Sem contar Barretos, que é ‘hors-concours’, Divinópolis é o único rodeio mais completo do Brasil atualmente
Conhecido como o maior rodeio de Minas Gerais, a Divinaexpô realizou mais uma edição de um dos eventos mais aguardados pelos competidores brasileiros. De 30 de maio a 2 de junho, a segunda semana da festa, o rodeio foi uma das estrelas. E o público, mais uma vez, deu um show à parte. Não é novidade que as arquibancadas fiquem lotadas de apaixonados por rodeio. Mas aparecem por lá também um seleto grupo de fãs das provas cronometradas.
Com laço em dupla, laço individual, três tambores e bulldog na programação, além das montarias em touros e cavalos, Divinópolis é hoje o sonho de consumo de todos os competidores dessas modalidades. Especialmente para o laço e bulldog, que são os que menos integram a programação dos rodeios pelo Brasil. O público não se incomodou com o sol forte na tarde de domingo e compareceu em massa para assistir às finais.
Impulsionados por essa multidão de apaixonados, mais de 200 atletas nas cronometradas foram à Divinópolis/MG para a competição. O destaque vai para os três tambores, etapa da Associação Nacional de Três Tambores, com 120 inscritas. As campeãs foram Ana Carolina Cardozo, atual campeã Nacional pela Associação, com 51s890 na Feminina; e Luana Lima Bastos, na Mirim, com 52s089.
O Laço Individual recebeu 80 inscritos. Contou com competidores da ANLI – Associação Nacional de Laço Individual e também foi etapa da Pro Tie-Down Roping. Zenilton dos Santos Junior, de Santa Cruz da Conceição/SP, com 25s79, um dos laçadores mais vitoriosos do Brasil na modalidade, foi o campeão. O segundo lugar ficou para Fabio Pereira, de Jaguariúna/SP, com 27s29. Completando o pódio, Fernando Mendes ‘Tuti’, de Piuhmhi/MG, 27s91.
Dupla acostumada a vitórias, Claudinei Freitas e Miguel Nogueira Zambon, ambos de Jundiai/SP, realizaram um sonho ao vencer a Divinaexpô no laço em dupla. “Foi uma emoção incomparável ganhar esse rodeio, por se tratar do maior rodeio completo do Brasil. Ainda mais, dando uma fivela importada. Fiquei muito emocionado e feliz, era um dos meus maiores sonhos”, contou Miguel.
Felicidade também por ganhar a fivela ao lado do parceiro de tantas outras provas, Nei Freitas. “Laçamos juntos há muito tempo, sempre fomos companheiros e até tivemos rancho juntos uma época. A prova foi concorrida, um número maior de competidores profissionais de vários lugares do Brasil. Sou muito grato a Deus por esse feito. E a toda minha família, que me acompanha e apoia. Essa vida de provas, para cima e para baixo todo final de semana, não é fácil”, complementou o campeão.
Das 30 duplas inscritas, o segundo lugar ficou com Pedro Ropelli, de Presidente Prudente/SP, e Fuscão, de Regente Feijó/SP, 27s64; seguido por Daniel Lopes e Anderson Cândido, 28s40. Com narração de Alessandro Mendes, as provas cronometradas tiveram aquele tempero a mais, especialmente no bulldog, modalidade que não vemos mais nos rodeios.
A maior concentração de atletas atualmente está justamente no Estado de Minas, então foi uma alegria ver a nova geração se misturando com a mais experiente em uma arena tão famosa como Divinópolis. A vitória ficou para o ‘prata da casa’ Marcos Nikito, 14s19. O veterano Fernando Pierini Costa, de São João da Boa Vista/SP, terminou em segundo lugar, 16s32. Deixando em terceiro Marcos Boró, de Claudio/MG, 17s25. Ao todo, 20 buldogueiros estiveram presentes.
No cutiano, com a vitória em 2019, Ari Piovezan tornou-se o primeiro competidor da história a ganhar quatro vezes a Divinaexpô. De Piracicaba/SP, detentor de diversos títulos na modalidade, liderou a partir do terceiro round e terminou com a maior soma de pontos, 427,75. O irmão de Ari, Diego Piovezan, foi o segundo lugar, 422,50 pontos, seguido por Antônio Custódio de Almeida, de Fernandópolis/SP, 422 pontos.
“É um rodeio que me sinto em casa. Fico cada vez mais impressionado com o crescimento da festa. Ser o primeiro competidor tetracampeão dá um orgulho muito grande”, contou Ari. O cutiano recebeu os competidores da Seleção Brasileira do Cutiano (SBC), que proporcionaram um equilíbrio qualificado a modalidade.
Recém-chegado dos Estados Unidos, o competidor Alan de Souza foi o melhor nas disputas da PBR Brasil de montaria em touros. O competidor fez uma boa etapa, ficando sempre entre os primeiros nas rodadas. Na semifinal, entrou liderando e registrou 88 pontos sobre Ciúmes (Cia André de Mogi).
Na final, sua missão era parar no touro. E assim ele fez, ficando com 78,50 a bordo de Impacto (Cia Fortaleza), garantindo o título da etapa, somando 336,50 pontos. “Divinópolis é um dos eventos mais importantes para o nosso esporte. Todo competidor quer passar por aqui e vencer. Estou muito feliz”, comentou durante entrevista a Rafael Vilella ainda dentro da arena. O segundo lugar ficou para Fabricio Gomes, com 331,5 pontos, seguido por João Lucas, com 261,5 pontos.
A Divinaexpô foi realizada pelo Sindicato Rural de Divinópolis, presidido por Irajá Nogueira, com produção da Lucs Promoções, de Júlio Batista e Pablo ‘Bocão’ Ribeiro. A data do ano que vem já está marcada: 22 de maio a 1° de junho de 2020.
Por Luciana Omena
Colaboração: Eugênio José e PBR Brasil
Fotos: Alberto Gonzaga