Criadores

Técnica de ICSI e congelamento de embrião são realizadas pela primeira vez na raça Bretão

Pesquisa já resultou em um embrião que foi congelado

Publicado

⠀em

Uma revolução importante marcou a raça de cavalos Bretões nos últimos dias. O criador Aluísio Marsilli, do Haras MD, localizado em Bocaina de Minas/MG, em parceria com a superintendente técnica da raça, Susana Reinhardt e o apoio da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Bretão, AABCC Bretão, aplicaram a técnica de ICSI e subsequente vitrificação inédita no mundo de um embrião da raça Bretão.

A técnica ICSI já é aplicada em outros animais. A transferência de embriões na raça, explica Susana, começou a ser usada há cerca de 12 anos, com o objetivo de promover o melhoramento genético, escolhendo éguas doadoras e garanhões de qualidade e inseminando em éguas puras médias.

Entenda como funciona o ICSI

Entretanto, a dificuldade para encontrar receptoras de qualidade e os altos custos da técnica inviabilizaram a prática. “Nunca congelamos embriões ou tivemos venda de embriões aqui no Brasil”, afirma a superintendente.

O criador Aluisio Marsili procurou na França, berço da raça, embriões para importar ao Brasil, visando melhorar a genética do seu criatório. Ele já havia procurado por garanhões no Brasil, mas em virtude da crescente procura por carne equina no mercado internacional, os criadores que possuíam animais com qualidade estavam segurando suas coberturas.

“Foi uma fase muito complicada, porque ninguém queria vender sêmen ou disponibilizar doadoras para proteger a raça, pois a procura para o abate era muito grande”, relembra.

Aluísio Marsilli é diretor da ABCC Bretão e responsável por viabilizar a técnica

A solução encontrada foi procurar por animais na França. Porém, o país não realizava a técnica de congelamento de embrião, nem as técnicas tradicionais já conhecidas. Mesmo Marsalli solicitando aos criadores franceses e até mesmo a Associação Francesa, não houve viabilidade.

No final do ano passado, Suzana pesquisou para uma égua idosa de sua propriedade a viabilidade de utilizar a técnica ICSI, entretanto, como a realização da mesma possui um custo muito elevado, acabou desistindo.

Neste mesmo período, Marsilli também estava em busca de uma solução para expandir sua criação, aproveitando melhor a genética de suas éguas e dos sêmens de garanhões que importou da França.

Susana Reinhardt acompanhou o criador no desenvolvimento da técnica

“Conversei com o Rafael de Castro Ettori, presidente da AABCC Bretão, em agosto, para tentarmos algo inusitado e aproveitar melhor a genética de meus animais. Chegamos a conclusão de tentar essa nova técnica de formação de embrião, e depois congelá-los, visto que para a transferência direta não teríamos receptoras disponíveis” relembra Marsilli.

Criador e presidente procuraram por Susana para saber se a técnica seria viável e, após sua resposta positiva, passaram a procurar um laboratório para iniciar o processo e as coletas.

A escolha dos animais

A égua escolhida para a doação foi a Campeã Nacional da Raça, Diana du Trepas MD, égua pura de origem internacional, filha de Tania Du Trepas, 3° colocada no Salão Internacional de Agricultura de Paris.

Diana du Trepas é considerada a melhor égua na raça no país atualmente

Diana chegou ao Brasil no útero de sua mãe e hoje é considerada a melhor égua da raça no país.

O garanhão escolhido foi Vicking du Bot, francês. Seu sêmen chegou congelado da França.

A técnica foi realizada no VD Horse SPA, localizado na cidade de Itu/SP.

Na primeira tentativa, a técnica já resultou em um embrião que foi congelado.

“Foi uma conquista muito importante para a raça, pois poderemos desenvolver animais com uma qualidade genética ainda melhor, fomentando a raça no Brasil”, comemora Marsilli.

Próximos passos

Passada a estação de monta e coletas dos animais, os resultados serão reavaliados para saber quantos embriões vingaram, quais os custos finais para a realização da técnica e congelamento a fim de comercializa-los para o mercado nacional e internacional.

“Estamos avaliando se o mercado irá absorver os embriões, mas já estamos muito felizes e empolgados com a conquista”, finaliza Marsalli.

Por: Camila Pedroso

Fotos: Divulgação

Acompanhe mais notícias no portal Cavalus

Brasileiro de Hipismo

Haras Cabana Boa Vista inicia projeto social envolvendo cavalos BHs

Publicado

⠀em

Iniciativa tem como objetivo iniciar no hipismo crianças das comunidades próximas ao haras, em Paudalho/PE

O Haras Cabana Boa Vista – especialista na produção e reprodução de cavalos de esporte – começou no sábado (11) um projeto social com cavalos da raça Brasileiro de Hipismo.

De acordo com o proprietário do haras, Alexandre Teles, a ideia do projeto é iniciar no hipismo crianças das comunidades próximas ao haras, que fica localizado em Paudalho/PE.

“Sabemos da importância do esporte na formação das crianças, e do peso e responsabilidade que esse empreendimento traz consigo. Que Deus nos ajude a seguir em frente e nos dê ânimo e forças quando necessário”.

O ponta pé inicial desse projeto foi dado com ajuda do cavaleiro e professor André Ferreira. Com muita paciência, ele ajudou as crianças, ainda meio desajeitadas, a darem seus primeiros trotes.

“A escolinha nasce de nosso anseio em ajudar a comunidade. A inspiração vem de D. Isnal Barbosa, nossa avó paterna, professora do primário em Campina Grande, e que ao chegar a Recife, dirigiu por mais de quatro décadas o Orfanato Presbiteriano Vale do Senhor”, acrescenta Alexandre.

Dessa forma, o animal utilizado nas primeiras aulas foi a Brasileiro de Hipismo CS Ully. Uma égua nascida em 2003 no Haras Campos Salles, que já teve seus dias de glória saltando GPs no Brasil.

Ainda de acordo com Alexandre, inexplicavelmente, CS Ully foi abandonada sem qualquer cuidado. E, assim, foi adquirida no ano passado pelo Haras Cabana Bos Vista para tentar seu restabelecimento. “Ela está trabalhando feliz da vida, dócil e empenhada em ajudar. Parece até que sabe o que está fazendo”.

Fonte: ABCCH
Crédito da foto: Divulgação/ABCCH/Anna Carvalho

Veja mais notícias sobre o cavalo Brasileiro de Hipismo no portal Cavalus

Continue lendo

Três Tambores & Seis Balizas

Haras ST discorre sobre o projeto ST Dashin Leo

Publicado

⠀em

Haras ST discorre sobre o projeto ST Dashin Leo

Em artigo publicado originalmente na Revista Tambor & Baliza, você irá conhecer um pouco mais a respeito da filosofia de criação do Haras ST

Há mais de 45 anos o Haras ST cria Quarto de Milha e detém inúmeras marcas que atestam a excelência do seu plantel. Assim sendo, é o Criador mais pontuado da história da ABQM, com mais de 16.000 pontos no RMT.

De acordo com as estatísticas, entre as dez melhores matrizes brasileiras, cinco formaram a base do criatório ST. Ou seja, 50% das melhores matrizes de todo o Brasil, incluindo a líder ST Cajuina, com mais de 3.500 pontos pela ABQM. Mãe, sobretudo, de ST Tapioca, que já tem com quase 2.000 pontos como matriz.

Ainda conforme os dados apurado, entre os atletas dois dos animais mais pontuados pela ABQM são a ST Tapioca, com mais de 1.400 pontos, e sua filha ST Taboquinha, com mais de 1.000 pontos. Os únicos animais com mais de mil pontos em pista nos Três Tambores.

Para exemplificar ainda a informação do começo do texto, o Haras ST acumula dez anos de ABQM Awards nos Três Tambores. Todos esses dados são oficiais da ABQM.

Do mesmo modo, consultando o arquivo do SGP Sistema, a liderança ST também impressiona: as três matrizes que lideram ganhos em R$ no Brasil são ST. E as únicas com mais de R$ 600.000,00 em ganhos.

Por fim, ao analisar o ‘Clube dos 16’, de cavalos que marcaram tempo na casa dos 16 segundos no Tambor, apesar de alguns dados ainda não terem sido atualizados, o ST lidera em número de tempos e a ST Cajuina como matriz.

Confira a análise do Dr. Marcio Tolentino!

