Com sucesso grande no Laço Comprido, Adilson Vitorino fala da carreira

Pela ABQM, Baiano já conquistou todos os títulos, incluindo nove vezes campeão Nacional, tetra da Copa dos Campeões e sete vezes campeão estadual

Se você conhece um pouco de Laço Comprido, com certeza já ouviu falar de Adilson Vitorino dos Santos. Natural de Ponta Porã e morador de Campo Grande, ambas cidades do Mato Grosso do Sul, aos 44 anos, ele treina no Parque do Peão CLC. Casado, é pai de cinco filhos, e tem como profissão ser treinador, com muito orgulho.

Começou no Laço com 17 anos e compete em provas técnicas desde 2005. As festas de Laço Comprido constituem em eventos realizados no estado de Mato Grosso do Sul e possuem ligação direta com a origem e formação pecuária do Estado. Portanto, com o advento das provas técnicas da ABQM, tomou rumos de forte crescimento.

E foi nessa leva que ele ficou conhecido no Brasil todo quando começou a ganhar todos os títulos importantes. Além dos citados acima, ele também é tetracampeão do Potro do Futuro na Aberta Livre. O quarto título, aliás, conquistado há poucos dias no 13° Campeonato Nacional e Potro do Futuro de Laço Comprido ABQM/MSQM.

Adilson Vitorino é ganhador de quatro PF de Laço Comprido

Conheça um pouco da história desse grande campeão!

Como conheceu e começou a praticar o Laço Comprido?

Adilson: Eu era magrelinho, pequeno, e tinha paixão por cavalos de corrida, de jockey, em Ponta Porã, cidade que nasci. Ai um cara falou para mim que eu ia conseguir montar apenas até uns nove anos e depois ia crescer, espichar, e ficaria fora do padrão dos jóqueis. Então, decidi mudar de ideia e fui trabalhar em cocheira e ranchos. Até que surgiu a oportunidade de trabalho com o S. Arnóbio, na Estância do Amor, no município de Rio Pardo, aqui no Mato Grosso do Sul mesmo. Eu tinha 13 anos quando fui para lá e ele me viu montar e passou a me ensinar tudo. Parei de mexer com cavalo de corrida e conheci o laço curto e o tambor. E dessa oportunidade que tive, me apaixonei pelo Laço.

O Laço Técnico mudou a vida do treinador e do esporte

Se lembra quando e como foi o momento que pensou: quero praticar Laço para sempre?

Adilson: Muita gente chegava para mim e falava que treinador não era profissão. Foram muitas dificuldades, as barreiras foram grandes. Mas eu e minha mulher nunca desistimos, mesmo todo mundo falando que nunca ia dar para eu viver do cavalo. Eu sempre gostei de mexer com cavalo e sempre foquei. Nunca desisti do meu sonho e lutei.

Você tem alguém que admira?

Adilson: Mané Viegas e Ademir Torto, por serem pessoas de caráter, serem pessoas de família, respeito e palavra. Célio de Oliveira, a pessoa que me deu todo apoio e todo suporte que precisei na minha vida.

laço
Adilson Vitorino comemora seu mais
recente título, o quarto de PF

Como é o seu dia a dia hoje quando está em temporada de competição?

Adilson: Eu tenho uma equipe bem estruturada para dar suporte para mim, pois sozinho não consigo dar conta. Somos em oito lá no Parque do Peão CLC, dois trabalham diretamente nas baias e eu tenho mais cinco auxiliares na pista, para o suporte nos treinos. E o nosso principal objetivo lá é respeitar os animais. Queremos cavalos saudáveis para vida toda e não só para um curto período de vida competitiva. Meus cavalos têm que ser bons atletas, bem condicionados, com constante acompanhamento veterinário. É como se fossem meus filhos. Respeito muito o limite deles, não excedo em horas de treino por exemplo. Perto das competições, diminuo o ritmo para que cheguem bem. Um bom cavalo se faz com tempo, programação, sem lesão, saudável e competitivo.

Como você procurou aprender mais sobre a modalidade?

Adilson: Com cursos. Fiz cursos de doma, todos os anos eu faço. Também reciclagem com juízes de Laço Técnico. Sempre buscando aperfeiçoamento. Agradeço ao Luciano Baron, que me levou ao Marcelo Iguma e ele me encaminhou no Laço Técnico. Duas pessoas que contribuíram grandemente para meu crescimento profissional.

Qual prova te marcou mais até hoje?

Adilson: Todos os Potro do Futuro são muito importantes. É uma prova que para mim é o que mais vale. A gente pega um potro, começa um serviço do zero, e acompanhar a evolução do animal é muito bom. A gente vai construindo o cavalo aos poucos.

Tem um cavalo especial da vida?

Adilson: Chisty Lil Moon TMR. É uma égua crioula da Sandra Navarro, do Think a Mite a Ranch, e hoje propriedade de Juca Jacinto. E foi a responsável pelo meu começo nas provas técnicas. Essa égua é muito importante para a minha carreira. Fiquei até emocionado de lembrar dela.

Por Luciana Omena
Colaboração e Fotos: Malu Cáceres

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