Como você tem lidado com seus potros durante a quarentena?

Karoline Rodrigues resgata um assunto ainda importante sobre como os treinadores estão lidando com seus potros nesse período de quarentena

Resolvi voltar nesse tema porque a rotina do rancho faz a gente reavaliar a todo momento a melhor forma de cuidar dos cavalos, dos potros e o programa de treinamento. Além disso, para dar aquele empurrãozinho, o episódio 17 do Podcast @alongfortheridewithandrea também tratou do tema. Portanto, considerem esse post meio ‘reflexão’ meio ‘tradução’.

Aos poucos, os eventos estão voltando. Mas falamos muito ainda sobre o dia-a-dia dos treinadores nessa quarentena, reflexos dos eventos, impactos financeiros. Isso tudo ainda não passou. E para os cavalos? Como está a vida deles? Ainda vivemos sob certa incerteza de quando as coisas voltarão ao normal.

Sem essa certeza, sem o objetivo da próxima prova, às vezes pode ser difícil treinar os cavalos mais velhos. Ou seja, os que já passaram o potro do futuro. Com os potros de 2 e 3 anos já é um pouco diferente. As provas de potro do futuro da Rédeas foram remarcadas e a programação de todo mundo teve que mudar. Mesmo quando havia muito a ser treinado, fazer os potros ‘chegarem’, o objetivo não deixa de ser real.

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Se por um lado foi frustrante ficar sem ter prova, por outro lado os treinadores em geral comentam que tiveram mais tempo com os potros de 3 anos. Sem a pressa, portanto, de uma prova iminente. Todavia, a ânsia estava em não ter o ‘teste’ real antes do grande evento aqui no Brasil, o que acabou acontecendo com a Live Amigos da Rédeas mês passado.

Cautela e paciência

É preciso cuidado, no entanto, para não forçar demais. Vi, não só o Casey Deary, mas também o Andrea Fappani, comentarem sobre ‘tirar o pé’ de alguns cavalos de 3 anos. E como fazer isso? Um final de semana mais longo ou uma semana toda de descanso depois de um trabalho intenso? Depende dos potros, eles dizem.

Aparentemente um descanso mais longo faz o cavalo perder o foco, dificultando a volta aos treinos. O mais recomendado seria dosar as manobras durante a semana. Montar um dia a menos, não fazer todas as manobras todos os dias, fazer apenas uma manobra forte um dia por semana.

Há uma preocupação constante – e INDISPENSÁVEL – em não passar do ponto para não prejudicar a saúde física e mental dos cavalos. Em minha opinião, pelo que tenho visto aqui no rancho, e pelo que ouvi do Podcast, quem mais se beneficiou do tempo extra dos treinadores em casa foram os potros de 2 anos. E quando digo tempo extra não é que a rotina mudou, mas os treinadores saíram menos para as provas.

Planejamento para os potros

Nessa fase, quem vai para as provas são os cavalos velhos e os potros de 3 anos. Os potros de 2 anos acabam ficando em casa. Eles têm montadas menos intensas, treinos mais leves, descansos mais prolongados. Hoje, entretanto, eles estão inevitavelmente mais adiantados.

Ainda que o treinador tenha assistentes que mantenham o treinamento em casa enquanto ele vai para a prova, não é a mesma coisa. O treinador em casa por mais tempo que o normal observa mais, e acaba montando mais essa leva.

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E para mim esse é o ponto mais crítico, porque é exatamente com esses potros que é preciso ter mais cuidados. Aqui no rancho, é com eles que nos preocupamos mais nesse momento, porque percebemos recentemente que eles estão, no geral, mais adiantados do normalmente estariam.

É importante ter em mente – não só em tempos de pandemia, mas sempre – que cavalos de 2 e 3 anos são muito jovens ainda, e seu corpo está em formação. A evolução genética dos cavalos de Rédeas proporciona hoje cavalos mais submissos e obedientes. Eles sempre vão tentar fazer tudo o que for pedido, mas não podemos esquecer de que eles são jovens e podem se machucar se pedirmos demais.

Fiquemos atentos!

Por Karoline Rodrigues
Crédito das fotos: Divulgação/
Plusoneandahalf

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