A história procede e foi divulgada pelo Globo Rural. O animal está numa barriga de aluguel e vai nascer no ano que vem
Imagina você saber que tem aquele indivíduo perfeito em todos os aspectos, desde a sua morfologia, passando por beleza, até chegar na performance. E saber também que hoje em dia é possível ir além da escolha de um cruzamento adequado – que pode dar certo ou não – e ter uma cópia exata desse animal especial. Os avanços tecnológicos desenvolveram técnicas de clonagem que já estão sendo utilizadas. Não custa pouco, mas os que entraram no negócio garantem que vale a pena o investimento.

O processo pode ser realizado tanto em caso de garanhão campeão ou de égua consagrada pelos descendentes como de animais que foram castrados, mas que poderão ser reproduzidos através de seus clones. A tecnologia permite que cavalos de qualidade comprovada continuem transmitindo suas características e aprimorando outros planteis.
A clonagem de cavalos pode até não ser novidade, mas o leilão de um clone ainda em gestação desperta muita atenção e interesse. Segundo o Globo Rural, importante publicação do setor, o clone de Platina RB, uma das éguas mais premiadas da raça Mangalarga, foi arrematado, ainda em gestação em uma fêmea ‘barriga de aluguel’, por R$ 478.400. O fato aconteceu em um leilão promovido pelo Haras Tarlim, em Jaguariúna/SP, em abril de 2018. O comprador foi Emiliano Abraão Sampaio Novais, de Botucatu, também no interior paulista.
Platina RB é considerada a melhor herdeira da linhagem feminina mais importante do Mangalarga por ser filha da égua Cascata, primeira fêmea equina clonada no Brasil. Sua produção também vem fazendo história e se mantém consistente às características observadas em seus ascendentes. Como é o caso de Delírio RB, garanhão chefe do Haras Tarlim, até hoje o cavalo mais jovem da raça a se tornar Campeão Nacional de Progênie de Pai.

Ainda segundo o Globo Rural, para a clonagem é utilizado equipamento ultra-sensível: uma lente que aumenta 200 vezes e micro-injeções eletroquímicas. De um modo simples, pode-se resumir a clonagem às seguintes etapas: retira-se uma lasquinha de tecido, do tamanho de um centímetro, de uma parte do corpo do animal a ser clonado, um núcleo com material genético, que pode ser do pescoço ou da cauda, por exemplo; faz-se um cultivo celular dessa biópsia em laboratório; e as células resultantes são congeladas a 270º abaixo de zero. Então, de uma égua no cio retira-se um óvulo.
O óvulo é colocado no aparelho e, com a micromanipulação, retira-se todo o conteúdo genético (oócito enucleado). Em seguida, é descongelada uma daquelas células do animal que será clonado e introduzido o núcleo dessa célula no invólucro do óvulo. Nesse momento, está criada uma nova vida. Levado para uma incubadora, tipo de um útero artificial, esse material vai se multiplicar e formar o embrião, justamente a cópia que se queria. O embrião-clone vai passar 11 meses numa receptora barriga de aluguel para se desenvolver. A taxa de sucesso na clonagem é de um potro nascido para cada 20 embriões produzidos.
No entanto, Aluísio Marins, Médico Veterinário e reitor da Universidade do Cavalo – UC, diz que é preciso prudência. “O clone é uma tecnologia muito real e presente hoje, mas ele não pode significar a garantira de sucesso, como foi o original, vamos dizer assim. É bacana clonar um cavalo que valha a pena, que seja especial, que tenha história, mas isso não quer dizer que sua cópia terá o mesmo sucesso, já que fatores como manejo, treinamento, meio de vida, entre outros além da genética, tudo isso influencia demais a vida do indivíduo. Já teve casos de clones que não foram domados, por exemplo. É tudo muito bom, é uma evolução importante da biotecnologia de reprodução, mas é sempre prudente ter cuidado ao alimentar a esperança que vai ser a mesma coisa”.
Por Equipe Cavalus
Fonte e Foto: Globo Rural