Agilidade do conjunto é imperativo para o ‘zigue-zague’ das Seis Balizas

Prova de Seis Balizas exige resistência, velocidade, flexibilidade, técnica e coordenação ao conjunto

O esporte Seis Balizas é um evento cronometrado. Apresenta cavalo e cavaleiro em um percurso entrelaçado em torno de seis postes dispostos em linha. Ter agilidade é imperativo para o sucesso do conjunto nessa modalidade. Acima de tudo, muita técnica e coordenação. Assim como exige resistência. Ao final do percurso, você ficará boquiaberto com o ‘gingado’ que o cavalo que corre essa prova demonstra.

Antes de mais nada, a boa equitação é fundamental. O conjunto que participa da prova de Seis Balizas deve trabalhar como um só para se destacar. Vários métodos são implementados, desde a abordagem slalom (zigue-sague), até a do passe lateral. O feeling do cavaleiro determinará, portanto, em qual delas seu cavalo se saíra melhor.

Não há registros da origem das Seis Balizas, mas de fato é um esporte praticado há muitos anos, antes mesmo dos Três Tambores. No Brasil, fez sucesso desde a sua chegada, quando as equipes da ABQM apresentavam o cavalo Quarto de Milha em demonstrações itinerantes pelo Brasil. Fora do nosso País, é chamada de Pole Bending e é um dos esportes mais fortes da NBHA.

Prova de Seis Balizas exige resistência, velocidade, flexibilidade, técnica e coordenação ao conjunto. O bailado do ‘zigue-zague’ encanta

O que é a modalidade Seis Balizas?

Seis Balizas nada mais é do que um evento em que a velocidade e agilidade do cavalo são testadas. De tal forma que participam dessa prova homens, mulheres e crianças. Então, o conjunto ‘costura’ duas vezes o percurso de seis postes em linha reta, com espaçamento de 6,5 metros entre eles.

Parte a galope e o tempo começa a contar quando o nariz do cavalo cruza a linha de partida, demarcada pela fotocélula. Pode começar quer seja pela direita, quer seja pela esquerda. Em velocidade, corre até a última baliza em linha reta. Em seguida, contorna as balizas da última até a primeira e depois volta fazendo o mesmos percurso. Por fim, o conjunto parte em nova linha reta até a chegada. O tempo para quando, novamente, o nariz do cavalo cruzar a linha.

Os vencedores são definidos em ordem crescente, do menor ao maior tempo, ou pela soma dos tempos. O padrão deve ser seguido com precisão e exatidão. Uma penalidade de cinco segundos é adicionada ao tempo final para cada poste derrubado. O conjunto será desclassificado se errar o percurso ou cair do cavalo. É essencial que o cavaleiro sente-se na sela e use a parte inferior do corpo e as pernas para conduzir o cavalo.

As balizas são feitas de PVC. A cor preferida para os postes é branco com anéis vermelhos, mas brancos e azuis são permitidos. A base de cada haste tem 14 polegadas de diâmetro e são feitas de borracha ou plástico.

Prova de Seis Balizas exige resistência, velocidade, flexibilidade, técnica e coordenação ao conjunto. O bailado do ‘zigue-zague’ encanta

Movimento em prol das Seis Balizas

Um trabalho minucioso e de precisão. Do ‘boom’ do começo da história, a modalidade Seis Balizas perdeu adeptos ao longo do tempo. Nos centros de treinamentos e ainda em algumas provas, os Três Tambores e as Seis Balizas andam juntos. Eventualmente, quem faz uma modalidade, também pratica a outra.

Inclusive, em muitos programas de treinamento o potro é iniciado primeiro na baliza para depois ir aos tambores. Há também uma corrente que corrige problemas dos cavalos de tambor passando eles pela baliza. Elas se complementam, mas uma cresceu exponencialmente mais do que a outra aqui no Brasil.

Ter cavalos separados para treinar e competir nas Seis Balizas é privilégio de poucos. Privilégio, pois o retorno é baixo. Poucas provas e com premiações que não se sustentam. Há muita gente engajada em achar soluções, ações de fomento e que mantém a modalidade viva em suas casas ou nas provas em que organiza e participa. Mas o resultado efetivo não tem acontecido. Pelo menos não a nível global. Campeonatos e Associações seguem buscando alternativas para a modalidade não acabar.

De acordo com entusiastas, o crescimento dos Três Tambores nos rodeios e a implantação do formato em Divisão são dois fatores que contribuíram para que fosse minado o fortalecimento da Baliza. Por outro lado, as premiações ficaram cada vez mais astronômicas no Tambor e, por consequência, os investimentos foram canalizados. A busca incessante pela velocidade e por animais com a linhagem de velocidade também contribuíram para o declínio das Seis Balizas, esporte que ‘pede’ animais com linhagem de trabalho.

Muitas são as ideias, muito se é discutido, muitas são as pessoas que não querem e não vão desistir. Mas o que realmente precisa começar a ser feito para que a modalidade volte aos seus dias de glamour?

Curiosidade

Na cultura gaúcha há uma prova chamada Rédeas, também conhecida de Prova das Balizas. São promovidas pelos Centros de Tradições Gaúchas – CTG. As duas são realizadas nas modalidades: desafio e cronômetro, em percursos diferentes (fotos acima). Dessa forma, na prova de cronômetro são nove balizas, cinco dispostas enfileiradas e quatro nos cantos da pista. A distância entre elas é de três metros.

O conjunto larga em direção a primeira baliza no canto direito da pista, contorna as quatro e por fim realiza o percurso em zigue-zague no centro na ida e na volta. O cronômetro para quando o conjunto cruza a linha de chegada. No desafio, dois conjuntos têm um percurso pré-definido e largam ao mesmo tempo. Devem contornar a baliza da ponta, seguir até o final da pista contornar a segunda baliza e partir para as balizas centrais. Ai sim ziguezaguear, ida e volta, e em conclusão partir para linha que cruza a reta final.

Além das provas de rédeas (balizas), também há o laço comprido, chasque, cepo. Todas provas consideradas campeiras. De acordo com nosso colaborador Luciano Rodrigues, nas provas culturais há a declamação de poesia, dança, canto, entre outros.

Cada CTG é divididos em regiões – Regiões Tradicionalista Gaúcha – RTG. Assim como todas as regiões constituem o Movimento Tradicionalista Gaúcho, na qual representa um Estado do Brasil. Anualmente, respeitando o regulamento dos MTG, têm-se os Encontros de Seleção, ou seja, os melhores de cada RTG defendem a sua região em uma competição estadual. Por consequência, os melhores de cada MTG participam dos Encontros entre Seleções do Estado, como se fosse um campeonato nacional.

Fonte: Wikipedia, AGCArabe, MTG do Paraná
Crédito das fotos: Wikimedia Commons, Cedar Spring Post

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