Escolha dos reprodutores

“Muito obrigado pela oportunidade de abrir as portas do ST para falarmos da nossa filosofia de criação mais uma vez. Para começar, vamos pontuar algumas coisas. A importância da matriz já é bem conhecida e comprovada. Mas, um potro não nasce sem pai. Tem que haver um garanhão e há de ser bom: à altura do plantel de mães que o Haras ST possui.

O primeiro critério de escolha é pela morfologia e genética, que são inseparáveis: sua estrutura e suas proporções estão fortemente relacionadas à linhagem a que pertence. Nesse item procuramos observar detalhadamente as características que foram dominantes por parte de pai e de mãe (o que veio de um e o que veio do outro). Valorizamos particularmente a estrutura óssea, cascos e aprumos.

Sendo coerente com nosso pensamento, valorizamos muito a mãe na escolha dos nossos reprodutores. O ST Dashin Leo é filho da ST Cajuina. O terceiro ponto que analisamos é o caráter. Difícil de definir, mas desde novinho percebe-se um animal atento… mas manso, de boa índole. E a índole também é transmitida para os filhos.

Para nós é fundamental que os animais possam ser montados por amadores, jovens e principiantes. Acreditamos que isso é o alicerce do esporte que escolhemos. E tem mais: essas categorias é que sustentam a viabilidade econômica dos criadores, qualquer que seja seu tamanho. A escolha considerou também a beleza do animal, incluindo a cor. Sobretudo, há outros pequenos detalhes, mas sua exposição tornaria esse artigo muito longo!”

Escolhas semelhantes

“Os três garanhões que formaram o plantel do Haras ST foram escolhidos de acordo com os mesmos critérios da escolha do ST Dashin Leo. Dessa forma, o atual reprodutor-chefe do haras, ST Dashin Leo, carrega nas costas uma responsabilidade sem igual. Ele é o sucessor dos dois garanhões que iniciaram o criatório do ST há mais de 40 anos. Primeiro foi o Shady Leo e segundo o Fishers Fly.

Acima de tudo, tínhamos várias opções da geração de 2011 quando resolvemos escolher um garanhão. Inclusive, vimos alguns animais de outros criatórios. Mas ele foi o escolhido juntamente com o saudoso Dr. Kiko, presença fundamental na estruturação do ST a partir dos anos 2000.

O também muito saudoso Marcão Toledo domou o ST Dashin Leo. Certa vez nos disse: ‘é um carneiro doutor, garanhão para criança montar’. E o André Coelho foi escolhido como treinador: ‘entre os melhores animais que já montei’.

A campanha do ST Dashin Leo durou apenas três meses. Nesse curto período correu apenas seis provas e parou a campanha com a mudança do André para os Estados Unidos. Contudo, nesse meio tempo, foi campeão do Congresso ABQM Cavalo Iniciante Três Tambores 2015.

O ST considerou que a escolha do DL estava correta. Tinha tudo para gerar filhos velozes, mas sobretudo, mansos.

O projeto não parou aí: sempre entendemos que o planejamento de um criatório de cavalos deva ser a longo prazo, no mínimo cinco anos, sendo que para resultados mais sólidos é preciso no mínimo uma década”.

Parceiros do projeto

“Todos que compraram coberturas ou potros desse nosso garanhão são parceiros importantíssimos. Repetimos sempre que ‘ninguém se faz sozinho’. A partir de 2015 fizemos uma parceria especial com o Haras Flamboyant. Uma parceria gratificante, diga-se de passagem.

Havia e há um problema na utilização do Dashin como garanhão aqui no ST: consanguinidade com nosso plantel de matrizes. Das 25 matrizes em atividade no haras, 11 são irmãs dele, e uma é a própria mãe. Esse fato limita o volume de potros em pista para que fosse provada a sua qualidade como garanhão.

Dessa forma, estávamos, sim, aceitando parceria que participasse desse projeto. Necessariamente a longo prazo. E que aceitasse os custos que envolvem colocar até cinco gerações de potros em pista.

Novamente entra o Dr. Kiko, que sugeriu uma parceria com o Ivan Melo. O Haras Flamboyant tinha e tem um selecionado plantel de matrizes. Além disso, a parceira abriu a possibilidade de cruzamentos com éguas Tres Seis: cruzamento que achamos excelente para o DL.

Todo esse planejamento é importante para o projeto, mas, sobretudo, a nossa aproximação com o Ivan desenvolveu-se num ambiente de extrema confiança e amizade cada vez maior.

Acrescente-se a sintonia familiar, particularmente entre a Isabel e Ana Luiza, duas apaixonadas pelos criatórios dos pais e responsáveis pela sua continuidade. Isso tudo tem um valor inestimável”.

 Objetivos

“Entre os objetivos projetados, a longo prazo, para o ST Dashin Leo: com dez gerações em pista, ser um dos dez melhores garanhões produtores de Três Tambores no Brasil. Até agora há 2.494 garanhões produtores de animais pontuados na modalidade.

Estar entre os dez significa, hoje, estar numa elite representada por menos de 0,05% dos garanhões. E, acima de tudo, produzir cerca de 4.000 pontos. Com o passar do tempo esse número tende a aumentar.

O Haras ST acredita muito em avaliações estatísticas. Note-se que a estatística baseia-se em comparações com outros garanhões e índices: não avalia apenas números. Números são as ferramentas iniciais.

Assim sendo, para cumprir o objetivo citado os filhos do DL da primeira geração deveriam somar pelo menos 100 pontos no ano do seu Potro do Futuro (2018) e 350 pontos no final de 2019 com duas gerações em pista. Ainda 500 pontos no final de 2020″.

Avaliações

“O ST avalia os produtos do DL de cada geração e o desempenho de cada um individualmente. A estatística exige, como foi escrito acima, uma comparação com os melhores reprodutores e o estabelecimento de índices. Um bom índice é a média de pontos por filho. O ST Dashin Leo está superando todas as projeções estatísticas.

A tabela mostra os dez melhores reprodutores de Três Tambores da geração 2014, ano hípico 2018/2019. Foi a estreia da primeira geração do Dashin.

Haras ST discorre sobre o projeto ST Dashin Leo

A produção de cavalos velozes é importante! Valorizamos, sim, os chamados ‘cavalos de 16’. Até o fechamento desse texto, cinco filhos do Dashin já correram na marca dos 16. Contudo, achamos fundamental a produção de animais dóceis, facilmente montados por amadores e jovens. Nesse item o ST Dashin Leo tem se mostrado muito melhor do que o esperado.

Haras ST discorre sobre o projeto ST Dashin Leo
ST Caloca. Foto: Hugo Lemes

Desejamos também que o DL produza alguns ícones, que vençam torneios de renome nacional, Slots, Potros do Futuro e por aí vai. É gratificante que na primeira e na segunda geração eles já se mostraram.

Em números, os 12 filhos do ST Dashin Leo que correram Três Tambores no ano hípico 2018/2019: correram 346 provas; campeões em 18 provas; do primeiro ao quinto em 76 provas; do sexto ao décimo em 34 provas. Melhor, impossível!”

Haras ST discorre sobre o projeto ST Dashin Leo
ST Pansoti. Foto: Hugo Lemes

Andamento do projeto

“O projeto está em andamento, assim como o acordo inicial com o Haras Flamboyant. Projeta-se uma avaliação mais sólida em cinco anos. Nesse ínterim, o Haras ST investirá na doma e campanha de no mínimo 40 potros (cerca de oito por ano – nascidos entre 2014 e 2018). Essas cinco gerações correão os Potros do Futuro de 2018 a 2022.

O Haras Flamboyant está sendo o grande parceiro desse projeto a partir da geração nascida em 2015, quando começaram a nascer os potros DL desse criatório. A proposta é que em cinco anos também coloque 40 potros em campanha.

Há muitas variáveis que influenciam nos resultados: A qualidade do manuseio inicial do potro e sua doma; O treinador que monta o animal e sua adaptação a ele; As pistas em que o potro irá correr; A saúde do animal e seus cuidados veterinários.

Também avaliamos se econômicamente o projeto é viável e chegamos a conclusão que sim. Porém, em toda análise racional e técnica há muita coisa de difícil previsão: O mercado de cavalos é relativamente instável; A evolução da economia nacional; A política da ABQM com relação ao estímulo de provas para amadores e jovens.

