Dicas do Nitta

Cavalos também precisam de férias

Assim como os humanos, eles precisam descansar da rotina pesada de provas para se recuperar

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As férias de final de ano chegaram e todos estão curtindo o descanso mais que merecido. Além dos cavaleiros, os cavalos também estão precisando deste descanso, desta pausa de final de ano para se recuperar das atividades desenvolvidas durante o ano e se preparar para 2022.

O médico veterinário e juiz de provas da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM), Thiago Nitta separou algumas dicas para te ajudar a promover o descanso do seu animal sem perder o desempenho muscular.

De acordo com o veterinário, o descanso dos cavalos pode ser dividido em três partes: descanso da capacidade mental, física e da saúde do animal.

A rotina intensa de provas durante o ano pode deixar seu animal estressado, com staff mental, um cansaço em virtude da rotina. Com isso, ele começa a demostrar seu estresse nas provas, fica mais ansioso, e este é o primeiro ponto que devemos levar em consideração, explica Nitta. “Ele necessita de um descanso e essa época de final de ano é perfeita para isso”.

O segundo ponto é o cansaço físico destes animais. Um animal que se esforça por muito tempo, chega um determinado momento que ele precisa de um descanso para recarregar as energias.

O terceiro passo que devemos levar em consideração é o descanso das estruturas do cavalo, principalmente do aparelho locomotor. “Algumas lesões que são inerentes de cavalos atletas, parte do tratamento é promover o repouso para do animal, para o organismo conseguir restaurar.

“Em virtude disso, é preciso dar este descanso a estes animais, para a musculatura se restaurar, a articulação entrar em repouso para se quebrar o ciclo inflamatório, e assim, conseguir tratar o animal”, ressalta Nitta.

O descanso não pode ser total

Porém, como estes animais são atletas, o repouso total não é interessante, porque pode haver perda de tônus muscular se o animal ficar totalmente parado. “Não é interessante ele ficar totalmente parado dentro da baia. Outras doenças como a fixação dorsal de patela pode estar relacionada a essa pausa total das atividades e consequente perda de tônus muscular”, alerta.

Por isso, se este animal se socializa bem com outros, uma ótima dica é soltar ele com outros equinos no piquete, desde que eles estejam acostumados a conviver um com o outro para não se machucarem.

Se o animal for um garanhão é preciso promover caminhadas no redondel, passeios externos, ou mesmo levar ele para fazer algumas atividades da fazenda, como tocar gado. “Levar ele para descansar na fazenda com a família e colocá-lo para fazer atividades do cotidiano pode ser uma saída para ele descansar”, finaliza Thiago Nitta.

Por: Camila Pedroso

Fotos: Pixabay

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Erros na administração de vermífugos podem resultar na resistência anti-helmíntica

Novas diretrizes indicam a vermifugação apenas dos animais contaminados. Exame de OPG realizado pelo veterinário traz essa informação de maneira rápida e precisa

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Erros na administração de vermífugos podem resultar na resistência anti-helmíntica

No passado, o tratamento para verminose no plantel de equinos era realizado com a aplicação de vermífugos de tempos em tempos de todos os animais, com a rotação do fármaco, visando assim atingir todo o espectro de vermes e suas larvas. Hoje, as novas diretrizes consideram este método ultrapassado, haja vista o risco de os cavalos adquirirem com o tempo resistência anti-helmíntica. 

Segundo a ressalta o médico veterinário e inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM), Thiago Nitta, a resistência anti-helmíntica consiste no aumento da habilidade das cepas de parasitas em resistir ou sobreviver aos mecanismos de ação de uma determinada droga que poderia ser letal para populações susceptíveis. 

Devemos administrar vermífugos em todo plantel?

O tratamento ideal deve ser realizado primeiramente com o exame OPG nos animais. Neste exame, o médico veterinário consegue contar quantos ovos de vermes estão presentes por grama de fezes e assim, identificar quais são os animais contaminados. “Somente estes animais deverão receber vermífugos, fármacos mais indicados para o parasita presente”, explica o profissional ressaltando que “em um plantel, 80% dos ovos e larvas eliminados no ambiente são oriundos de apenas 20% dos cavalos”. 

