Dalva Marques faz uma análise das provas de muares. De fato, uma abordagem simplificada do que se considera um bom andamento marchado. E os apontamentos técnicos dentro da competição
De maneira conceitual, a marcha dos muares é um andamento natural. Bem como espontâneo, avante (picada ou batida). Com deslocamentos alterados dos bípedes em diagonal ou lateral. Assim como intercalados com momentos de tríplice apoio.
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Análise nas provas de muares
- Gestos de marcha: traduz-se em a qualidade dos movimentos de anteriores e posteriores. E diagrama de apoios característicos da marcha. Prioriza-se o movimento rolado dos membros anteriores e posteriores. Flexionados na medida certa, sem exageros nas articulações.
Nota-se nos anteriores a definição de um semicírculo. Apresentando movimento avante. Com energia e total sintonia com os posteriores. Jarretes com movimentos suaves. Progressão horizontal, na medida certa. Nem rasteira, nem elevada. - Comodidade: qualidade na movimentação. Fazendo com que o animal mantenha o tronco estável. Sem oscilações. Para que não transmita nenhum impacto ou desconforto ao cavaleiro.
Nada de ‘movimentos parasitas’. Lateral ou frontal. Animal levemente apoiado na embocadura. Sobretudo, com bom temperamento de sela. Disposição para andar. Equilibrado nas trocas de apoio. Sempre com muita franqueza. - Estilo: nobreza dos movimentos. Total equilíbrio. Harmonia, elegância. E, sem dúvida, energia do começo ao fim.
- Rendimento: usa-se o menor número de passadas para percorrer uma distância determinada. Bom rendimento, com atitude. Progressão e equilíbrio. Com toda a certeza, características indispensáveis para qualquer animal de sela.
- Regularidade: é uma qualidade se manter no mesmo ritmo e velocidade. Sem alterar, portanto, os demais quesitos. Segue a mesma toada do início ao fim.
- Resistência: o animal deve manter o mesmo ritmo. Assim como desempenho e energia. A fim de se mostrar íntegro no decorrer da prova.
- Equipamentos: livre escolha do cavaleiro. Não só o tipo de embocadura, mas também o uso de esporas. Desde que sejam utilizados adequadamente. E não causem dano ao animal.
Itens desclassificatórios
Animal de má índole. Muares que mordem, pulam. Sobretudo, que escoiceiam. E/ou não permitem ser montados. Todo e qualquer tipo de sangramento. Inegavelmente, o uso de esporas, barbelas e chicotes irregulares. E que possam ferir o animal. Problemas respiratórios. Por fim, qualquer grau de claudicação (manqueira).
Fiz uma abordagem simplificada do que é importantes em provas de muares. Da mesma forma, apontei os pontos positivos e negativos dentro de uma competição. Sob a análise técnica do jurado.
Reitero que o mercado do muar marchador está em franca expansão. Visto que muitos negócios são feitos nas próprias copas de andamento e nos poeirões. Além disso, há vendas constantes em leilões especializados.
Um bom muar leva o homem ao progresso!
Por Dalva Marques
Criadora, apresentadora e treinadora | CT Rancho Bigorna | jurada de equinos e muares de marcha
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal
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