A valorização dos pequenos e médios eventos é fundamental. Note-se que expressiva maioria dos consumidores do cavalo ‘do meio’ estão nesse grupo. Por isso mesmo que criar cavalos é um negócio sim! Mas, deve-se colher dele os prazeres que proporciona. Nunca deixará de ser uma paixão”.

Por Verônica Formigoni
Fonte: Editora Passos
Foto de chamada: ST Dashin Leo | Crédito: Gabriel Oliveira

Veja mais notícias da modalidade Três Tambores no portal Cavalus

Continue lendo

Mangalarga

Haras Lagoinha: conheça o trabalho de 20 anos de resgate da pelagem pampa

Publicado

⠀em

Foi a partir do nascimento do garanhão Monteblanco do PEC que o criatório de Marisa Iorio mudou todo o caminhar da pelagem pampa do Mangalarga

Na década de 90, quando a pelagem pampa estava praticamente à deriva dentro da raça Mangalarga, a criadora Marisa Iorio viu um nicho de mercado que precisava ser preenchido. Assim, a proprietária do Haras Lagoinha, situado em Jacareí/SP, resolveu iniciar um trabalho de resgate da pelagem pampa.

“Eu já estava preocupada em atender essas pessoas que procuravam por animais de pelagem exótica. Mas todo mundo só tinha animais de pelagem sólida para oferecer ao mercado. Praticamente, não tinha indivíduos pampa na raça”, lembra.

Na época, ela tinha apenas um exemplar pampa de tordilho em seu plantel, uma égua de 28 anos chamada de Lili JL. Dessa forma, Marisa resolveu arrendar Charles J.O. e, com um pensamento muito positivo, tirar desse cruzamento um garanhão de pelagem exótica.

Dessa forma, em 11 de janeiro de 1997 nasceu Monteblanco do PEC. “Com a linhagem de cavalo J.O., Monteblanco foi esse cavalo que nós chamamos de pilar da raça da pelagem pampa. Ele realmente mudou todo o caminhar da pelagem pampa”, frisa a criadora.

Monteblaco do PEC mudou o rumo da história do Mangalarga Pampa

E foi a partir de Monteblanco do PEC que o andar do cavalo Mangalarga de pelagem pampa tomou um rumo totalmente diferente. Tanto que, atualmente, cerca de 80% dos animais pampa apresentados em pista, não só pelo Haras Lagoinha, carregam a genética do garanhão, que é um diferencial na raça.

Novos desafios

Após conquistar o tão sonhado Mangarlaga Pampa, Marisa se viu em mais um desafio: encontrar éguas pampas para Monteblanco do PEC cobrir. No entanto, segundo ela, não existia nenhum exemplar na época.

“Então o que nós fizemos foi comprar barrigas excepcionais, mas olha que caminhar longo e difícil. Porque Monteblanco não é um cavalo homozigoto, ou seja, ele não possui o gene que ao cruzar com éguas sólidas vai dar sempre filhos de pelagem pampa. O Monteblanco é filho de égua pampa com Charles J.O., que é um cavalo de pelagem sólida”, explica Marisa.

E, desse trabalho de mais de 20 anos buscando resgatar a pelagem Pampa, o Haras Lagoinha já colhe bons frutos. Tanto que é reconhecidamente um dos principais centros de criação da raça Mangalarga de pelagem pampa.

“Estamos nessa luta há 20 anos, e quando a gente fala de resgate da pelagem, nós também falamos de resgate de sangues que estavam também perdidos na raça Mangalarga. Hoje já chegamos a 47% do número de expositores participantes de pelagens em relação ao número geral de inscrições da raça como a Exposição Brasileira e a Nacional. Então, é um trabalho também de fomento que o Lagoinha proporciona”.

Monteblanco do PEC é o melhor garanhão pampa do Brasil

Reconhecimento

Diante de tanta grandeza, Monteblanco do PEC foi reconhecido pelos seus méritos e, assim, é detentor do título do segundo garanhão no Livro de Méritos da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo da Raça Mangalarga (ABCCRM).  Consequentemente, ele é o melhor garanhão pampa do Brasil.

“Só existem dois garanhões até o momento, um é o Jambo da Sabauna, que é de pelagem sólida, e Monteblanco do PEC, segundo garanhão constando no livro. Tendo assim, sua performance é reconhecida através de filhos, netos e bisnetos em pista. Então, isso nos deixa muito felizes por estarmos num projeto de acerto, nessa linha de criação”, explica Marisa Iorio.

Se não bastasse isso, Monteblanco do PEC é o único garanhão Mangalarga Pampa com 98,5 pontos de Registro. Além disso, ainda figurou no ranking de Melhor Reprodutor da Raça Mangalarga Pampa por 10 anos consecutivos.

“O brilhantismo da rapidez de toda evolução não para por aqui, seus descendentes tanto de linhagem como de pelagem, sendo uma égua e um garanhão atingiram o título máximo de Grandes Campeões Nacionais da Raça Mangalarga no Geral. Monteblanco do Pec é uma lenda viva de evolução genética”, finaliza a criadora.

Mais informações sobre o Haras Lagoinha pelo telefone (12) 3956-1403 ou pelo WhatsApp (12) 9.9721-0527, com a Marisa Iorio. 

Por Natália de Oliveira
Crédito das fotos: Marisa Iorio

Veja mais notícias sobre o cavalo Mangalarga no portal Cavalus

Continue lendo

Geral

Haras Al Ventur e a busca pelo ‘tipo’ ideal do cavalo Árabe

Publicado

⠀em

Criatório aposta em Abbas Al Ventur como o garanhão que irá imprimir para a tropa algo único, unindo qualidade e pedigree

Quando iniciou a criação de cavalos da raça Árabe no Haras Al Ventur, localizado em Sorocaba/SP, Eduardo Gama não imaginava que conseguiria rapidamente atingir suas metas. A princípio, eram de criar um campeão nacional e exportar um animal que tivesse condição de ser campeão internacional. 

Por conta disso, Eduardo logo precisou redefinir o foco de sua criação. Assim, atualmente, o proprietário busca criar animais que as pessoas consigam, facilmente, reconhecer no pasto como sendo um exemplar que saiu do Haras Al Ventur, ou seja, o “tipo” ideal do cavalo Árabe.

“Como sonhar não tem limite e eu costumo focar naquilo que eu sonho, o que eu quero, de verdade, é criar um “tipo”. Creio que para isso acontecer é indispensável um garanhão. Um cavalo que consiga transmitir para a tropa algo único, algo que só ele tenha, unindo qualidade e pedigree”.

Nessa busca, o criatório aposta em Abbas Al Ventur (Halyr Meia Lua x Emozione Al Ventur). Afinal, recentemente, o jovem garanhão se tornou campeão Potro, por decisão unânime, da Exposição Internacional do Cavalo Árabe, que foi realizada em Indaiatuba.

“Foi um título importante por diversas razões. Primeiro, porque ele ficou extremamente nervoso nas cocheiras do parque a ponto da gente chegar a pensar que não teria condições físicas e psicológicas de entrar na pista”, lembra Eduardo.

Eduardo Gama com o Abbas Al Ventur

Como consequência, Abbas chegou a perder mais de 50 quilos em três dias por não dormir, não comer e só se hidratar através de soro. Inevitavelmente, isso afetou o corpo e as forças dele na apresentação. Mesmo assim, Dejair Silvestre soube conduzi-lo para a vitória da melhor maneira possível.

Superação de Abbas Al Ventur

Ademais, outro ponto que também marcou bastante a vitória do jovem garanhão foi o fato dele ter ficado em primeiro lugar entre 10 animais, incluindo o atual campeão nacional. “[Abbas] ele é fruto de tudo de melhor que eu já criei e já apostei. Ele é o descendente macho em produção no Brasil de uma das éguas brasileiras mais importantes e ganhadoras nos últimos anos, a Honey’s Delight RB”.

Eduardo Gama e a filha Isabel após Abbas Al Ventur ganhar a Internacional do Cavalo Árabe

Contudo, para que a próxima meta do proprietário também seja alcançada, Abbas vem sendo condicionado pela Estância Monte Verde, de Acácio Franco. Segundo Eduardo, Acácio é, com certeza, uma das pessoas mais experientes e capacitadas para lidar com cavalo Árabe que tem no Brasil.

“Antes de mais nada, vale lembrar que foi ele [Acácio] quem administrou e cuidou do Haras Meia Lua, que é referência mundial na criação de árabe durante 50 anos”, enfatiza o criador do Haras Al Ventur que já está cobrindo suas éguas com Abbas.