Erros da administração de vermífugos podem resultar na resistência anti-helmíntica
Animais identificados não devem ser separados do grupo, apenas vermifugados com o medicamento indicado

Estes animais identificados não devem ser separados do grupo, precisam apenas receber vermífugos e os cuidados com a higienização do estábulo devem ser redobrados.  O proprietário também deve realizar periodicamente a rotação da pastagem e evitar a superlotação. “Todo medicamento pode sobrecarregar o organismo do animal, existindo a possibilidade de o cavalo ter alguma reação a este medicamento, por isso, eles só devem ser administrados com a supervisão de um médico veterinário”, finaliza Nitta.

Por Thiago Nitta . Médico veterinário e inspetor técnico da ABQM

Fotos: Divulgação /@ysafotografias/Pixabay 

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Quartistas precisam se atentar ao registro genealógico dos potros

Prazo é de 180 dias após o nascimento. Janeiro aumenta procura devido ao ano hípico dos cavalos

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Quartistas precisam se atentar ao registro genealógico dos potros

Durante o mês de janeiro, os criadores de cavalos da raça Quarto de Milha que conseguiram produzir potros no mês de julho/2022 possuem um compromisso importante: o registro genealógico dos potros junto à Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM).

O prazo para a realização do registro, sem multa, é de 180 dias, a contar da data de nascimento do animal, e no mês de janeiro é observado este aumento pela procura devido ao ano hípico dos cavalos, segundo explica o médico veterinário e inspetor técnico da ABQM, Thiago Nitta.

Prazo é de 180 dias após o nascimento. Janeiro aumenta procura devido ao ano hípico dos potros
Registro deve ser realizado até 180 dias após o nascimento

“O ano hípico da raça Quarto de Milha começa em 01 de julho e vai até 30 de junho do próximo ano. Por isso, potros denominados ‘bem nascidos’ são aqueles que nasceram o mais próximo possível do mês de julho. Isso ocorre porque os animais que nascerem, por exemplo, agora em janeiro, vão competir com os potros do ano passado” explica.

Registro genealógico de potros

Registro genealógico é um comprovante da genealogia do animal junto ao Stud Book das associações de raça, um cartório ligado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). No Stud Book constam as informações de todos os animais registrados na raça, com seu histórico familiar, e todas as informações descritas são fiscalizadas pelo órgão.

Lembrando que o registro pode ser feito posteriormente, mas a cada semestre que se passa aumenta a multa. Se o animal já nasceu e tem um ano, ele pagará duas multas.

Por Thiago Nitta . Médico veterinário e inspetor técnico da ABQM

Fotos: Pexels

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Férias de janeiro precisam ser planejadas

Thiago Nitta alerta sobre a importância do planejamento para que o cavalo fique sempre sob a responsabilidade de uma pessoa capacitada para atender qualquer emergência

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Férias de janeiro precisam ser planejadas

Dezembro e janeiro são os meses das esperadas férias. A grande maioria das pessoas aproveita que as crianças estão em casa e realiza as viagens em família. Entretanto, este período de descanso deve ser muito bem planejado, para que os animais não fiquem sem atividade e desassistidos.  

Como já comentamos aqui no portal Cavalus, o período de descanso do cavalo é extremamente importante, mas deve ser de no máximo 20 dias, para que ele não tenha nenhuma perca em sua condição física. (Leia matéria completa aqui). 

De acordo com o médico veterinário Thiago Nitta, este é um ponto que merece muita atenção, afinal, estamos no meio do ano hípico, que vai de 01 de julho a 30 de junho do ano seguinte. 

“Dezembro e janeiro possuem menos provas sim, porém em fevereiro os animais voltam em atividade e não vai dar tempo de condicionar o cavalo para este retorno se ele parar estes dois meses”, alerta o especialista. 

Quem cuidará dos cavalos nas férias?

