O Haras Rosa Mystica, localizado no interior de São Paulo e reconhecido pela excelência genética na criação do cavalo Brasileiro de Hipismo, registrou um marco: o nascimento do primeiro clone da raça. A potra, clonada a partir de Magnolia Mystic Rose, nasceu no dia 10 de outubro de 2024, e representa um avanço na aplicação de biotecnologias voltadas à preservação de linhagens de destaque.
Segundo Nilson Leite, advogado e representante do haras, a decisão de clonar Magnolia — nascida em 17 de outubro de 2009 — foi tomada com base em critérios técnicos, estratégicos e também afetivos. “A Magnolia é um animal extraordinário. O que ela entregou no esporte e, principalmente, na reprodução, nos fez entender que sua genética precisava ser preservada com todo o cuidado possível”, explica.

Haras Rosa Mystica registra o primeiro clone
Magnolia Mystic Rose é mãe de Miss Blue Mystic Rose, égua que se tornou referência internacional ao alcançar resultados expressivos em provas como os GPs de Aachen, Hamburgo e Fontainebleu, além de contribuir diretamente para conquistas brasileiras no Grande Prêmio Rolex, em Roma, em maio de 2025, e nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Mais recentemente, Miss Blue foi campeã do GP Rolex da 92ª edição do CSIO5* de Roma, na Piazza di Siena.
A clonagem foi realizada no Brasil, com o uso da técnica in vitro e protocolos internacionais. Todo o processo foi acompanhado por especialistas, garantindo segurança e bem-estar animal. Atualmente, a potra passa por acompanhamento rigoroso em seu desenvolvimento físico e comportamental. “Ela poderá ser direcionada ao esporte ou à reprodução, a depender de sua evolução natural. Mas não temos pressa: o mais importante é respeitar o ritmo do animal e o propósito maior desse projeto”, afirma Leite.
Para o Haras Rosa Mystica, a clonagem é vista como uma ferramenta de preservação e fortalecimento genético da raça. Leite reforça que a iniciativa não substitui os métodos tradicionais de criação, mas agrega valor à seleção nacional. “Entendemos que há debates éticos e técnicos importantes. Mas, com responsabilidade e clareza de objetivos, a clonagem pode ser um recurso legítimo e muito valioso.”
O haras já estuda a possibilidade de novos projetos envolvendo biotecnologia, sempre com foco no aprimoramento do cavalo Brasileiro de Hipismo. “A mensagem que deixamos aos criadores e apaixonados pela raça é que olhem para a clonagem com curiosidade e mente aberta. Ela pode ser uma grande aliada na missão de tornar o BH uma das raças mais fortes e respeitadas do mundo”, conclui.
Por Giovanna Catanho/Portal Cavalus (Com informações da Revista Horse)
Fotos: Divulgação/ABCCRM
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