Portanto, para 2020, Eduardo planeja levar o jovem garanhão para disputar o Campeonato Cavalo Jovem na próxima Exposição Nacional do Cavalo Árabe.  “Achamos ele um cavalo muito competitivo e sabemos da força do sangue que ele tem quando entra numa pista”.

Outros animais de destaque

Além de Abbas, outros animais se sobressaem no plantel do Haras Al Ventur. Entre eles está Esperanzza Al Ventur, que foi adquirida por um dos maiores haras do mundo que fica na Arábia Saudita. “Apesar de sair daqui muito jovem, foi campeã nacional Mirim unânime”.

Esperanzza Al Ventur foi campeã da All Nations Cup em 2013

Depois, na Europa, Esperanzza foi campeã da All Nations Cup, em Aachen, na Alemanha, que é a segunda exposição mais importante que existe na raça. Além disso, ainda foi reservada campeã do Campeonato Mundial em Paris, na França, que é o suprassumo das exposições da raça árabe no planeta.

Irmã inteira de Esperanzza, Emozione Al Ventur também se destaca. Como a irmã, ela foi exportada para um importante criatório e já disputou os maiores shows, estando sempre as melhores colocadas. “Ainda é jovem e já produziu campeã no oriente e campeão no Brasil”, acrescenta Eduardo.

Além delas, o proprietário também destaca Paladino Al Ventur,  que foi campeão nacional Mirim, e Alma Al Ventur, égua campeã nacional chilena.

Por fim, Eduardo não poderia esquecer de mencionar Renee El Jamaal, a égua de 17 anos com quem viveu momentos importantes de sua vida e hoje fica solta no jardim da sua casa. “Ela já foi campeã nacional e é de criação da maior criadora de cavalos que o Brasil já teve, minha grande amiga que eu jamais esquecerei Lenita Perroy.”

Eduardo Gama com a Renee El Jamaal de 17 anos

Início da criação do Haras Al Ventur

O primeiro contato de Eduardo com o cavalo Árabe aconteceu muito cedo. Afinal, o pai e o tio já criavam a raça, no Haras Kurumim. Portanto, ele, a irmã e os primos costumavam passar os fins de semana e as férias na fazenda. “Nós éramos em cinco crianças, sendo eu o mais novo. Porém, eu já era entre nós o que mais gostava de ficar perto dos cavalos e mais me identificava com eles”, lembra.

Contudo, quando Eduardo tinha 10 anos de idade, a família parou a criação. Assim, os anos se passaram, mas a paixão dele pelos cavalos não. Tanto que, em 2006, o seu pai lhe fez uma proposta irrecusável que, inesperadamente, acabaria resultando no início da sua criação.

Aos 4 anos, Eduardo com uma égua Árabe de criação do Haras Kurumim

“Quando eu comprei uma moto Harley Davidson, meus pais ficaram preocupados. Daí eles me ofereceram uma pequena propriedade rural em troca da moto. A condição era de que eu nunca mais tivesse uma moto novamente. Isso, imediatamente, me remeteu a cavalo. Eu entreguei a moto no mesmo instante e assumi a propriedade”.

Mas para dar o pontapé inicial na criação, Eduardo convidou o seu pai para criar junto com ele e, assim, começaram a montar o plantel baseado no que ele conhecia. “Nessa montagem, meu pai se encantou pela égua Honey’s Delight RB, de criação do Haras das Cascatas. E por um garanhão que pertencia a um condomínio chamado Fa El Shawan. Ficamos com essa égua e compramos 10 coberturas desse cavalo. Isso acabou sendo um divisor de águas na nossa criação”.

Tanto a égua quanto o cavalo acabaram sendo campeões no Brasil e nos Estados Unidos das competições mais importantes, ainda segundo Eduardo. 

Equipe do haras

O Haras Al Ventur funciona em uma propriedade de dois alqueires, em Sorocaba/SP.  Atualmente, apenas três pessoas trabalham no criatório, Eduardo, a sua esposa Camila que é médica veterinária pós-graduada em reprodução equina e mais um ajudante geral.

Como apresentador para pista, Eduardo tem títulos conquistados com o Rodolfo Guzzo, Dejair Silvestre e Rinaldo Longuini. “Três apresentadores do mais alto nível. Aliás, o Brasil está muito bem servido de apresentadores, temos vários que apresentam e são ganhadores das mais importantes exposições no mundo”, garante.

Eduardo Gama e a esposa Camila grávida em 2015 junto com a Emozione Al Ventur exportada para os Emirados

Além deles, quase toda a família também está envolvida com a criação. Alguns diretamente e outros indiretamente. “Meu pai é um apaixonado como eu, curte demais os nascimentos e resultados nas pistas e é, sem duvida, quem mais me ajudou a trazer a criação até aqui”.

Representatividade do cavalo Árabe

Para seguir em busca do seu sonho criando a raça, Eduardo deixou para trás a sua vida agitada, urbana e profissional como empresário em São Paulo para morar no haras, há oito anos. Nessa jornada, a esposa de Eduardo foi a sua maior companheira.

Leia mais notícias sobre o cavalo Árabe

“Eu mudei minha vida pelo cavalo árabe. Inclusive, eu costumo dizer uma frase de uma obra de Willian Shakespeare, ‘Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo…’ Eu me identifico com essa frase por ter trocado “meu reino” pela convivência com os cavalos”, finaliza.

Por Natália de Oliveira/Equipe Cavalus
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal/Eduardo Gama

Continue lendo

Brasileiro de Hipismo

Haras Drosa vence como melhor criador do Festival BH 2019

Publicado

⠀em

Roberto Ferreira Camargo Pedrosa foi premiado como melhor Expositor de 2019

O proprietário do criatório, Roberto Ferreira Camargo Pedrosa ainda recebeu o prêmio melhor expositor do evento

O XIV Festival Nacional do Cavalo Brasileiro de Hipismo, realizado no Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, premiou no sábado (16) o Haras Drosa como o melhor criador do evento.

Além disso, o proprietário do criatório, Roberto Ferreira Camargo Pedrosa também levou para casa o título de melhor expositor da edição 2019 do Festival BH.

No decorrer do evento, conforme os produtos de cada um dos criatórios vencia, os pontos eram somados para formação da nota final. Ao todo, oito criadores distintos concorrendo ao prêmio, contra sete expositores.

Com 85 pontos, o Haras do Drosa recebeu o prêmio de Melhor Criador enquanto Roberto Ferreira Camargo Pedrosa foi premiado como Melhor Expositor com 111 pontos.

“Sou criador de Lusitano já faz 16 anos e comecei a criar BH nos últimos quatro anos. Trouxe algumas matrizes de salto, adestramento e sêmens da Europa”, disse o proprietário ao receber o prêmio.

Leia mais notícias sobre o cavalo BH

O criador, que participou pela segunda vez do maior evento da Raça BH, também fez questão de elogiar a organização do Festival. Além disso, ele garante estar otimista com a qualidade da raça.

“Estamos extremamente satisfeitos não somente com os resultados obtidos, que é o ápice de qualquer criador, como o Festival como  um todo. Todas as estruturas, arquibancadas, camarotes e estrutura no geral”, finaliza.

Fonte: ABCCH
Crédito das fotos: Anna Carvalho

Continue lendo

Geral

Haras Fanton comemora 40 anos de criação

Publicado

⠀em

Haras Fanton, 40 anos de criação 2

Uma paixão da família pelo Quarto de Milha que passou por gerações, participando de todo processo de desenvolvimento da raça

Em 2019 o Haras Fanton completa 40 anos de criação de cavalos Quarto de Milha. Entretanto, Emilio Fanton dedica-se ao cavalo há mais de 48 anos, por conta de sua vida profissional como Médico Veterinário.

Emilio e Nilda Fanton fazem parte da história da raça e contribuíram muito para seu desenvolvimento. Situado às margens da Rodovia Marechal Rondon, o Haras Fanton foi criado em 1979.

Seus filhos, Ricardo e Adriana Fanton são os grandes responsáveis por tudo que se concretizou. Os dois começaram bem cedo nas competições participando das provinhas que tinham no fim de semana no Recinto Mello Moraes, em Bauru/SP.

“No recinto de Bauru nos reuníamos e as crianças disputavam. Os pais eram tudo, juiz, cronometrista, locutor. E logo após era feito um churrasco para todos se confraternizarem”, lembra Nilda.

