Desenvolver pessoas através do método de Reconexão com cavalos, nos traz experiências inesquecíveis.
Certa vez, atendi uma cliente, que era líder de equipe em uma grande empresa farmacêutica. Ela que iria mudar de função, recebeu uma promoção e iria assumir uma nova equipe.
Quando ela soube que seria promovida, ficou muito feliz, afinal, era o seu trabalho sendo reconhecido, iria ganhar mais, teria mais benefícios, etc. Porém, junto com a alegria, veio também a insegurança.
Mas ela não sabia, porque essa felicidade não era plena, tinha algo que não a completava.
Foi então que ela entrou em contato comigo e me contratou para ajudá-la com esse processo de transição de carreira e desenvolvimento de liderança. E assim fomos realizando esse trabalho juntas e com a ajuda dos cavalos – que foi essencial durante o processo de desenvolvimento dela.
Chegamos na hípica, onde eu fazia os atendimentos e solicitei ao tratador, um cavalo no qual poderia utilizar naquele atendimento.
A parceria com a hípica era muito boa, porque os cavalos que ainda não haviam saído da baía naquele dia, vinham pra mim, assim eles também faziam os exercícios deles e no final tomavam um banho bem gostoso antes de voltar para o conforto da cama e água limpa.
E nesse dia não foi diferente, cheguei com a cliente na hípica e o tratador nos trouxe um belo BH, macho e castanho.
Então, para esse dia em especial, eu escolhi fazer com ela, um exercício, que particularmente eu gosto muito de horsemanship, que é o trabalho com a guia longa.
Então, posicionei a cliente no centro do círculo e dei as instruções, sobre como era a posição e comandos para que ela colocasse o cavalo para andar, trotar e galopar. Me posicionei junto a ela no centro do círculo para iniciar o trabalho.
Depois que expliquei a manobra, fiz uma vez para ela ver como era e com o cavalo já em movimento, passei a guia para que ela seguisse da forma como eu havia mostrado e ensinado.
Assim que ela colocou a mão na guia, o cavalo já mudou o passo, saiu do trote em que estava e começou a andar, andando, andando e foi diminuindo, quase parando.
Eu junto, orientando e revisando os comandos com ela, mas o cavalo não respondia.
Novamente eu assumia, pegava a guia e no mesmo instante o cavalo respondia meus comandos, andava, trotava e galopava.
Eu repassava a guia para ela e o cavalo quase parava de andar.
Ficamos assim por um tempo e ela não conseguiu colocar o cavalo nos comandos da guia.
Terminamos e eu continuei o trabalho com ela, perguntando:
-O que você acha que aconteceu aqui?
E ela disse:
-Ah! É porque você já conhece esse cavalo e por isso ele atende aos seus comandos.
Nesse momento eu entendi o que estava acontecendo com ela e ficou tudo muito claro. Eu perguntei:
-Você acha que é mais fácil trabalhar com quem você já conhece?
E ela respondeu:
-Claro que sim, você já sabe como o cavalo vai reagir, como ele é…
-Então é isso que você está sentindo em relação ao seu novo cargo? Você acha que será mais difícil trabalhar com quem você não conhece, com uma nova equipe? É isso que está deixando você com medo e insegura?
E eu continuei:
-Eu nunca vi esse cavalo, eu não sei o nome dele. Eu nunca trabalhei com ele.
E nesse momento ela entendeu o que a estava bloqueando, ela teve total clareza.
Era o medo do novo, medo de não dar conta, medo de sair do que é conhecido.
Nesse momento conseguimos fazer o trabalho de desbloqueio, a cliente teve total clareza do que estava acontecendo com ela.
Assim é o trabalho de atendimento a pessoas utilizando os cavalos como auxílio nesse processo de autoconhecimento e desbloqueio de crenças.
O que fazemos em uma coisa, fazemos em todas as outras, por isso fica fácil identificar junto com os cavalos as crenças que estão limitando a nossa jornada, nos atrapalhando para atingir um objetivo ou conquistar um grande sonho.
Os cavalos nos ajudam a ter clareza, eles nos mostram o que sozinhos não estamos conseguindo ver e de um jeito que, junto ao profissional se torna leve e natural.
Após esse atendimento, a cliente conseguiu assumir a nova equipe, teve muito sucesso com o novo cargo e seguiu sua vida com mais plenitude.
Por Anita Parizzi
Foto: Banco de imagens/Freepik
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