Outro ponto que deve ser observado neste período de férias é a equipe que ficará de plantão neste período para cuidar do animal. “Muitas vezes, como toda a equipe sai de férias, os cavalos acabam ficando sobre os cuidados de pessoas menos experientes. Precisamos ter em mente se esta equipe é realmente capacitada, se vão continuar mantendo os cavalos em atividade, se saberão dosar a alimentação”, alerta Nitta. 

Segundo orienta o especialista, é preciso planejar o que será feito com estes cavalos neste período, para que eles não fiquem muito tempo em ócio.  

Além disso, ressalta o especialista, é preciso estar atento a capacidade do funcionário que ficará responsável pelo cavalo. Ele precisa estar apto para reconhecer mudanças de comportamento que indiquem que o animal esteja doente, por exemplo.   

“É um período importante para todos, mas que precisa ser bem planejado para evitar problemas futuros, finaliza. 

Por Thiago Nitta . Médico Veterinário e Inspetor Técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha

Fotos: Reprodução / Pixabay

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Tempo seco exige atenção redobrada com a hidratação dos cavalos

Falta de água pode acarretar diversas doenças no animal, entre elas a temida cólica intestinal

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Tempo seco exige atenção redobrada com a hidratação dos cavalos

Já era esperado que teríamos um inverno seco, sem muitas chuvas, mas este ano, a estiagem já está chamando a atenção dos brasileiros. Entre os criadores de cavalos, a grande preocupação é com relação a hidratação dos equinos, afinal, a desidratação deles acarreta em muitas doenças, inclusive queda de desempenho atlético. Por isso, todo o cuidado com a hidratação é pouco para garantir a saúde dos cavalos.

Segundo o médico veterinário Thiago Nitta, um dos aspectos mais importante que envolve a hidratação é a relação dela com o sistema gastrointestinal do cavalo. “Os cavalos são animais muito susceptíveis às cólicas, que por sua vez tem uma relação direta com a questão hídrica. Por isso, a hidratação do intestino dele se faz tão necessária, afinal, bolo fecal seco, acarreta na dificuldade do trânsito intestinal, causando as temidas cólicas”, ressalta.

Em condições normais de saúde e em repouso, um cavalo consome cerca de 45 litros de água por dia, podendo variar de acordo com a alimentação, temperatura e condições ambientais. A quantidade de água necessária para o processo digestivo é de 2,5 a 5 litros por quilo de alimento seco.

Como fazer o cavalo beber água?

A melhor saída para garantir a qualidade hídrica dos cavalos é manter à disposição água em abundância e de qualidade. A temperatura dela deve oscilar entre 10° C e 14° C. Além disso, também é essencial se certificar de que a higiene dos bebedouros seja adequada, para evitar possíveis doenças.

Outra forma de melhorar a ingestão de água do cavalo é deixar à disposição sal mineral. “Ele estimula do consumo de água e é auto limitante, ou seja, se o cavalo estiver satisfeito, ele para de comer”, afirma.

Outro ponto importante e que merece atenção é a relação dos sais minerais e líquidos. “Eu costumo oferecer eletrolíticos em forma de gel para repor os sais minerais e melhorar a recuperação do animal”, explica.

Alguns criadores costumam umedecer o feno antes de oferecer ao cavalo, e para o veterinário essa é uma técnica que não traz muita vantagem. “Se a qualidade do alimento é ruim, umidificar não vai fazer ele se tornar melhor. A técnica diminui apenas o pó, não o torna mais nutricional”, explica.

Como perceber se o cavalo está desidratado?

A desidratação pode ser classificada em graus e porcentagem de déficit hídrico. Nos casos menos graves, apenas um médico veterinário é capaz de diagnostica-la e também de intervir. Nos casos mais graves é notório que o animal fique mais apático ou até mesmo apresente mucosas ressecadas. As mucosas de um animal saudável e bem hidratado devem ser úmidas. Se estiverem secas, sinal que o cavalo está desidratado.

Mas acima de tudo, o mais importante é saber a origem da desidratação. Animais sem exposição a doença ou até mesmo sem situação que levem grandes perdas de liquido, a ingestão voluntaria de água é suficiente para repor o déficit.

