gomes na pista de grama; nova sede para Escola de Equitação e Equoterapia; atendimento de Equoterapia pelo SUS. Cerca de 70 praticantes gratuitos, que colocaram o CHSA como principal polo de atendimento gratuito.
Também serão eleitos Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Conselho de Ética. Mais informações: www.cbh.org.br.
Por Luciana Omena
Créditos das fotos: Luis Ruas e CHSA