Milo é como esse histórico garanhão é até hoje carinhosamente chamado
Sempre aprendemos muito sobre como coisas como o destino entram em cena, como a vida funciona e nos dá oportunidades de sucesso. A história de Fire Water Flit, ‘aka’ Milo, é aquela em que vemos como as experiências da nossa vida e quem conhecemos podem nos levar ao topo. E a história dele se entrelaça com a de Vickie Adms, sua proprietária e parceira de pista em diversos eventos e muitos títulos. Ela foi criada na área de Gainesville, Texas, e conhecia George e Rebecca Tyler, donos de Flit Bar. Montou alguns descendentes dele para os Tylers antes de comprar o seu próprio, que no caso, foi Fire Water Flit. É ai que começa a história que os dois estavam destinados a viver.

Flit Bar era um garanhão que estava tendo, na época, um impacto grande como pai de bons cavalos de trabalho. Seus potros incluíam Flashy Flit Bar, cavalo de laço, e o Fancy Flit Bar, um campeão AQHA, por exemplo. Mas eram potros como Shadow Bar e Robin Flit Bar que estavam lhe dando a reputação como um pai de ótimos cavalos de tambor. Shadow Bar ajudou Karen Walls a tornar-se top 10 da National Collegiate Rodeo Association, e Robin Flit Bar levou Jimmie Gibbs Munroe a ser campeã mundial PRCA em Três Tambores em 1976 e também a sete participações na NFR.

O sangue de Flit Bar entrou na família de Vickie quando seus tios compraram um castrado de cinco anos chamado Flit Rose, cavalo de Corrida, recordista e bastante rápido nas pistas. Sua tia também o montou em provas de tambor e chegaram rápido ao top 20 da Texas Barrel Racing Association. Um tempo depois, Vickie o comprou de seus tios e fez a final da Texas Barrel Racing Association por dois anos consecutivos. Sua identificação com os descendentes de Flit Bar era evidente, e ela montou outros, como Wabena Bar Flit, na NFR de 1977. Até chegar a Fire Water Flit, Vickie passou ainda por várias experiências, como as provas com Slash J Harletta, da sua amizade e parceria com Celie Whitcomb-Ray.
Slash J Harletta tornou-se reprodutora em 1974 e ia muito bem com mãe de filhos ganhadores. A certa altura, escolhendo garanhões para cruzar com ela, Vickie deu a ideia de realizar um cruzamento com Flit Bar. O garanhão já estava velho e sofrendo com artrite, praticamente encerrando sua vida como reprodutor. O cruzamento aconteceu e Vickie ficou com Milo para ela. Fire Water Flit veio no segundo ano em que Slash J Harletta produziu com Flit Bar.

Quando chegou sua vez de entrar nas pistas, a carreira de Fire Water Flit teve que ser suspensa por conta de uma fratura, mas ele voltou. Não competiu aos quatro anos devido à lesão, mas aos cinco anos fez sua estreia, ganhando a prova. Com Vickie e Celie, Fire Water Flit ganhou várias provas e rodeios ao longo dos anos. Classificações para a NFR estão no currículo de Milo. Por volta de 1985, outra lesão o tirou das pistas de tambor de vez.
Chegou a hora de Vickie pensar nele como garanhão e estudou minuciosamente todo o seu pedigree. Foi realmente a fundo. Fire Water Flit produziu campeões mundiais pela WPRA, AQHA, PHBA e IBHA. Seus potros ganharam mais de US$ 5.000.000,00 nas arenas e pistas de tambor do mundo. Alguns de seus filhos de renome são Firewater Fiesta, Fire Water Fanny e Firewater Kat. Firewater Fiesta é bem conhecida dos brasileiros, ganhadora de mais de US$ 800.000,00, finalista NFR com Kelly Yates. Firewaterontherocks também é outro filho famoso de Milo, líder de estatísticas pela Equi-Stat, entre tantos outros destaques.

No Brasil, segundo o SGP Sistema, seus filhos têm ganhos de mais R$ 413.000,00. Entre os destaques, Milos Heart Of Gold, ganhador de mais de R$ 100.000,00, Firewater Flying, Im On Firewater, Prince Firewater HTT, todos ganhadores de mais de R$ 50.000,00, entre outros filhos. Firewater Fiesta foi adquirida, em 2012, pelos criadores brasileiros Gilmar Garcia (Haras J. Garcia) e Vitor Costa (Haras CMV). Com a união de Wilson Vitório Dosso (Haras WV) em 2014, formaram o Condomínio Firewater Fiesta. Produziu por aqui mais de R$ 500.000,00. Alguns planos ficaram sem conclusão com o desaparecimento dela em 2016.
Muitas vezes achamos que é o lado do interesse humano da história que nos atrai para um indivíduo. Conhecemos sua criação, como tudo aconteceu e como as circunstâncias influenciaram a vida de alguém. Mas então, quando estudamos o pedigree e encontramos alguns ingredientes interessantes, que dão a essas histórias uma influência genética, mudamos a forma de olhar para esse indivíduo. A história de Milo certamente prova esse ponto.
Por Luciana Omena
Fonte: SpeedHorse