“Assim como nos humanos, os cavalos também precisam de hidratação para se manter saudável. São cuidados simples, mas muito importantes e que merecem a atenção do criador”, finaliza o veterinário Thiago Nitta.

Por: Thiago Nitta – Médico veterinário e juiz de provas da ABQM

Fotos: Pixabay

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Potros precisam de cuidados especiais logo após o nascimento

Médico veterinário e juiz de provas da ABQM, Thiago Nitta, explica como deve ser o manejo nestas primeiras horas de vida do animal

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Potros precisam de cuidados especiais logo após o nascimento

O mês de julho é marcado pelo grande volume de nascimentos de potros e assim como nos bebês, precisamos estar atentos à alguns cuidados essenciais para garantir a qualidade de vida deles nestas primeiras horas de vida. Afinal, todo cuidado se faz necessário neste momento em que o animal está tão indefeso.

Antes de mais nada, precisamos estar atentos a saúde da mãe, pois é através dela que o animal receberá os nutrientes em sua vida intrauterina. A égua precisa estar com o sistema de defesa eficiente, para produzir anticorpos e repassá-los ao potro. Pode-se garantir essa característica por meio de nutrição adequada e correto manejo sanitário. 

Estes mesmos anticorpos serão transmitidos ao potro pelo colostro nas primeiras horas de vida do animal, através do leite. Por isso, a importância da qualidade da saúde dela neste momento é tão primordial.

A partir do momento que o potro nasce, a primeira coisa que devemos nos atentar é com a ingestão do colostro. Ele precisa ser ingerido em quantidade e com qualidade suficientes, pois é através dele que o animal fica imunocompetente. Essa ingestão deve ocorrer logo após o nascimento, pois o potro vai absorver as imunoglobulinas que estão no colostro e este só é eficaz neste momento.

Para saber se potro ingeriu o colostro em quantidade em suficientes e qualidade, e se o mesmo absorveu as imunoglobinas presentes no líquido é preciso realizar o IgG teste. O exame realizado por meio da coleta de sangue, avalia as condições do animal e se o mesmo absorveu a quantidade necessária de imunoglobina.

Se o animal não conseguiu absorver a quantidade indicada, a transferência de imunoglobulinas é feita através do plasma hiperimune intravenoso, que nada mais é do que o sangue retirado de um animal doador, em que são retiradas células sanguíneas e apenas a partir líquida é injetada na veia do potro.

Alguns criatórios realizam a transferência de plasma hiperimune em todos os animais nascidos, eu não recomendo a realização desta técnica em todos os potros, sendo indicado apenas nos animais tiveram uma baixa absorção de imunoglobinas.

Cura do umbigo

Outro ponto que deve ser observado logo após o nascimento é o umbigo do potro. Ele deve ser curado adequadamente por meio de TINTURA DE iodo e deve ser observado para que nenhuma infecção ocorra no local.

O umbigo é uma porta de entrada que ligou mãe e filho durante a vida intrauterina, por isso precisa ser fechado adequadamente para não infeccionar o potro.

Cuidados com a mãe

Mais do que os cuidados com o potro, precisamos estar atentos também a mãe, pois ela irá produzir o leite que alimentará o potro. Precisamos observar se ela expulsou toda a placenta, pois caso contrário, a mãe pode desenvolver uma infecção uterina e muitas vezes podem até levar a uma laminite.

Imprinting devemos ou não realizar?

Imprinting é uma técnica implementada por muitos criadores que visa deixar o animal mais maleável e posteriormente ser treinado mais facilmente. A técnica consiste em o homem ir acariciar o animal logo nas primeiras duas horas de vida. Na minha opinião, se o criador deseja ter este contato com o potro logo no nascimento, significa que ele se preocupa com ele. Com isso, eu acredito que é muito mais válido um trabalho adequado de manejo do que este primeiro contato.

Com um manejo adequado, o animal irá responder de maneira adequada.

Por: Thiago Nitta – Médico veterinário e juiz de provas da ABQM

Fotos: Pixabay

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Começa hoje o ano hípico 2022/2023. Você sabe o que isso significa?

