A maior prova da temporada na modalidade bateu recordes de inscritos e associação comemora sucesso de mais uma super realização
Não medir esforços para ver a Rédeas crescer é o lema da Associação Nacional do Cavalo de Rédeas, que rege a modalidade desde 1989. Entre os objetivos, ter reconhecimento internacional e estreitar os laços com a ‘entidade mãe’, a National Reining Horse Association, foram alcançados. Entre diversas ações nos últimos anos, como a realização de Rookie Days no Brasil e América do Sul, Non Pro Days, a mais recente foi o Pan American Cup Jovem.
Pódio da JovemUma competição de Rédeas para os países Sul Americanos foi realizada pela primeira vez no Brasil em 2016 pela ANCR. Agora foi a vez do 1° Pan American Cup NRHA/ANCR Jovem da história da modalidade no mundo. A estreia da NRHA na realização de uma prova nesse formato para os jovens. E o Brasil foi escolhido para sediá-la.
Segundo Francisco Moura, presidente da ANCR, o grande responsável por fazer com que o Brasil fosse o escolhido para sediar este primeiro Pan American Cup Jovem foi o Diretor Internacional da Associação, João Marcos de Arruda Pires. “Ele tem sido incansável em representar o Brasil e a ANCR junto à NRHA. Todos nós que amamos este esporte temos uma dívida de gratidão junto ao João Marcos”, afirma o gestor.
Taylor MassonO evento aconteceu de 15 a 18 de agosto, junto com a realização do Potro do Futuro, Campeonato Nacional, Copa Cardinal Ranch N1 e Jovem, Prova Livre e Copa Internúcleos. O Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel – EMAPA, em Avaré/SP, ficou festivo durante toda a semana, com a presença dos melhores do Brasil. E o Pan teve seu lugar especial no dia 18, sábado.
As delegações aproveitaram ao máximo cada minuto, interagindo entre si e trocando conhecimento. O Pan, que além da categoria Jovem também foi realizado na Aberta e Amador, trouxe ao Brasil competidores de Canadá, Chile, México, Argentina, Uruguai, Paraguai e Estados Unidos. Os oito países participantes deram um show em pista. No formato, cada competidor montou em um cavalo sorteado dias antes.
Pódio da AbertaOs cavalos foram cedidos por proprietários e membros da ANCR, deixando a disputa em pé de igualdade. Os participantes tiveram dois ou três dias para treinar, lá mesmo no evento. É um formato que a NBHA de Três Tambores usa em seus mundialitos, por exemplo. Reúne vários países e apresenta cavalos de um mesmo nível técnico para os competidores. Em algumas provas, em cada passada é sorteado um cavalo diferente e atleta só tem horas para se adaptar à sua montaria.
Além da realização da prova no Brasil, João Marcos conseguiu também a presença da presidente da National Reining Horse Youth Association – o braço da NRHA direcionado os Jovens nos Estados Unidos -, Taylor Masson. Ela se engajou e até gravou um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, anunciando e convidando os participantes da modalidade do mundo todo para estarem no Brasil.
A campeã da prova Jovem, inclusive, foi ela. Taylor marcou 208 para vencer. Guillermo Gelmini, do Uruguai, com 205,5 foi o segundo colocado. E Valentina Tartara Moroni, da Argentina, marcou 198,5 para ficar com a terceira posição. Maria Luiz Fagundes, pelo Brasil, marcou 197, ficando em quarto lugar. Na Aberta e na Amador a vitória ficou para o Brasil. Os irmãos Gilsinho e o Giovanna Diniz representaram bem as cores da nossa bandeira.
Gilsinho DinizNão foi a primeira vez que Gilson Filho competiu no Time Brasil. Por exemplo, ele fez parte da equipe brasileira em dois Jogos Equestres Mundiais. No Pan, Gilson Diniz havia sido convocado, mas cedeu sua vaga para o segundo posicionado no ranking. Gilson pai preferiu não participar por achar que Gilsinho teria mais facilidade de se adaptar a um cavalo novo em poucos dias, aumentando a competitividade do time brasileiro. E o multicampeão não deixou a desejar. Pediu apoio da torcida, tocou o cavalo ao máximo, ganhando a maior nota da competição, 223,5.
“É sempre uma honra representar o Brasil”, comentou Gilsinho. Foi uma semana especial para ele, que conquistou também os títulos de Potro do Futuro e Campeonato Nacional Aberta N4. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com a nota 219 de Franco Bertolani. O brasileiro, radicado nesse país, que recentemente foi coroado com o título NRHA Million Dollar Rider, esteve no evento e com a impossibilidade da vinda de Casey Deary, competiu no time americano. O Chile com Cesar Muñoz, nota 217, ficou em terceiro.
Pódio da AmadorGiovanna Diniz também voltou para casa muito feliz e orgulhosa do seu desempenho. Com a nota 216 ela subiu ao lugar mais alto do pódio. “Fiquei feliz de participar, por principalmente representar meu país, algo que eu nunca tive oportunidade em nenhuma outra situação. Não tinha participado ainda de um evento internacional, então fiquei muito feliz mesmo”, conta. Ela sempre gosta de dizer que tudo viveu na vida até hoje foi o cavalo que lhe proporcionou.
“Eu morei nos Estados Unidos por causa do cavalo e por isso falo inglês. Todas as oportunidades que surgiram na minha vida foram por causa do cavalo. E para mim, o que foi mais importante dessa prova, foi poder conhecer tanta gente de outros lugares, fazer amizade, fazer conexão, trocar experiência. Quem sabe o que isso me proporcionará futuramente? Fazer relações com o mundo através do cavalo é a coisa mais importante para mim”, relata a campeã.
Giovanna DinizCom títulos de Potro do Futuro no currículo, Campeonato Nacional, e todas as demais provas da modalidade, Giovanna conta que faltava uma internacional, e agora ela tem. “E tudo isso só foi, e é sempre, possível por causa do meu pai e do meu irmão. Eles estão sempre comigo, me ajudando em tudo. São eles que estão no ‘backstage’ de todas as minhas conquistas”. Russel Flint dos Estados Unidos foi o segundo colocado na Amador, 211 pontos, deixando Ruben Pacheco do México em terceiro, com 212.
O próximo compromisso internacional do Brasil são os Jogos Equestres Mundiais, que acontecem em setembro, na Carolina do Norte, Estados Unidos. O time verde e amarelo está bem confiante para fazer a melhor participação do país na história da competição.
Por Luciana Omena
Fotos: Adilson Silva