Viaje nessa aventura sob o lombo de um Garrano, conhecendo as raras belezas do Parque, considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera
O Parque Nacional Peneda Geres é o único Parque de Portugal considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera. Localizado ao norte, faz divisa com a Espanha e é um reduto de rica fauna e flora, em especial de animais sobreviventes do período Paleolítico, como o cavalo Garrano e o lobo Ibérico, que coabitam a mesma serra há milhares de anos, num ambiente único de rara beleza.
Esse é o lugar que vamos apresentar aos amantes de cavalgadas para um passeio de volta ao passado em meio animais selvagens, lugares inóspitos, aldeias que até hoje comungam da mesma cultura de seus antepassados e ainda lugares sacros.
Paulo Junqueira, responsável pela Agência Cavalgadas Brasil, montou um Garrano. Ele cavalgou pelo Parque: “Tive oportunidade de cavalgar num garanhão e percorrer um pouco a Serra, mantendo contato com algumas manadas em liberdade. A beleza da região, as pequenas vilas e as ricas tradições completaram essa experiência.”
O roteiro para a cavalgada no Parque Peneda Geres foi detalhadamente preparado por Junqueira. “Durante as cavalgadas, percorremos zonas naturais e pequenas aldeias formadas por casas de granito e habitadas por pastores. Passamos por vales glaciares com rochas de estranhas formas e atravessamos antigas pontes romanas sob as quais correm as águas cristalinas dos rios de montanha. Cruzamos densos carvalhais, percorremos bosques de bétulas, abrigos naturais de animais, atravessamos manchas de castanheiros e azevinhos, avistamos águias e algumas espécies raras de gralhas.”
O passeio inclui ainda visitas a Fojos, antigas armadilhas em pedra para a captura de Lobos, construídas pelo homem em lugares inóspitos; passar peto de manadas de Garranos que vivem em liberdade; seguir os rastros deixados pelos Lobos e aprender como vivem e como pode-se identificar os sinais da sua presença. Com a maior concentração de monumentos megalíticos da Península Ibérica, também é possível passar pelo o planalto de Castro Laboreiro, apimentando a aventura com natureza e história.
Tem mais de 40 lugares, distribuídos pelas brandas e pelas inverneiras – que são os lugares mais altos ou os mais baixos, onde o povo se resguarda do frio intenso dos agrestes ou do calor trazido pelos ‘verões ríspidos’. É um ciclo que se repete há milhares de anos neste planalto elevado a uns mil metros acima do nível do mar.
O Rio Laboreiro ajuda também à composição de todo um conjunto de extraordinária beleza, serpenteando serra abaixo, até se juntar ao Rio Lima. Ligando as suas margens, permanecem as pontes que as várias civilizações que por lá passaram foram construindo ao longo dos tempos. Nesta região desenvolveram-se, sucessivamente, duas grandes culturas que atingiram um grau elevado de civilização: a cultura Dolmenica e a Castreja.
O Castelo de Castro Laboreiro, diz a lenda, ter sido obra dos mouros. D. Afonso Henriques rodeou-o de muralhas e, nos princípios do século XIV, quando caiu um raio no paiol de pólvora, fez todo o polígono ir pelos ares, e D. Dinis ordenou a sua reedificação.
No campo de monumentos construídos, merecem finalmente destaque o Pelourinho, de 1560, que é monumento nacional, e a Igreja Matriz, imóvel de interesse público, que foi construída primitivamente no século XII, em estilo românico.
No Parque, situam-se também dois importantes centros de peregrinação, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, réplica do santuário do Bom Jesus de Braga, e o de São Bento da Porta Aberta, local de grande devoção popular.
Saiba mais: www.cavalgadasbrasil.com.br.
Fotos: Cavalgadas Brasil / P. Alarcao