Médico veterinário, Inspetor e Juiz de provas da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM) Thiago Nitta explica no seu artigo o que é ano hípico e como ele impacta nas provas

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Ano hípico

Hoje é um dia muito importante para os criadores de cavalos, pois no dia 01 de julho se inicia o próximo ano hípico. Mas o que isso significa na prática?

O ano hípico dos cavalos no hemisfério sul consiste em 01 de junho até 30 de junho do próximo ano. Já no hemisfério norte, considera-se o calendário, ou seja de janeiro a dezembro.

Este é o parâmetro utilizado para as provas. Os animais são divididos em “turmas” que nasceram no ano hípico 2022/223, por exemplo. Independente do mês de nascimento, todos deste ano hípico correm juntos, são considerados da mesma “turma”. Os animais que nascerem primeiro, nos primeiros seis meses do ano hípico, terão seis meses a mais hábil para treinar e se desenvolver, estarão mais maduros.

Daí vem a expressão “mal nascido”, que oriunda dos potros que nascem em junho, que deverão competir com animais seis meses mais velhos, uma diferença imensa para os estreantes.

Lembrando que a gestação dos equinos é de onze meses e alguns dias, e que um nascimento em junho em tese é muito ruim.

As éguas são poliéstricas estacionais, ou seja, possuem ciclos periódicos e estes acontecem nos períodos com maior incidência de luz, nos meses da primavera e verão. Antes, quando tínhamos o horário de verão era melhor ainda, pois os dias mais longos, com mais luz, faziam elas ovularem mais rápido.

Muitos criadores iniciam um processo precoce que chamamos de sazonalidade artificial, que consiste em deixar as éguas mais expostas a luz artificial para elas ovularem mais cedo e com isso, aumentar o período de coleta de embriões, gerando a possibilidade de mais potros.

Por todos estes fatores, os criadores programam suas prenhezes para nascer neste mês, julho.

Possui alguma dúvida sobre o tema, nos mande nas redes sociais.

Por: Thiago Nitta

Médico veterinário, Inspetor e Juiz de provas da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM).

Contato: @Thiago_Nitta

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Transporte dos cavalos exige cuidados

Problemas em provas ocasionados por lesões durante o transporte dos cavalos podem ser evitados com simples cuidados

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transporte de cavalo

Quem atua com exposições ou mesmo provas equestres sabe que o transporte dos cavalos é uma realidade que requer muita atenção dos proprietários. Afinal, um erro pode causar prejuízos enormes ao criatório.

Além de atender os requisitos exigidos pelos órgãos reguladores, é preciso ter muita atenção com a questão da segurança dos animais durante todo o trajeto.

Com isso, motorista deve atentar-se para o cumprimento das Leis do Código de Trânsito Brasileiro, além de seguir as leis fiscais e sanitárias de transporte de solípedes (animal cujo pé tem um só dedo, um só casco). 

Hoje a regulamentação recomenda caminhões ou trailers adaptados ao transporte, arejados e com toda a estrutura necessária para realizar o trajeto com segurança e, como estes animais oferecem muita vantagem financeira, já se subentende essa necessidade.

Segundo o médico veterinário e inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM), Thiago Nitta, o caminhão utilizado para o transporte dos cavalos possui espaçamento adequado ao tamanho dele; é acolchoado, evitando assim o risco de lesões; possui vedamento adequado das intempéries do tempo e ventilação.

Além da escolha adequada do caminhão ou trailer, o uso de protetores de viagens durante o transporte trazem mais segurança aos animais. “Eles são importantes principalmente para evitar os acidentes que acabam ocorrendo em algum momento de desequilíbrio ou susto. Muitos animais chegam aos eventos com traumas evidentes do transporte e acabam sendo impedidos de competir, e grande parte destas lesões seria evitada se o animal fosse transportado usando protetores” alerta Nitta.

O médico veterinário ainda reforça que o caminhão precisa ter espaço adequado para o cavalo. “O animal deve conseguir ficar em pé, sua posição natural, sem se debater ou ficar encolhido, para o ajudar a manter o equilíbrio durante a jornada, evitando o estresse que interfere na performance dele em pista”, alerta.