Criação

A criação do Haras começou com quatro éguas puras: Evy Enth (mãe do EF Shady Brown), Egwood Fifi, Exhorse e Poco Jabalina.

“Foram, estas éguas inicialmente, a base de nossa criação. O haras foi formado com o objetivo básico de educação dos filhos. É muito importante saber ganhar e saber perder. Esta função pedagógica se constitui no nosso maior capital de reversão na educação de nossos filhos”, reforça Emílio.

“Fizemos muitos amigos, alguns que já se foram e pudemos fazer parte integrante desde a fundação da ABQM. Até os dias de hoje, já que ainda faço parte como inspetor mais antigo da raça. Queria ser o mais novo (risos)”.

Emílio foi ainda Diretor do Stud Book, por três vezes, que somados geram 14 anos de atividades, e também foi membro do Conselho. Em 1982, o Haras Fanton deu um grande impulso na genética e aprimoramento de seu plantel. Adquiriu 23 animais de Emil Wirth, em parceria com o amigo Francisco Bertolani.

Haras Fanton, 40 anos de criação 2
Um resumo dos 40 anos de história do Haras Fanton

Plantel

As provas de Três Tambores, Seis Balizas, Conformação e Cinco Tambores estavam começando a estourar. Eram as mais disputadas em Bauru. O criador buscou aperfeiçoar seu plantel com cruzamentos que o enriquecesse com genética que estavam em alta e até hoje são referência.

“Na década de 90, o amigo e criador Márcio Tolentino disponibilizou mais de dez coberturas anuais para o Haras Fanton do garanhão Shady Leo. Animal que tem como criador Dr. Heraldo de Araújo Pessoa”.

Ainda segundo o titular, de fato, “isto veio enriquecer o projeto inicial, surgindo daí uma das mais importantes seleções. Principalmente das linhagens puras de trabalho, tornando-se um centro produtor de cavalos de Baliza, Tambor e Maneabilidade. Além disso, de genética para formação de novos plantéis”, expõe.

Muitos animais despontaram e levaram o nome do Haras Fanton ao degrau mais alto dos pódios. Antes de tudo, dando inúmeras alegrias à família, como lembra Emilio e Nilda: “Os filhos de Shady Leo produzidos por nós deixaram marcas notáveis”.

Entre eles, destaque para Rick RF, um dos mais pontuados e famosos pelos inúmeros títulos conquistados nas provas de Cinco Tambores; para EF Shady Toe, que deu a Ricardo o título de campeão Potro do Futuro de Rédeas;  EF Místico Shady, levou o Haras Fanton a ser conhecido internacionalmente; EF Shady Brown, garanhão chefe do haras.

Ricardo com EF Shady Brown em uma das suas viradas perfeitas

Garanhões de destaque

Nas palavras da própria Nilda Fanton: “EF Místico Shady foi fantástico! Venceu o Potro do Futuro Aberta e Amador, na Baliza e no Tambor, respectivamente com Vaguinho [Simionato] e Ricardo”.

O animal possui quatro títulos de Potro do Futuro. “Acho que ele é um dos poucos, se não for o único, animal a conseguir este feito. Depois o vendemos para a Flávia Belumat, que continuou sua trajetória de sucesso, um conjunto notável. Em seguida foi exportado para o Canadá e continuou ganhando lá e nos Estados Unidos com a Adriana Daunt”, recorda.

Com Registro de Mérito na ABQM, EF Shady Brown é hoje o 15º reprodutor no ranking geral da ABQM, com 3635 pontos (dados de novembro/2019); sendo o décimo entre os animais vivos, com mãos de 490 filhos registrados. E segundo SGP Sistema sua produção soma R$ 1.105.586,50 em ganhos.

“A herança mais notável que Shady Leo deixou para nós foi sem dúvida nenhuma EF Shady Brown. O garanhão se tornou famoso pela sua campanha precoce, pois por muitos anos, segurou o título de único Quarto de Milha a vencer o Congresso antes do Potro do Futuro, do qual também foi campeão”, relata Emílio.

Haras Fanton, 40 anos de criação 2

Família

O Quarto de Milha para os Fanton é muito mais do que uma raça. É um estilo de vida, uma atividade prazerosa e social, que une pessoas e cria duradouros laços de amizade. E isso foi passado aos seus filhos, tanto que, Ricardo se despontou no esporte e assim como Emilio se envolveu de corpo e alma com a Associação.

Após participar da Copa Mundial de Jovens na Austrália, trouxe a ideia da fundação da ABQM Jovem e foi eleito o primeiro presidente, com ações que fomentaram muito os esportes. O casamento com Carolina Massa Marins Fanton formou uma grande dupla nas pistas de competição. Sendo ela bicampeã Nacional no mesmo evento (Amador e Feminina) com o EF First Down Shady.

Nesses 40 anos de criação são muitas histórias prazerosas ao lado de pessoas queridas. Uma figura que não pode deixar de ser lembrada pelo Haras Fanton é a Vó Cida. Sempre vibrou com cada conquista, com as vitórias de todas as crianças e era uma pessoa querida por todos.

“São tantas histórias da Vó Cida. Ela sempre torceu e acompanhou tudo. Foi uma palmeirense muito ativa no meio do QM. Torcia para todas as crianças com muita emoção. Chorava de alegria e ria ao mesmo tempo. Marcou época, com muito humildade!”.

O titular do haras lembra que a vez que Vó Cida entrou montada no palco de um leilão, aos 83 anos, e ajudou a vender Avião Negro por mais do que valia. “Ela e o Marcão são diferenciados dentro da raça. É como o Shady Leo, Dash For Cash e o Dash Ta Fame”, conta saudoso.

O cavalo é um bem primordial que ensinou muito. “Nos trouxe disciplina, aceitação em saber ganhar ou perder e ajudou na formação de pessoas e atribuição de caráter”.

Vó Cida

Mineral Fanton

No ano de 1984 Emilio fundou a Mineral Fanton. Em virtude de sua vasta experiência como Médico Veterinário, dedicado à equideocultura, com base curricular na Escola Alemã, estágio no Jockey de São Paulo e em Dallas, Texas, viajando por todo o Brasil prestando atendimentos,

“A principio era para atender às necessidades da criação a nível nacional, que apresentava deficiências típicas da época. Trabalhei em quase todos os estados do Brasil, pois minha inscrição no Conselho é abaixo de mil, CRMV SP 955 e isso me deu uma boa bagagem”, elucida Emilio.

Portanto, a empresa cresceu tanto que depois de 28 anos de atividade foi vendida a um grupo americano. Uma história de sucesso, que se tornou uma potência sendo hoje denominada All Nova do Grupo HJ Baker.

Por Verônica Formigoni
ESPECIAL Bauru – Revista Tambor & Baliza – Ed. 83
Fotos: Arquivo Pessoal

Continue lendo

Geral

Haras Agae faz parte da história de Bauru e do Quarto de Milha no Brasil

Publicado

⠀em

Acompanhou algumas fases do desenvolvimento da raça e dos Três Tambores

Tudo começou com Henrique Herweg, pai de Guido Herweg, que iniciou a criação de cavalos Quarto de Milha em Bauru em 1982. O Sr Henrique adquiriu várias matrizes muito conceituadas, vindas da King Ranch Brasil, e também alguns garanhões importados. Na época, a ideia não tinha o cunho do esporte de velocidade. Eram cavalos com linhagem de Trabalho, e até Corrida, porém eles participavam mais de provas de Conformação.

Como Guido sempre trabalhou em fazenda por sua profissão de Agrônomo, Helena Herweg teve a ideia de colocar os filhos em uma escolinha de Tambor e Baliza, do Lu Moreira, em Bauru/SP. A família tinha os cavalos e as crianças ainda não tinham criado aquela paixão por nenhum esporte até então. Quando os filhos começam a competir, geralmente é a porta de entrada de muitas famílias para uma criação de cavalos mais especializada.

Alexandre, Martha e Christian tinham em média dez anos de idade quando começaram. Paixão quase que instantânea. A família toda está junta dentro e fora das pistas até hoje, cerca de 35 anos depois. O nome deles como competidores está inserido na classificação de provas como Tambor, Baliza, Team Penning e Ranch Sorting. A criação também, com o sufixo Agae, se destaca em modalidades diversas.

