Paixão por cavalos uniu casal e transformou suas vidas!

Bruno Lara e Elis Carnaíba fizeram do esporte a união do seu casamento e desse meio surgiu a Protec Horse

Cada um de uma cidade, Bruno em Sorocaba e Elis em Bauru, ambas interior de São Paulo. Como eles se encontraram? Pela doce paixão aos cavalos! Elis começou nesse meio aos 11 anos de idade, junto do primo Thiago. Logo a irmã, Daniele, também já estava montando. Passaram a competir em três tambores.

“Meu primeiro cavalo foi um Appaloosa, sem papel, e não era muito bom. Aí minha irmã se juntou a mim e ao meu primo, em 1998. Começamos a treinar no Haras Canaã, ficamos alguns meses. De lá fomos para o Vaguinho (Simionato). A partir daí que tudo desencadeou, começamos ir para prova, compramos um animal melhor. E o sítio do meu pai, que era para pesca, passou a abrigar nossos animais de competição, nunca criamos”, contou Elis.

E do outro lado à fascinação de Bruno pelos cavalos o levou longe e a fazer sacrifícios para conquistar o queria. Começou a montar aos nove anos de idade, no Centro Hípico Pagliato. Ajudava os treinadores da época limpando cocheira para poder ficar perto dos animais e montar.

“Para eu ir ao haras, tinha que pegar dois ônibus, não tinha ninguém para me levar. Então eu vendia picolé cedo para pagar o ônibus de tarde. O primeiro mês meu de aula foi pago por um casal de amigos da minha mãe, Pereira e Claudia. No segundo mês avisei ao professor, na época o Oliveira Quagliato, que não tinha condição de continuar. Daí que ele me convidou para ajudar”, lembrou Bruno.

O começo

“Comecei a ajudar, limpar baias, para ter aula, fui ficando melhor. O Oliveira me patrocinava nas provas, o que eu ganhava era dele. Depois veio o Lincoln Gimenes, eu fazia esse mesmo esquema”. Bruno também teve uma breve passagem pelo hipismo, pois um haras pagou para ele montar, como na época estava precisando de dinheiro. E esse foi o primeiro trabalho remunerado dele.

Mas como o tambor corria na veia de Bruno, ele voltou! E foi treinar com o João Leão, no mesmo esquema, tinha aula e em troca ajudava nas tarefas do CT. Com 16 anos, arrendou o cavalo Strick Moon ZO. Estavam indo super bem, então Bruno resolveu comprar o animal. Mas sete meses depois o vendeu.

Trabalhou na Santa Sales e conheceu outro universo, foi despedido. Então foi trabalhar em uma serralheria e ali acabou montando um negócio. Como o cavalo não saía dele, logo que começou a ganhar dinheiro de novo comprou uma potra, que ele não imaginaria que o levaria a conhecer a mulher da vida dele.

Foi em 2013 que Bruno e Elis se conheceram. Ele levou a potra que havia comprado para Daniel Araujo, hoje cunhado, domar e treiná-la, no Haras Carnaíba. “Ele me conhecia de prova, mas eu não o conhecia. Começamos a namorar, depois de uns meses ele estava morando em Bauru comigo”, lembrou Elis.

Mais um passo

E Bruno completou: “aí foi uma paixão louca, foi um negócio meio doido, muito rápido. Eu vendi minha parte da serralheria para meu sócio e depois de seis meses de namoro vim embora para Bauru. Vim para cá com uma mão na frente outra atrás, só tinha um carro. Mas pensei: consigo de novo. O meu sogro estava precisando de um vendedor na loja, e eu precisava de trabalho, me candidatei. Não tinha salário, não tinha nada. Até que depois de uns dois ou três meses comecei a ganhar dinheiro, a vender”.

Mas ele tinha um porém: a potra que havia comprado e o cunhado estava treinando. Elis deu um xeque-mate, por conta dos gastos. Em uma semana ele havia vendido a potra. “Nessa época, Elis tinha ganhado uma égua do pai dela, seu José Fernando, e era muito boa. O Daniel fez campanha com ela e a vendemos por um bom valor. Investimos em um terreno, e ele foi muito importante para a loja”, falou o casal.

O trabalho na madeireira já não estava rendendo mais, pois Bruno não tinha para onde crescer. Tinham guardado R$ 20 mil e resolveu que ia começar a vender traias para estar perto novamente dos cavalos e das provas. “Liguei para o Mateus, da Boots Horse, e fizemos negócio. Peguei R$ 5 mil em mercadoria. Na outra semana liguei de novo, já precisava de mais traia, paguei mais R$ 5 mil. Assim ganhei a confiança deles”.

O casal trabalhava na madeireira até às 18h. Depois, enchia o carro de mercadoria e levava para as pessoas em casa, em haras e foram conquistando clientes,  ficando conhecidos. Dessa forma, um pouco despretensiosa, nasceu a Protec Horse. Mas o grande divisor de águas da loja  foi em 2016, no Congresso ABQM, em Avaré/SP.

Em grandes eventos

Parece muito com aquele ditado: ‘quando tem que acontecer, ninguém tira’. Eles tinham se programado para vender as traias no carro e um amigo, o Nanico, comentou que tinha um estande vazio, que o expositor não tinha ido. Negociaram e ficaram com espaço. “Lembro muito bem desse dia, foi muito importante para nós. Não tínhamos o dinheiro, a Elis brigou comigo, mas nos viramos. Pegamos mais mercadoria em consignação. Resultado: nunca tínhamos vendido tanto na vida”.

Daí a começar a montar estande em outros eventos, foi um pulo. Tudo passou a ter uma proporção que eles não esperavam, mas estavam felizes. Até que o negócio cresceu a ponto de montarem a loja física, em Bauru. Como estavam indo bem nos eventos, queriam um ponto físico. Pensaram em montar na sala da casa deles, mas conseguiram, mais uma vez, a ajuda do pai de Elis para abrir a loja. O prédio de quatro andares, que parecia grande no começo, hoje já não tem mais espaço.

A trajetória de sucesso nos negócios foi toda pautada em cima da paixão pelos cavalos, por acreditar no esporte, meter a cara no trabalho. E como todo casal, sempre tem aquele que não pensa muito e vai realizar; e o que pondera todas as situações. Assim são, respectivamente, Bruno e Elis. E é isso que os completa, tanto no trabalho como na vida pessoal.

E como em tudo na vida há também o medo de não dar certo, ainda mais quando se tinha um emprego fixo. “Era um salario que eu nunca havia ganhado na minha vida. E a Elis sempre teve tudo do bom e do melhor. Eu não podia fazer isso com ela, tinha que honrar, porque pra mim tudo está bom. Mas eu acreditei e ela esteve do meu lado e tudo deu, e continua dando muito certo”.

A loja

O casal tem muitos planos para a Protec Horse. Entre eles, ampliar a atuação nas provas, poder estar presente em mais lugares ao mesmo tempo. “Eu vejo que a gente pode investir, acreditamos no tambor. Queremos estar em todas as provas, médias, grandes e pequenas.

Quero também dar uma ênfase maior ao site, ainda não está do jeito que a gente quer. Nosso volume maior de vendas ainda é o presencial”.

Também pensam em ampliar catálogo de produtos. Passar a vender roupas, por exemplo, fazer da Protec Horse uma loja completa. “Quero o cliente na loja precisando de caneleira, calça, bolsa, etc. Se tiver tudo que ele precisa, não vai comprar em outro lugar.”

Por Verônica Formigoni
ESPECIAL Bauru – Revista Tambor & Baliza – Ed. 83
Fotos: Cedidas

 

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