Além disso, Nitta aconselha que objetos soltos como caixas, partes ou pedaços de estruturas sólidas não podem ser transportadas na mesma carroceria que o cavalo, pois podem se movimentar e machucar o animal.

Cuidado com a forração

O pavimento de veículo utilizado para o transporte dos cavalos deve estar em perfeitas condições, para evitar que os animais escorreguem. Além disso, se estiver forrada com serragem, essa não pode ser muito fina, pois pode cair no olho do animal e lesionar.

As amarras também devem ter um comprimento adequado para que o animal não se machuque durante a viagem. “O comprimento não pode ser tão curto que limite o movimento do cavalo e nem tão longo a ponto do animal conseguir se enroscar com a folga”, aconselha.

Cuidado com o tempo do transporte dos cavalos

Durante um trajeto, você precisa estar atento ao percurso e programar possíveis paradas para que o animal possa descansar. “Vale ressaltar que quanto maior o tempo da viagem maior o estresse do animal e consequentemente, menor o desempenho dele nas pistas”, finaliza Nitta.

Por: Camila Pedroso

Fotos: Pexels

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Casos de gripes e resfriados em equinos aumentam com a queda da temperatura

Médico veterinário Thiago Nitta separou algumas dicas para proteger seu animal. Vacinação é a principal

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Gripes e resfriados

As estações mais frias do ano chegaram e é hora de redobrar a atenção com seus cavalos. Afinal, assim como os humanos, eles também podem ser acometidos por gripes e resfriados.

Nos equinos, as gripes e resfriados são causados por vírus e acometem o sistema respiratório do animal. A única diferença entre os equinos e os humanos é a espécie do vírus: nos cavalos, o que acomete é a Influenza Equina.

Segundo o médico veterinário Thiago Nitta, a Influenza Equina é um vírus de alta morbidade, ou seja, acomete muitos animais, pois são de fácil transmissão, mas possuem uma mortalidade baixa. “O grande risco de perder o animal, está no fato de a gripe ou resfriado serem fatores predisponentes para doenças bacterianas, ou seja uma ‘porta de entrada’, levando a quadros mais complexos como a pneumonia, ressalta Nitta.

Para evitar que gripes e resfriados se espalhem pelo plantel, explica Nitta, o recomendado é vacinar sua tropa. “A vacinação possui uma variação de acordo com a idade e atividade do animal, que se alteram na quantidade de doses e frequência que devem ser tomadas durante o ano. O potro toma duas ou três doses no primeiro ano, depois só anualmente. Já os cavalos atletas, que estão mais susceptíveis, podem ser revacinados com intervalo menor de tempo. A vacina é a única forma de proteger o animal”, alerta o veterinário.

Como em todas doenças virais, explica Nitta, não existe um tratamento para eliminar o vírus, o que se trata são os sinais clínicos. “Se o animal está com febre entramos com antitérmico, as vezes precisamos prevenir contra bactérias oportunistas. Precisamos ficar atentos as manifestações apresentadas. Eu gosto de acompanhar o animal para observar areação frente ao vírus, realizar um exame de sangue para saber como está o curso da doença e intervir da melhor forma possível”, afirma.

No inverno, como a oferta de alimento No pasto diminui, explica Nitta, os animais acabam ficando mais confinados, mais junto, o que facilita a transmissão. “Por isso, o ideal é isolar o animal doente para não contaminar os outros”, aconselha.

Como proteger o plantel de gripes e resfriados?

