Em 1990, arqueólogos britânicos descobriram na rua Elverton — em Westminster, Londres —, em meio a obras que seriam realizadas, um intrigante cemitério de cavalos usados em justa, antigos torneios realizados com armas adaptadas para diminuir os ferimentos.
Torneios em Londres
Análises recentes dos restos mortais dos animais apontam que, possivelmente, alguns membros da elite de Londres costumavam “importar” cavalos de diferentes áreas da Europa.
Vale mencionar que, no período medieval, os cavalos eram tratados como ‘supercarros modernos’, e importados de várias regiões pela elite. No caso, as descobertas recentes apontam que os animais também teriam sido utilizados nas famosas justas.
Com técnicas avançadas de investigação, pesquisadores da Universidade de Exeter analisaram a composição química dos restos mortais de vários cavalos encontrados no cemitério, com o intuito de identificar as origens e até mesmo rotas que percorreram.
“As assinaturas químicas que medimos nos dentes do cavalo são altamente distintas e muito diferentes de tudo o que esperaríamos ver num cavalo que cresceu no Reino Unido”, afirma o Dr. Alex Pryor, professor sênior de arqueologia e investigador principal, em comunicado.
“Esses resultados fornecem evidências diretas e sem precedentes de uma variedade de movimentos e práticas comerciais de cavalos na Idade Média”, acrescenta.
Com as investigações recentes, foi confirmado que as elites de Londres tinham representantes em meio a mercados comerciais de toda a Europa, onde buscavam os melhores cavalos que seriam levados até Londres. Grande parte dos animais, foi constatado, era originária da Escandinávia, dos Alpes e outras áreas do norte e leste europeu.
Análises
Conforme repercutido pelo Heritage Daily, para o primeiro experimento realizado, os pesquisadores coletaram 22 dentes molares de 15 animais. A partir de uma medição de proporções isotópicas nos dentes, foi possível identificar a origem potencial de cada cavalo.
Além disso, também foram descaradas algumas possibilidades, como centros de reprodução de equinos da Espanha e do sul da Itália.
“A análise física dos dentes revelou desgaste sugestivo de uso intenso de freio, frequentemente empregado em animais de elite, especialmente aqueles preparados para guerras e torneios após o século XIV. O desgaste em duas das éguas também sugeria que elas eram usadas sob a sela ou com arreios e para reprodução”, também acrescentam os pesquisadores no estudo, publicado na Science Advances.
Além disso, os pesquisadores ainda apontam, por fim, que “a análise dos esqueletos revelou que muitos deles tinham tamanho acima da média, com vários casos de vértebras torácicas e lombares inferiores fundidas, indicativas de uma vida de equitação e trabalho duro.”
Fonte: Aventuras na História
Fotos: Divulgação/Domínio Público via Wikimedia Commons
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