Sinônimo de qualidade em Bauru, sem dúvida, o Haras Agae é um dos grandes fomentadores do cavalo Quarto de Milha e suas modalidades. Como não poderia deixar de ser, se envolveram também na diretoria do Núcleo Bauruense do Cavalo Quarto de Milha – NBQM, um dos mais tradicionais núcleos regionais até hoje.

NBQM e as mulheres do Agae

Uma história que marca muito Helena é quando ela assumiu a presidência (2004 a 2006) e formou uma diretoria só de mulheres. “Juliana Silveira, namorada na época do Lu Moreira, foi a primeira presidente mulher do Núcleo, e depois eu assumi. Não entendia nada, não sabia como eram as categorias, não sabia nada. O Guido me ajudou muito nesse processo. E a nossa diretoria toda feminina foi um sucesso, chamamos atenção de todos, da mídia em geral também”, relembra.

Família Agae
Família Agae

Foram quatro gestões femininas seguidas no NBQM, depois da Juliana e da Helena, entrou a Mônica e a Paola Daré Braga. As mulheres fortes de Bauru voltaram à presidência do Núcleo depois com a Camila Shayeb Dosso, Carolina Fanton e Martha Herweg, que passou o bastão ano passado. É uma das marcas do NBQM, com certeza, já que elas foram as primeiras, especialmente a gestão da Helena, no meio do cavalo a ter uma diretoria totalmente feminina.

Elas fazem parte da história do cavalo e da cidade de Bauru nesse contexto. Toda a dificuldade que enfrentaram, sem recursos na época, fez com que o NBQM fosse se tornando referência pela forma como começaram a gerir as provas e o que implementaram. “A gente sempre tentou saber das pessoas o que estava bom, ruim e o que podíamos melhorar. Pedíamos sugestões. E íamos implementando as coisas e as pessoas iam aprovando, a gente seguia”, complementa Helena.

Rapidamente, o modelo do NBQM gerou um aumento exponencial de inscritos. À medida que as modalidades cresciam, o Núcleo também, e foram elas que seguraram as pontas. “A gente também fazia questão de frisar que o Núcleo Bauruense tinha a função de iniciar os competidores nas competições. Tivemos a preocupação de estimular as crianças a gostarem do esporte, então instituímos as premiações como sacolinha com brinquedo, bicicleta, medalhas para todos os participantes. Ninguém fazia na época e a gente implantou. Nem existia a categoria Mirim, né?”

Cuidar das crianças, esse é um dos grandes diferenciais que faz todo o esporte crescer. Anos depois, de 2016 a 2018, foi a vez da Martha assumir o NBQM. “Só dei conta porque a Sandra foi meu braço direito. Eu não tinha tempo. O Juliano e a Camila também me ajudaram muito. Não entendia nada da parte burocrática e eles foram essenciais. Uma coisa que fiz bastante foi saber certinho quantos inscritos em cada categoria e quebrar a cabeça para ver como eu poderia aumentar isso. Nossa região é de criadores e as categorias amadoras estavam minguando, a força era só a aberta”, lembra Petit.

Com toda a experiência, é imperativo para Petit que a pista do Recinto de Exposições onde ocorrem as provas do NBQM sejam cobertas. Bauru é referência em criação de cavalos Quarto de Milha, em sua maioria para Tambor e Baliza, e evoluir para a competição mais importante da região ser em pista coberta é essencial para o contínuo crescimento não só do Núcleo, mas de todo a cadeia.

Helena e Guido
Helena e Guido

O entrave se dá porque o Recinto é público e os criadores não querem investir em algo que pode não ser concreto. “Foi um dos motivos também que não quis mais estar à frente do NBQM, acho que precisamos ter provas em pista coberta e pronto”, reforça Petit.

Guido relembra que essa conversa é antiga, mas todos os patrocínios para cobrir pista queriam exclusividade para o uso da marca e a prefeitura recusou. “Se você notar, esses melhores do ranking, os criadores, não são os milionários, são pessoas que trabalharam e fizeram por amor, Dr. Eraldo, o Fauzet, o Tolentino. Eles fazem por conhecimento, por amor, estudam aquilo, gostam se dedicam, buscam sempre algo de melhor. Então, por isso que aqui fica difícil de sair essa pista particular. Não temos dinheiro”, reitera Guido.

Formação do plantel

Mesmo crescendo no meio pela criação de cavalos do Haras, Petit, como Martha é carinhosamente conhecida, no começo chorava quando montava. “Eles me davam um cavalo lerdo, que só comia e não andava, aí eu batia, batia a perna e não acontecia nada, daí eu chorava, fazer o que?”. Aos nove anos, no entanto, como reforça Guido, ela já montava sozinha, mas não gostava muito.

Helena ainda arremata: “Quando ela começou, a gente falava assim ‘bom, ela não tem jeito nenhum para o negócio, mas como a gente cria cavalo, é um meio gostoso, deixa’. Juro que eu pensei isso e olha o que ela se tornou”, conta a mãe orgulhosa, com o pai também corroborando.

A coisa começou a ficar mais séria com Operetta Agae, que Petit montava, e Nascent Agae, do irmão. “Ganhamos muitas provas com elas, inclusive a Operetta foi campeã Potro do Futuro ABQM nos Três Tambores em 2002. Ai gostamos da brincadeira! Logo em seguida vieram o Pom Pom Agae e o Quantun Agae. Com esses dois que eu me formei mais, pois eles corriam muito e eram muito fieis. Ganhamos muitas provas e, muitas vezes, fazia o melhor tempo da prova ganhando até dos treinadores. Eu tinha apenas 14 anos nessa época”, fala Petit.

Petit e Helena
Petit e Helena

Poucas pessoas chegaram onde ela chegou aos 26 anos. Das provas, que começou em 2001 no NBQM, passando pela faculdade, onde teve que se dividir entre os estudos e as competições. Poderia ter continuado assim, curtindo esse meio, seus animais, os amigos. Mas Petit sonhou mais alto! Buscou aprender técnicas de treinamento, conhecer mais sobre animais de alta performance e também assumiu a responsabilidade de treinar seus cavalos de prova e administrar seu haras.

Se não bastasse, ela presidiu o NBQM por dois anos e ainda faz parte da diretoria da ANTT. E o ‘pulo do gato’ foi quando ela passou um período na China, vivendo cavalo em tempo integral. Resolveu aprender de vez como funcionava tudo e entrou de cabeça na administração do Agae, dos cavalos e do treinamento deles. Será que ela imaginava que tudo isso ia acontecer na sua vida?

“Não, não imaginava. Quando eu voltei da China, voltei com várias ideias. Antes de eu ir, não ganhava nenhuma prova fazia três anos. Era bem desanimador o processo, então surgiu a oportunidade da China e eu fiquei lá quatro meses. Comecei a montar os cavalos lá e eles se comportavam totalmente diferentes dos meus. A Bruna Tedesco me ajudou muito e me ensinou a mexer um pouco, ela e o Matheus Costa, me deram várias dicas. Eu não sabia nada, nada, nada, o que era freio, não sabia treinar nada, só sabia galopar e correr. Ai eles me davam as dicas e eu falava: ‘só isso e vai funcionar?’”

Mudança de panorama

Então, por volta de 2012, os cavalos de criação do Agae na mão de outras pessoas estavam ‘voando’ e os que estavam no Haras não ‘viravam’ nada. Depois da experiência na China, o treinador foi mandado embora, pois não falava a mesma língua do que eles achavam que daria certo para os cavalos. Quando Petit começou a aplicar o que tinha aprendido na experiência no exterior, os animais voltaram a ir bem e ela voltou a ganhar.

O resultado veio logo na primeira prova, Petit ganhou e fez o primeiro tempo de 17 segundos de uma égua que estava a dois anos no 18. “Aquilo me deixou doida e eu queria sempre mais (risos). Passei a conversar muito com treinadores, buscar dicas com os treinadores que eu gostava”. Pouco depois Sidnei Junior foi trabalhar de treinador com eles. Mudou a história do Haras Agae, foi fundamental para essa nova fase.

Petit Herweg
Petit Herweg

O dia a dia é corrido. “Depois que termineia faculdade, me dedico integralmente ao haras. Treinar é o mais fácil e que exige menos tempo, cuidar dos cavalos e do haras é o mais complicado. Quase todo dia algum cavalo se machuca, tem que encomendar os remédios, acompanhar visita dos veterinários, que é praticamente toda semana. Fazer as cruzas, gerenciar os pastos com os potros, potras, éguas de cria”.