Separamos algumas dicas simples que você pode fazer para evitar gripes e resfriados no seu criatório:

  1. Preste atenção na hidratação do animal e na temperatura da água. Cuidado com água muito gelada ao animal, as vezes o animal pode reduzir a sua ingestão, podendo levar a outros transtornos, como a cólica. Ofereça a água no galpão ou abrigo, pois a que ficou exposta no tempo vai estar muito gelada;
  2. Ofereça rações com mais energia, pois o cavalo precisa de mais energia para se aquecer, mas não esqueca de pedir orientações a um técnico antes;
  3. Animais utilizados para o trabalho ou esporte podem tomar seu banho após a atividade, mas ele não pode passar a noite toda molhado, talvez seria interessante lavar apenas partes importantes como membros e entre eles, a fim de evitar assaduras ou lesões na pele;
  4. Cuidado com a temperatura dos potros. Eles ainda não conseguem regular sozinhos a temperatura corporal. Deixe-os junto da mãe, em um abrigo protegido do frio e chuva.
  5. Alguns animais adaptam-se bem a capas e elas acabam auxiliando amenizando a baixa temperatura.

Ainda segundo Nitta, o ideal é ao primeiro sinal de gripes e resfriados, procurar seu médico veterinário de confiança para acompanhar o cavalo. “A pneumonia é o maior risco, porém existem outras doenças que podem acometer o seu animal, por isso não deixe de chamar seu veterinário para analisar seu animal”, finaliza Nitta.

Por: Camila Pedroso

Fotos: Pexels

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Quais são os cuidados que o criador deve ter para manter os pelos dos cavalos bonitos e sedosos?

Médico veterinário e juiz de provas da ABQM Thiago Nitta ensina quais cuidados devemos ter com o pelo dos cavalos

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Quais são os cuidados que o criador deve ter para manter os pelos do cavalo bonitos e sedosos?

Ter um cavalo com pelos lindos, macios e sedosos pode ser mais fácil do que imaginamos. Os pelos dos cavalos são reflexo de sua alimentação. Se ele possui uma dieta balanceada, terá pelos sedosos.

Além da crina e rabo, existem outros pelos dos cavalos que devem ter uma atenção a mais. Você já ouviu falar nas vibrissas e o trago? Sabe o que são?

Vibrissas são os pelos que estão localizados próximos do nariz e da boca do animal. Mais grossos e compridos, possuem uma função sensorial, auxiliando o cavalo na identificação dos objetos, já que seus olhos são localizados ao lado da cabeça.

Já o trago são os pelos localizados na orelha dos cavalos. Serviam para proteger o ouvido a água da chuva, por exemplo.

Mas, com o a modernização da criação, houve a mudança nos hábitos dos animais e essas proteções instintivas passaram a não ter mais tanta utilidade.

Segundo o médico veterinário e juiz de provas da ABQM, Thiago Nitta, nos dias de hoje, os cavalos mudaram muito seus hábitos, eles não têm mais essa habilidade de reconhecer alguma coisa por conta desses pelos. “Por isso, por questão estética, principalmente nos animais de leilão, estes pelos são cortados”, afirma.

Mas a remoção desses pelo traz malefícios?

Segundo o médico veterinário não, pois os cavalos são criados em confinamento, em baias, não tendo a necessidade de reconhecer algum perigo, ou inibir que a água da chuva entre no ouvido, por exemplo, já que ficam protegidos.

“Hoje eles não precisam mais se proteger das onças, seu predador natural, ou de animais peçonhentos, pois a modernização do manejo os protegem destes males”, explica.

Mas, essa mudança nos hábitos também trouxe benefícios aos cavalos. Hoje, de acordo com a explicação do veterinário, a visão deles por exemplo está muito mais aguçada, permitindo que ele visualize melhor os obstáculos e perigos.

“Estes cortes servem até mesmo como uma questão de higiene, porque a partir do momento que você tem um pelo removido da região da orelha, por exemplo, a chance visualizar um ectoparasita como um carrapato é muito grande. E o trauma causado pelo carrapato é muito maior que o corte do pelo”, explica.

Precisamos tosar os pelos dos cavalos?

Essa é uma dúvida recorrente, afinal, devemos ou não tosar um cavalo?

Segundo Nitta o cavalo não precisa ser tosado. No inverno, devido à queda da temperatura, os pelos do animal aumentam como uma questão de aquecimento natural. O maior medo, com isso, é com relação ao suor do animal, que deixaria o pelo molhado.

Mas, segundo o veterinário, o bom manejo nutricional, escovação adequada e o uso de capas já protegem o animal, extinguindo a necessidade da tosa.

