Saúde & Bem-estar

Saiba como fazer a avaliação do feno – Parte 2

Considera-se como feno todo alimento volumoso obtido pela desidratação parcial de uma planta forrageira, gramínea ou leguminosa

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Saiba como fazer a avaliação do feno

Dando continuidade sobre como fazer a avaliação do feno, hoje seguimos com a parte final, que aborda como essa análise. Confira:

Avaliação

Na avaliação inicial de um lote de fardos de feno, a primeira característica a ser observada é a umidade do material. Devem-se abrir alguns fardos e avaliar seu aspecto geral quanto à presença de algum ponto de umidade excessiva, sendo desejável sua homogeneidade e um aspecto seco e firme.

Quando avaliamos as características visuais, a coloração é a que se apresenta com maior destaque e relevância. Quanto a essa característica deve-se sempre buscar um padrão homogêneo, entre e dentro dos fardos, sendo que uma cor verde ou esverdeada seria característica de um material de boa qualidade quanto ao processo de secagem e de armazenamento e uma cor amarelada ou marrom denota problemas de excesso de horas ao sol e falta de qualidade.

Aspectos

A maciez ao tato mostra que a forrageira foi cortada ainda jovem, em seu estado vegetativo de crescimento, onde uma presença maior de folhas em relação às hastes ou caule é a responsável pela sensação de maciez ou de ausência de características mais grosseiras como aspereza ou dureza.

Essa maior proporção de folhas também denota uma maior qualidade nutricional, pois essa fração das plantas é a que apresenta maior digestibilidade e concentração de proteína, apresentando também uma secagem mais rápida, o que evita perdas em qualidade e peso.

A presença do odor característico de feno, ou de capim cortado, reflete que ocorreu um processo adequado de desidratação, não havendo exposição demasiada ao sol e também um armazenamento adequado, onde não houve uma reidratação prejudicial do material.

Também a ausência de odores desagradáveis é um outro fator importante a considerar. Alguns animais são altamente seletivos quanto à qualidade do alimento, não consumindo aqueles que tenham características indesejáveis quanto ao aroma, ou que apresentem material em decomposição com presença de fungos ou bolores. Alguns defensivos como inseticidas também podem causar alteração no consumo.

Uma temperatura normal (fria) dentro dos fardos também é um bom indicativo de qualidade no processamento e conservação. Temperatura mais elevada é um indicativo de umidade inadequada no enfardamento ou no armazenamento. Não é incomum encontrar fardos de feno com temperaturas acima de 30oC, em função do aquecimento provocado por atividade de microorganismos como fungos e bactérias.

A presença de condições de desenvolvimento desses microorganismos será problemática em três aspectos principais:

• Perdas em quantidade (peso);
• Possibilidade de formação de compostos tóxicos como as aflatoxinas;
• Condições onde a combustão (queima) do material poderá ocorrer espontaneamente.

A presença de outras espécies vegetais no feno, mesmo que adequadas ao processo, poderá significar que o campo de produção está em declínio, sendo pouco cuidado quanto às plantas invasoras, sendo que a qualidade sempre será diminuída pela presença de material de menor valor nutritivo, que terá o mesmo preço por unidade de peso.

Considerações

A presença de plantas daninhas, sementes ou pendões florais, da mesma forma, tem influência negativa sobre a qualidade do feno, demonstrando que este se encontra já passado e fora de sua melhor condição nutricional, tanto por motivos de clima ou pelo fato do produtor de feno valorizar mais a quantidade produzida do que a qualidade.

A ausência de materiais estranhos, terra ou gravetos também se apresenta como uma característica importante e desejável nos fenos, refletindo a preocupação do produtor de feno quanto à sanidade e à integridade física dos animais que irão consumi-lo. Há varias citações de problemas de pinos, grampos, parafusos, plásticos ou graxa encontrados disponíveis aos animais, vindos dentro de fardos de feno.

Conclusão

Quanto melhor a seleção, quanto à qualidade do feno adquirido e oferecido aos animais maiores as vantagens obtidas, como:

• Melhor relação entre concentrado e volumoso na dieta total;
• Menor qualidade do concentrado para suprir as exigências nutricionais;
• Menores riscos de problemas metabólicos como cólicas ou torções internas;
• Melhor função orgânica nos animais;
• Menor custo por unidade consumida e menor custo por unidade produzida;

Essas considerações justificam os diferentes preços e tipos de feno presentes no mercado, havendo uma necessidade de padronização e qualificação dos fenos para que seu preço seja o mais adequado e justo à sua qualidade.

Fonte: Editora Passos
Foto: Pixabay

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