Dando sequência à Série Mustad com o passo a passo de um bom ferrageamento, nesta segunda reportagem você vai aprender como tirar a ferradura corretamente do cavalo. Antes de mais nada vale lembrar que na primeira matéria da série o médico veterinário e ferrador Luiz Gustavo Tenório falou sobre a importância de avaliar o cavalo antes do processo do ferrageamento.
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Agora é a vez do ferrador profissional Danilo Gabrilaitis explicar o próximo passo: como tirar a ferradura corretamente. De antemão, o profissional frisa a importância de sacar (como é popularmente falado) da forma certa a ferradura a fim de se evitar rachaduras, trincos ou até mesmo a retirada de pedaços do casco. “Porque depois para recuperar um casco danificado fica muito complicado”.
Existem, portanto, quatro formas de desarrebitar os cravos da ferradura. A primeira delas é usando o tripé para ferrageamento. “Não se esqueça de deixar o cavalo bem relaxado, nem muito para frente nem muito embaixo, numa linha confortável, para fixar o casco no tripé”, frisa Danilo.
Na sequência, com a ajuda de um martelinho e um machadinho bater nos cravos fixados no casco a fim de desarrebitá-los. “Outra ferramenta utilizada neste trabalho é a grosa, para cortar o arrebite do cravo, no lugar de erguer. Usa-se a parte fina da grosa para cortar o arrebite do cravo e não a grossa, porque aí pode danificar a parede do casco. Daí é só ir passando a grosa de lado, com muita calma, que os cravos vão se soltando”.
A segunda forma para sacar a ferradura também é com a machadinha, mas sem o tripé de ferragemento. Neste ponto, Danilo orienta ao profissional usar os joelhos para apoiar o casco entre as pernas e com a machadinha bater levemente em cada um dos cravos até eles se soltarem totalmente.
Alternativas sem impacto
A terceira maneira de tirar a ferradura corretamente é com o bico de papagaio, também conhecido como saca-cravo. “Em casos do cavalo ter uma broca, laminite, que sinta alguma dor no casco, é legal usar essa ferramenta porque não causa nenhum tipo de impacto na parede do casco. Ou seja, incomoda menos. Daí é só puxar facilmente cada cravo com a ferramenta”, explica o ferrador profissional.
Por fim, a última maneira de sacar a ferradura é com o uso de uma torquesa (ferramenta que tem uma boca mais larga). “Sempre começo pelo último cravo, daí fecho a ferramenta embaixo da ferradura, que já vai se mover automaticamente, e faço uma alavanca para frente, que é o suficiente para erguer os cravos. Faço a mesma coisa do outro lado, antes de ir para o meio do casco para não danificar a parede”.
Vale frisar que na hora de remover os primeiros cravos (que estão no centro), Danilo costuma fazer um movimento para frente e um pouco para dentro com a torquesa encaixada na ferradura. “Assim, os cravos ficam soltos e é só retirar cada um deles para dar sequência no processo de ferrageamento”, acrescenta.
Considerações finais
“Por fim, lembre-se: é importante ir alternando sempre os lados na hora de retirar os cravos, independentemente da técnica que for usar. Sempre com cuidado, que seja algo confortável para o cavalo. Sem ficar fazendo muita alavanca, de uma forma muito bruta. Porque isso pode danificar a estrutura em si do casco e também danificar ligamentos, bem como articulações. Tem que ter cuidado para não causar nenhum tipo de problema para o casco do cavalo”, finaliza o ferrador.
Na próxima reportagem especial da Série Mustad, você vai aprender a técnica do ferrageamento por completo. Afinal, o casco cresce e precisa ser cortado, desbastado e corrigido. Não perca!
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Por Natália de Oliveira
Crédito da foto: Divulgação/Mustad