Encefalomielites Virais em equinos

São doenças zoonóticas, transmitidas principalmente por mosquito e afetam o sistema cerebral dos animais

A Encefalite Viral Equina é uma enfermidade que vem trazendo muitos transtornos e prejuízos às criações de equinos pelo mundo, sobretudo nos períodos mais quentes e chuvosos.

A Encefalite (ou Encefalomielite) Viral dos equinos é uma doença infecto-contagiosa, que causa sinais nervosos devido a inflamações a nível cerebral, meníngea e medular. É de curso clínico agudo, e afeta cavalos, podendo também infectar o homem e as aves.

As encefalites equinas são doenças zoonóticas, onde a infecção é causada pelo vírus do gênero Alphavirus, no qual pertencem três espécies de vírus causadores: Vírus da Encefalite Equina Do Leste (EEL), Vírus da Encefalite Equina Do Oeste (EEO) e Vírus da Encefalite Equina Vezenuelana (EEV). Os vírus receberam essa denominação de acordo com a localização de sua primeira identificação.

Estes vírus classificados como agentes da encefalite americana (do leste e do oeste) podem ser diferenciados do vírus da EEV pela virulência e no comportamento sorológico e imunológico. O agente da encefalomielite equina americana possui diâmetro de 30-50nm. Já o vírus da EEV difere do anterior no tamanho, de 40-80nm de diâmetro.

A doença ocorre pela inoculação do agente pela picada do mosquito vetor, o vírus replica em tecidos próximos ao local de inoculação e nos linfonodos regionais, produzindo viremia primária. Ganha a corrente circulatória e a partir desta se localiza nos tecidos extraneurais, nas células endoteliais dos vasos e nas células dos músculos estriados, que servem de fontes para um fluxo contínuo de vírus para a corrente circulatória, ocorrendo uma nova viremia, chamada secundária, que é intensa e prolongada.

Pelo sangue, o vírus pode invadir o cérebro por transporte passivo através do endotélio vascular, replicação nas células endoteliais, infecção do plexo coróide e epêndima, ou também sendo transportado no interior de monócitos e linfócitos. O vírus pode se replicar no trato respiratório superior, pâncreas e fígado, e também nos órgãos linfoides.

Os principais sinais da doença são a febre, depressão e alterações no sistema nervoso, causando mudanças de comportamento, como ranger de dentes, andar em círculos, cegueira, dentre outros. Porém, estes sinais podem variar, de acordo com cada tipo de vírus da mesma doença.

O diagnóstico mais usual é realizado através do exame de sangue. Já o controle e prevenção da doença passa pela neutralização de mosquitos e imunização dos animais, por meio de vacinas.

O vírus da Encefalite Equina do Oeste já foi isolado no Brasil em vetores, na Floresta da Tijuca (Rio de Janeiro), e em algumas oportunidades foram encontrados anticorpos em equinos e humanos. O vírus da Encefalite Equina do Leste está presente no Brasil nos estados do Amazonas, Pará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Fonte: Informativo Equestre e Unicruz

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