Petit ainda coloca na sua lista de afazeres: “Sempre verificar data de exames para prova, atestados, não perder data de vacinação, vermifugação, casqueamento da tropa toda e tem o ferrador dos cavalos de prova. Encomendar ração, não deixar faltar suplementos. Parece bobeira, mas todo dia tem alguma coisa para se preocupar, dá pra ficar doidinha (risos) e ocupar bem o tempo”.

Com o advento das redes sociais e todo esse sucesso nas provas, os cavalos dando resultados em pista, todo mundo quer uma dica da Petit. Em seu Instagram já são mais de 32,5 mil seguidores, que querem saber de tudo, desde a marca das roupas que ela usa até detalhes do treinamento dos cavalos. Com certeza, ela é uma das influenciadoras desse mundo e que passa uma imagem mais do que especial e confiável.

Na visão de muitas pessoas, o processo de treinos dos cavalos que Petit realiza é consequência. O mercado, talvez, veja ela de outra forma, como gestora. Saiu do ‘cliché’ da filha que tem pais que podem proporcionar os cavalos para ela competir, para uma pessoa que consegue escolher bem a linhagem dos animais, que treina seus cavalos de prova e que ainda gerencia quais serão vendidos nos leilões ou em vendas diretas. O cavalo deixou de ser hobby na vida dela para virar seu trabalho, seu negócio. Claro, que com toda a família trabalhando junto, sempre.

Futuro

E ser gestor requer visão de futuro. Entre os projetos do Haras Agae está o de preparar cavalos para o amador montar. “É uma falha que identificamos no mercado, não tem cavalopara o amador pronto, treinado para o amador competir. Não existe mais treinador para amador, uns três ou quatro que estão bem empregados e não saem por nada”, garante Petit.

criação do  Haras Agae
Haras Agae

E ela reforça: “Hoje não temos um CT igual ao do Lu e do Vaguinho, que todo mundo treinava. E a procura de cavalos por amadores é grande. Cavalo que você põe a mão no pito e ele vira. Então, a gente tem essa linhagem, Castanho Red, Shady Lee, Shady Blue, não são animais com linhagem fechada em Corrida, e que dão super certo para amadores. É isso que a gente tem feito”.

No dia a dia dentro da pista, o Haras Agae, além da Petit no gerenciamento e treinamento, tem o Bryan domando os potros e o Lu Moreira voltou ao rancho para treinar os cavalos depois de domados. Finalizando a entrevista, ela conta que não se vejo, hoje em dia, em nenhum ambiente diferente desse. E se diz muito grata por toda sua família ser tão apaixonada por cavalos como ela.

“É um esporte que exige muito apoio, a pressão é muito grande. Não ter um apoio familiar torna tudo mais difícil, principalmente nos dias ruins, né? Eu valorizo muito a família, sempre fui criada assim e acredito ter esse respeito pelos meus pais e irmãos foi essencial para eu fazer o mesmo tratamento com meus cavalos, que considero todos como meus filhos e depois que cria esse vínculo não tem mais como parar”, finaliza Petit.

Por Luciana Omena
Colaboração: Verônica Formigoni
ESPECIAL Bauru – Revista Tambor & Baliza – Ed. 83
Fotos: Cedidas/Arquivo Pessoal

Continue lendo

Geral

Haras Santo Antônio, o reduto de Castanho Red

Publicado

⠀em

Fundado na década de 90, o Haras contribui para a evolução do esporte nesse período e ainda agrega com sua genética

O Haras Santo Antônio completa esse ano 23 anos de criação com a certeza de que continua no caminho certo. Um criatório genuinamente brasileiro, de propriedade da família Freitas, de Marcos Roberto. Como criador na ABQM, está entre os Top 10 do Brasil, ocupa a sétima colocação com 5.522,00 pontos (dados de setembro de 2019). Mas por trás desses resultados há uma história de amor e dedicação a criação, aos cavalos e ao esporte.

Marcos Roberto de Freitas começou no cavalo em 1993, pelo interesse do filho Daniel Salvatore Freitas, que queria montar. “Eu comprei meu sítio em dezembro de 1993 e nosso primeiro cavalo foi um Mangalarga. E eles brincavam na Hípica, fazíamos Cinco Tambores. A partir de 1994, Daniel começou a se interessar mais. E no recinto tinha um treinador chamado Luís Carlos Moreira, que é filho do seu Dito, e ele tinha alguns animais na escolinha”, conta.

Como Marcos não tinha muito conhecimento sobre raças conheceu o Carlos Marçano, que tinha seu criatório, onde é hoje o Haras D. Claudina, e ele o ensinou muito. “O Marçano quem ajudou a escrever o livro de regras da ABQM, ele faleceu logo que montei o haras. Tinha três éguas que foram levadas para Érico Braga. Vi ali uma boa oportunidade de adquirir bons animais para começar minha criação, então fui falar com o Érico”.

O criador lembra que na propriedade tinha gado, que ele trocou por éguas, que eram do cunhado de Marçano. “Ele fez as contas e aceitou”, recorda Freitas. As éguas eram: Duquesa KRB, Jamaica e a mãe do Castanho Red, Baby Girl Deckgo.

Ele pensou bem, pois queria para fazer bons cruzamentos. Então decidiu que seria com Shady Leo. “Liguei para o Paulo, era um comerciante, criador excepcional e perguntei quanto custava a cobertura. Naquela época era em dólares e ele me disse custava mil dólares. comprei três coberturas. Nasceram três animais, um não gostei, o da Jamaica; da Duquesa foi muito boa e nasceu a Fofinha San, filha da Baby Girl Deckgo, irmã própria do Castanho Red, que foi uma das melhores reprodutoras do FNSL”.

Fofinha San foi o primeiro animal de criação do haras e chegou a ser apresentada por Daniel. O conjunto foi reservado campeão Potro do Futuro nos Três Tambores e nas Seis Balizas. Mas Marcos queria mais e comprou mais duas coberturas de Shady Leo. Nasceu Castanho Red (foto).

Daniel e Thiago Freitas

“Foi muita sorte isso, até hoje não achei outro garanhão. Quando o vi, na hora achei que era diferente, tinha uns quatro ou cinco potros juntos. Eu não entendia muito, mas via que o pessoal que ia lá ver os potros, só queria ele. Aí pensei meu Deus do céu, preciso preservá-lo. Fiz três baias e dei orientação para que cuidássemos do Castanho Red, pois ele era diferente. Nem para o Daniel contei”.

Com um ano e meio, Castanho Red foi apresentado para o Daniel e o pessoal do Haras. “Ele entrou no meio das baias e Daniel falou ‘o que é isso?’! Falei ‘vai ser nosso futuro garanhão’”, recorda o criador. E Castanho Red se tornou um atleta de sucesso na sela do Daniel Freitas, formando um conjunto imbatível nas pistas. Ganhou Congresso, antes do Potro do Futuro, Campeonato Nacional na Baliza.

“Castanho Red têm 52 pontos na ABQM, Registro de Mérito Aberta e Amador e Superior em Três Tambores Amador. Vimos que ele era muito bom e colocamos na reprodução. Hoje ele tem mais de 430 filhos registrados, é o segundo melhor garanhão vivo de Três Tambores do Brasil”.

E Castanho Red se tornou o garanhão chefe do Haras Santo Antônio. Segundo o SGP Sistema, sua produção soma ganhos de R$ 1.965.920,65 em prêmios. Pela ABQM sua produção soma 7.098,25 pontos com 277 filhos pontuados e 15 deles com marcas na casa dos 16 segundos. “Possuímos um dos melhores garanhões do Brasil, filho de Shady Leo que com 20 anos de idade possui marcas incríveis, citadas acima. Castanho Red foi o melhor garanhão de Tambor de 2011 e 2012, mostrando a força da sua prole”, ressalta o criador.

O Haras Santo Antônio nunca investiu em genética de fora, mas segundo Marcos Freitas a sorte esteve ao seu lado por duas vezes. “Nunca comprei animal caro e os amigos ajudaram muito. Eu tinha Castanho Red e um dia o Érico Braga falou que ia ter um leilão de animais que não deram certo na Corrida e me indicou o Holland Wars”, lembra Marcos. “Naquela época paguei um valor bem acessível e em 12x. Tirei umas filhas do Holland e cruzei com Castanho e deram as melhores genéticas para mim, ou seja, tive sorte de novo!”.

