Como surgiu a ideia, o formato e quem foram os competidores que participaram da primeira edição de um dos eventos mais importantes do segmento
Agosto é o mês do rodeio de Barretos, contudo, devido a pandemia da Covid-19, em 2020 a 65ª edição da Festa do Peão foi transferida para o período de 28 de outubro a 2 de novembro. Assim, o famoso Barretos International Rodeo, que completa 27 anos esse ano, também mudou de data.
Barretos, com toda certeza, é a festa do peão pioneira do segmento. Até hoje, 65 anos depois da primeira edição, se mantém como referência de qualidade em todos os quesitos. O rodeio, o mais importante deles, sem dúvida. Só para ilustrar a evolução, em 2019 foram 11 dias de evento, com a participação de cerca de 600 competidores. E o prêmio para o campeão do Internacional foi uma caminhonete RAM 2500, avaliada em R$ 264 mil.
1° Barretos International Rodeo
No começo da década de 90 o rodeio em touros estava no auge no Brasil. Haviam circuitos que apareciam na TV, como o Fivela de Ouro e o Espora de Ouro. Mas antigo que o do Brasil, o rodeio em touros nos Estados Unidos era famoso. Então, muitos se perguntavam: os nossos touros estão tão bons quanto os americanos?
Em 1993, então, colocou-se à prova um novo formato, o 1° Barretos International Rodeo. Foi dessa forma que surgiu a ideia de realizar uma competição internacional de rodeio no Brasil. A Festa do Peão de Barretos convidou cinco estrangeiros, quatro americanos e um canadense para as disputas. A saber: Tuff Hedeman, David Fournier, Bob Delvechio, Mark Cain e Daryl Mills.
De tal forma que aconteceram duas competições paralelas. O rodeio tradicional de Barretos, de quinta a domingo, em cinco rounds, e o Barretos International Rodeo, ao final de cada rodada. Além da diferença no número de participantes, no rodeio tradicional o competidor recebia nota mesmo se caísse do boi, formato realizado no Brasil na época, que aos poucos foi sendo deixado de lado. Por outro lado, na disputa do internacional valia a regra americana, oito segundos ou nota zero.
Para concorrer ao prêmio ao lado dos cinco ‘gringos’, 11 competidores nacionais foram escolhidos pela associação dos tropeiros que existia na época. Os melhores daquele tempo: Adriano Moraes, Juraci da Silva, Vilmar Felipe, Rogério Ferreira, Fabrício Alves, Cassius Clay, Gerson Lopes, Nelson Calzon, Milton Célio Rosa, Alencar Risoli Casado e Jonas de Oliveira.
Resultados
Tuff Hedeman foi o campeão do 1° Barretos International Rodeo, único a parar nos quatro touros. A premiação foi em dólar, US$ 12 mil para ele. Tuff já era uma lenda quando veio. O único a ganhar título mundial de Montaria em Touros pela PRCA e pela PBR. Já tinha três títulos de campeão mundial pela PRCA (1986, 1989 e 1991) e dois anos depois foi campeão mundial pela PBR (1995).
Quem disputou com ele ponto a ponto foi Adriano Moares, brasileiro que viria a se tornar ídolo e tricampeão mundial. Adriano caiu do último touro e quem é dessa época lembra ele socando a porteira ao ver o título escapar das mãos. No ano seguinte, foi para os Estados Unidos e conquistou seu primeiro título mundial pela PBR (1994, 2001 e 2006). Até hoje, Barretos é a única fivela que Adriano não conquistou em sua vitoriosa carreira nas arenas.
Como aconteceram duas competições simultâneas, o campeão do rodeio oficial de Barretos em 1993 é Mozart Rodrigues Junior. Ele que ganhou a disputa no formato tradicional. Vale ressaltar que os gringos também montaram na competição paralela e Tuff ficou em terceiro. Só não ganhou também pois caiu do seu touro na final. Foram nove bois e oito paradas para o norte-americano.
No ano seguinte, a comissão da Festa do Peão não realizou as disputas separadas, o Barretos International Rodeo passou a ter formato único.
Por Luciana Omena
Fonte: Thiago Arantes e Abner Henrique