Como manter a qualidade dos pelos dos cavalos?

Nitta reforça que o pelos do animal são reflexo da qualidade nutricional dele. “Um cavalo bem nutrido, com uma dieta balanceada, terá um pelo bonito e brilhante. E se a pelagem do animal não estiver bonita, é sinal que a qualidade da alimentação do animal deve ser observada”, alerta.

Crina, quais são os cuidados?

O corte da crina, explica o veterinário, é uma questão de gosto pessoal do dono do cavalo ou mesmo racial. “Os cavalos Crioulos e Quarto de Milha por exemplo, possuem cortes especiais que sinalizam a raça. Mas isso é uma questão de gosto do criador”.

Para ter crinas bonitas e brilhantes, o veterinário aconselha pentear a crina com frequência, desembaraçando os fios com uma escova adequada. Ela não pode ter cerdas muito duras e nem ser passada com muita agressividade, pois isso pode deixar o animal nervoso.

“Divida os pelos em mechas e penteie uma a uma até obter um pelo leve e sem resíduos de pó e outros elementos. Ela também deve ser lavada adequadamente, com um xampu apropriado”, explica.

Se a crina estiver muito embaraçada, existem no mercado produtos chamados amaciadores, uma espécie de condicionador para cavalos que pode ser utilizado para ajudar a desembaraçar os fios.

Os cuidados com a higiene da crina do animal são essenciais para manter a saúde do animal em dia. Uma boa aparência não é apenas uma questão de estética, mas também demostra a saúde do cavalo.

Por isso, ao perceber qualquer alteração com os pelos o seu animal, procure por um médico veterinário.

Por: Camila Pedroso

Foto: Divulgação/Pixabay

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Dicas do Nitta

Provas oficiais oferecem respaldo e proteção ao animal e aos competidores

Thiago Nitta, médico veterinário, inspetor técnico e juiz de provas da ABQM faz uma análise sobre a importância das provas oficializadas e oficiais para a garantia do bem-estar dos animais

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Tendo em vista o vídeo que viralizou essa semana sobre a agressão ao cavalo em uma prova de Vaquejada, é preciso ressaltar cada vez mais a importância dos eventos oficializados ou oficiais.

Tanto um, quanto o outro possuem regras rígidas e, a partir do momento que as regras existem, elas são cobradas e podemos exigir que a atividade seja realizada da melhor maneira possível.

Para nós do bem-estar animal, as provas oficializadas são muito bem-vindas, pois a partir do momento que se tem um evento oficializado, nós podemos ter alterações, inclusões de regras perante o bem-estar animal e essas ações serão fiscalizadas.

Quando você trabalha com provas organizadas por associações, o vínculo dos seus associados permite uma maior exigência, pois os associados devem seguir o regimento dessa associação, e concordam com todas as regras descritas pela entidade e pelo evento.

Cada vez mais as provas oficializadas dão credibilidade ao esporte, mostram que o evento é realizado com profissionalismo. Ao estimularmos provas oficializadas, fomentamos a padronização, igualdade entre todos os participantes e mais do que isso, a garantia do bem-estar de todos os envolvidos.

Além disso, para o competidor, a prova oficializada oferece muitos benefícios, como ter a garantia que seu cavalo ganhou uma prova dentro das regras, sem infligir as questões de equipamentos, doping, efeitos ilícitos, entre outros.

Provas oficializadas contam com uma Comissão Disciplinar que avalia o descumprimento das regras com parâmetros legais para poder suspender a pessoa que descumpre determinada regra de dentro da associação, proibir a entrada dela dentro de um evento, entre outras punições.

Provas não oficializadas podem até ter uma boa premiação, ser “legal”, mas não possuem respaldo para se exigir algo, não possuem uma associação responsável.

Eu já atuei em provas realizadas pela Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ) e Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) e acompanho de perto o trabalho desenvolvido pelas associações em prol do bem-estar animal. Essa é uma bandeira defendida por todos.

Por: Thiago Nitta

Médico veterinário, juiz de prova e inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo quarto de Milha (ABQM).

Foto: Arquivo pessoal

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