Daniel Freitas e Décio Talon

Atletas do Haras

Daniel Salvatore de Freitas possui mais de 1.181 pontos, ficando entre os melhores treinadores e competidores da ABQM, sendo um dos melhores Jovem/Amador de todos os tempos. “Comecei com 11 anos de idade e competi durante17 anos . Montei muitos cavalos bons do Haras e de parceiros. Logo no começo Creek Leo, Festival de SI, Princess Leo, uma égua muito boa. Logo depois veio Holland Wars, Castanho Red e montei também os produtos desses dois garanhões , Star Red, Cabocla Red Leo, Zaino Wars e vários outros que tive a oportunidade”.

O atleta ainda lembra da trajetória que passou no haras. “Comecei com o Lu Moreira, que montou alguns cavalos nossos. Depois veio o Décio Talon, eu e ele competíamos, participei ativamente desses períodos. Com passar dos anos fui diminuindo e o Décio se despontou com a nossa tropa quando virou profissional. Foi uma fase muito feliz da minha vida de convivência com pessoas que me agregaram muito. E espero que meus filhos, quando tiveram um pouco maiores, me acompanhem nas provas, desse meio que é tão saudável”.

Ele competiu ativamente até 2002, quando teve que parar para se especializar em sua área profissional no Rio de Janeiro. Hoje, Daniel participa esporadicamente das provas devido a vida corrida de trabalho, mas sempre que pode está em cima de um cavalo. Nesse período, Décio Gaspar Talon entrou para fazer parte da família do Haras Santo Antônio.

Marcos, o pai, quando viu que o filho precisava reduzir a participação nos eventos, conversou com Vagner Simionato que precisava arrumar alguém para tocar os cavalos. “Conversando com o Vaguinho, contei que ia parar ou precisava arrumar um tocador, Ele apontou o Decinho, que era ainda da classe jovem. Depois de falar com Daniel, fechei com ele”, expõe.

E assim, Decinho ficou trabalhando por sete anos no Santo Antonio e ganhava tudo, o inicio de sua carreira profissional foi ali. “No primeiro Congresso ele me vendeu 300 mil de cavalo e começou a ganhar tudo. Chegou a ganhar no mesmo dia Potro do Futuro Aberta e Amador com Mister Red Wars, essa época ele ainda não ganhava salário”, fala Marcos.

Thiago Freitas Marques, neto de Marcos, deu sequência à geração de competidores da família. A princípio não queria, mas após voltar do Campeonato Nacional com o avô e o tio, resolveu que ia começar a competir. “Ele começou a montar e pegou gosto. Hoje é tricampeão Potro do Futuro Jovem ABQM de Tambor, na sela dos filhos de Castanho Red – 2015 com BilaRed, 2017 com Rainbow Dash Red e 2018 com Miss Baby Red”, ponta Freitas.

Atualmente, o treinador do Haras Santo Antônio é Danyllo Laurindo, que conquistou seu primeiro 16 montando a potra Rainbow Dash Red e segue com bons resultados em pista. Marcos Freitas faz uma avaliação desses 23 anos e lembra-se de quando comprou o sítio e fez um pedido a Deus. “Pedi uma coisa para Deus, que ele me desse saúde e me propiciasse condições de manter aquilo”. Antigamente, os investimentos pesados no Quarto de Milha eram na Corrida, mas com a evolução das genéticas, criadores dos Três Tambores começaram a investir muito, trazendo animais importados.

“E isso pesa para nós os pequenos que nem eu. Nunca importei um cavalo, nem fiz grandes investimentos. Não porque não quis, mas porque não tinha condições financeiras. Sou um professor universitário, que tive a sorte de fazer um garanhão que paga as contas do haras até hoje, por isso que continuo. Tudo que ganho invisto no haras e não é fácil. Mas, graças a nossa genética, a gente consegue se manter no mercado, sem investir em genética de fora”, afirma o criador.

Para finalizar, Marcos Freitas fala que de todos esses anos o melhor de tudo foram as amizades que ganhou. “Os amigos que fizemos e estão ao nosso lado em todos os momentos. E caminho que meu filho tomou se tornando um cirurgião de renome, muitas posturas vieram do cavalo. Aprendeu a competir e hoje o mundo é completamente competitivo. Aprendeu a discernir o certo do errado, a trabalhar duro. Porque os cavalos exigiam muito e deu um norte na vida dele.” Para ver mais conteúdo como esse clique aqui.

Por Verônica Formigoni
ESPECIAL Bauru – Revista Tambor & Baliza – Ed. 83
Fotos: arquivo pessoal

Continue lendo

Geral

Haras Fazenda São José, a marca da família Rorato

Publicado

⠀em

Animais de Corrida e Três Tambores investindo sempre nas melhores genéticas e obtendo resultados expressivos

O Haras Fazenda São José foi formado pela paixão de Ademir José Rorato por cavalos. São 25 anos no mercado Quarto de Milha, na região de Bauru, mais precisamente em Lençóis Paulista/SP.

A evolução do plantel foi visível em qualidade genética e quantidade de animais, com investimentos que trouxeram muitas alegrias ao haras. Em 2009 ele tinha 35 animais e hoje são 83, entre éguas, potros das gerações e animais de prova.

Seus cavalos correm no Jockey Club de Sorocaba com o treinador Rivail Rosa e há os que estão sendo domados, treinado ou nas pistas da modalidade Três Tambores com o Marquinho Toledo.

“No inicio da criação, meu pai tinha um pequeno sítio onde criava seus animais. Em 2008 adquiriu uma fazenda que deu o nome de São José, com uma excelente infraestrutura, gerando mais condições de aumentar o plantel e criar animais com ainda mais qualidade”, fala Eduardo Rorato, filho de Ademir.

“Então, recentemente, resolveu fortalecer seu nome, divulgando seu plantel com mais força e destaque, criando a marca Haras Fazenda São José. Com isso, esperamos conquistar ainda mais espaço, destaque e respeito entre os criadores da raça Quarto de Milha”.

Sempre focou na Corrida, vê o mercado da raça Quarto de Milha de velocidade muito forte e competitivo, com animais de alto nível e desempenho, não ficando atrás de nenhum criador de outro país.

“Minha base de criação sempre foram os animais de Corrida, que conquistavam vitórias principalmente no Jockey Club de Sorocaba. No início de 2009, Infinit Win venceu o AQHA Challenge em São Paulo batendo o recorde da pista”, reforça Ademir.

Ela se classificando como a representante brasileira e da América do Sul para disputar a grande final desse torneio, em outubro do mesmo ano, nos Estados Unidos, provando criteriosa seleção dos Rorato. Com esse feito, o nome desse destacado criador ganhou ainda mais ênfase.

Três Tambores

Quando Eduardo Rorato decidiu participar de provas de Três Tambores, Ademir disponibilizou para o filho o animal Valid Point Run AJR de sua criação, fechado em Corrida para ele competir. “Ele escolheu certo, tanto que logo no primeiro ano competindo conquistei o campeonato da APCT e da NBQM da região de Bauru”.

Eduardo lembra que o pai então comprou mais um animal. “Foi um cavalo especial, Vivid Apollo, também da linhagem de Corrida. E mais uma vez o resultado foram as conquistas da APCT e da NBQM, sendo bicampeão”, recorda.

No ano de 2008 Vivid Apollo conquistou duas vitórias muito importantes no Congresso Brasileiro da ABQM, nas categorias Exibição e Aberta Sênior. Com esses resultados, apareceram muitos criadores interessados em comprá-la.

Então Ademir e Eduardo decidiram vendê-la em um leilão no mesmo ano, durante o Campeonato Nacional da ABQM. “A venda foi um sucesso, acima das expectativas e o criatório teve uma ótima repercussão”, ressalta Eduardo.

Projetos

Esse ano o Haras Fazenda São José realizou seu primeiro pregão, o Leilão Mega Velocidade, em parceria com Haras Mantovani e Edi Carlos e convidados. Aconteceu em junho  no tattersal do Jockey Club de Sorocaba, durante a final do Megarace.

“Estamos investindo forte na seleção de novas genéticas nas linhagens de Velocidade e Trabalho para enriquecer ainda mais o nosso plantel e, consequentemente, em nível nacional.”

Por Verônica Formigoni
ESPECIAL Bauru – Revista Tambor & Baliza – Ed. 83
Fotos: Cedidas

Continue lendo
WordPress Ads
WordPress Ads