Com a inclusão da taxação das exportações do agro, parlamentares do setor prometeram derrubar a medida
Os produtores rurais tiveram uma surpresa com o novo texto da reforma da Previdência, apresentado nesta terça-feira, dia 2, na Comissão Especial da Câmara, já que o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) resolveu incluir o pagamento previdenciário sobre exportações agrícolas, que deve gerar receita adicional de R$ 83,9 bilhões. A economia esperada com o projeto em dez anos subiu de R$ 913,5 bilhões para R$ 1,071 trilhão.
Os parlamentares do agronegócio pressionavam para que esse item fosse retirado do projeto, para estes, o relator não acatou alguns pedidos e, por isso, querem agora mais tempo para avaliar a nova versão. A insatisfação poderá atrasar a votação da reforma na Comissão e deixar essa conclusão apenas para semana que vem.
A situação pode atrasar o calendário previsto pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que queria concluir os trabalhos na Comissão até esta sexta-feira, dia 5, para garantir a votação no plenário antes do recesso parlamentar. A volta da cobranças de contribuições previdenciárias sobre exportações agrícolas, apesar de toda a pressão contrária de parlamentares, estava prevista na proposta original enviada pelo governo e na primeira versão do parecer lida por Moreira.
Com uma elevação da economia para o número de R$ 1 trilhão prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que vem cobrando esse piso para a reforma, não foi resultado de um aperto nas regras da reforma na nova versão do texto apresentada nesta terça-feira na Comissão Especial.
O relator mudou os parágrafos que tratavam do assunto de lugar no texto, o que causou confusão e levou ruralistas a comemorarem o que haviam interpretado como manutenção da isenção. Quando perceberam o erro, se sentiram traídos pelo relator. Eles prometem derrubar a medida no plenário da Comissão, onde têm a força de uma das maiores e mais unidas bancada do Congresso.
Por Camila Furtado
Fonte: Canal Rural
Foto: Free Policy Briefs